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PFL: assessorada por Jon Jones, Claressa Shields promete dar surra em estreia no MMA

A Professional Fighters League (PFL) começa a segunda rodada da temporada 2021 nesta quinta-feira com confrontos entre pesos-leves e entre pesos-penas em

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Redação Publicado em 10/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h59


Campeã mundial de boxe diz ter em lenda do UFC um “macete” para se sair bem na nova modalidade. Brasileiros lutam com costas na parede por vagas nas semifinais das categorias leve e pena

A Professional Fighters League (PFL) começa a segunda rodada da temporada 2021 nesta quinta-feira com confrontos entre pesos-leves e entre pesos-penas em Atlantic City (EUA). Mas o grande destaque do evento não está em nenhum dos dois torneios. É a estreia no MMA de Claressa Shields, campeã mundial de duas categorias no boxe e atual bicampeã olímpica. A “GWOAT” (sigla em inglês para “Melhor Mulher de Todos os Tempos”, apelido adotado por ela) faz a luta principal contra Brittney Elkin.

Combate transmite o PFL 2021 #4 ao vivo e com exclusividade nesta quinta-feira a partir de 20h (horário de Brasília). O SporTV 3 e o canal do Combate no YouTube mostram as duas primeiras lutas ao vivo no mesmo horário.

Após conquistar tudo que podia no boxe aos 26 anos de idade, Shields se viu batendo num “teto” de onde poderia chegar financeiramente na modalidade. Por isso, decidiu fazer a transição ao MMA no fim do ano passado, através da Jackson-Wink MMA, academia que tem em seu corpo de atletas as lendas Jon Jones e Holly Holm. Foi o próprio “Jonny Bones” quem convidou a pugilista, inclusive.

– Conheci Jon Jones em 2017 numa premiação. Ele é fã do meu boxe e me disse, “Claressa, você seria a boxeadora perfeita para ir para o MMA”. Na época, olhei para ele como se fosse maluco! Eu disse que nunca iria! Mas ele disse, “Se você reconsiderar, eu e minha equipe vamos te receber de braços abertos”. Quando assinei o contrato com a PFL, a primeira coisa que veio à minha mente foi a Jackson-Wink, foi o Jon Jones, e é louco como Deus trabalha, porque eles vieram atrás de mim! Eles disseram, “Vimos que você assinou com a PFL, adoraríamos trabalhar contigo e ajudá-la, se quiser vir a Albuquerque trabalhar conosco, adoraríamos”. Eu vim para cá em 4 de dezembro, fiquei aqui por duas semanas, e foi tão informativo que senti que vim ao lugar certo – contou a multicampeã mundial.

Claressa é só elogios para o trabalho feito junto aos treinadores Mike Winkeljohn, Greg Jackson e Roberto Tussa, entre outros. Segundo ela, o foco é em acrescentar novas armas ao seu boxe de excelência, não em desconstruir sua técnica para criar um estilo diferente. A equipe tem experiência em transições do boxe para o MMA: Holly Holm e Arlene Blencowe foram campeãs mundiais no ringue e também treinam MMA na academia.

– Essas garotas são duras, sabem muito de MMA. Com elas, ganho toda a experiência que preciso e toda a confiança – apesar de já ser uma pessoa confiante (risos). E ouvir como foi a transição delas, alguns dos erros que elas cometeram, eu não preciso cometer, porque elas me dizem, “Quando comecei, fiz isso, fiz aquilo”, e quando ouço elas dizendo isso, elas dizem, “Você está indo da maneira perfeita, esse é o jeito certo”, pois quando elas vieram para o MMA, tiveram que rearrumar isso e aquilo. Sinto que tenho um macete de verdade ao meu redor. E Jon Jones, ele é o melhor de todos os tempos e está me mostrando coisas, trabalhando comigo, ele também é um macete.

Claressa Shields é uma das grandes apostas da PFL em 2021 — Foto: Divulgação

Claressa Shields é uma das grandes apostas da PFL em 2021 — Foto: Divulgação

A primeira adversária de Shields é a americana Brittney Elkin, selecionada a dedo para sua estreia. A faixa-marrom de jiu-jítsu tem cartel muito irregular, de apenas três vitórias e seis derrotas, e foi também a adversária de estreia de Kayla Harrison, bicampeã olímpica de judô que agora é campeã peso-leve da PFL.

Elkin está fazendo sua parte e promovendo a luta, afirmando que vai finalizar a “Gwoat”. Mas Shields promete que a compatriota não vai sequer conseguir levar o combate para o solo.

– O plano é entrar lá e dar uma surra nela, não sei como dizer de outra forma. Não quero entrar na estratégia dela, ela é uma faixa-marrom de jiu-jítsu, quero fazer a minha estratégia. Quero jogar meus socos e chutes, mas posso agarrá-la e jogá-la no chão! Talvez eu chute-a na cabeça! Ela tem que tomar cuidado com tudo, porque não vou entrar e só boxear, é o que elas esperam. Mas vou mostrar pra ela, “Hoje vai ser uma luta!” Você vai sair com alguns machucados, com os olhos roxos, mas é porque vim para lutar e não vou sair desse cage sem a announcer dizendo, “E a vencedora é Claressa Shields”. Não saio do cage sem ouvir isso – garantiu.

Brasileiros contra a parede por vagas nas semifinais

As demais lutas do card integram as divisões peso-leve masculino e peso-pena e encerram a temporada regular nestas categorias. Os brasileiros em ação estão com as costas na parede e precisam vencer por nocaute ou finalização para garantir classificação às semifinais no torneio que vale cinturão e prêmios de US$ 1 milhão aos vencedores.

Atual bicampeão do peso-leve, Natan Schulte encara o paraguaio Alexander Martinez após uma semana de muita tensão e reviravoltas: estava escalado para enfrentar o bielorrusso Mikhail Odintsov, que se lesionou e foi substituído por Raush Manfio, melhor amigo do catarinense. Na véspera do evento, um problema médico forçou Anthony Pettis a ser vetado, e a organização rearranjou as lutas para que Manfio enfrentasse Pettis daqui a duas semanas e Schulte pegasse Martinez nesta quinta.

Natan Schulte (esq.) encara Alexander Martinez (dir.) na pesagem — Foto: Divulgação

Natan Schulte (esq.) encara Alexander Martinez (dir.) na pesagem — Foto: Divulgação

Também no peso-leve, o paraibano Joilton Peregrino, que oficialmente representa a Alemanha no torneio, enfrenta o americano Clay Collard. A luta foi alçada ao coevento principal após a saída de Pettis. No peso-pena, Sheymon Moraes também viu seu oponente mudar na véspera: enfrentaria Movlid Khaybulaev, que foi deslocado para pegar Lance Palmer no dia 25, e agora enfrenta o americano Jesse Stirn.

Na pesagem de quarta-feira, Joilton ficou cerca de 1,8kg acima do limite do peso-leve, perdendo um ponto como punição e já está eliminado – não pode pontuar mesmo que vença o embate. Collard, por sua vez, assegura os três pontos da vitória por WO, mas, como o embate está confirmado, está apto a anotar mais pontos de bônus se nocautear ou finalizar. A situação também se aplica a Jesse Stirn, que perdeu um ponto por não bater o peso e está eliminado. O seu rival, Sheymon Moraes, fatura três pontos e ainda pode abocanhar pontos de bônus

Tanto Schulte quanto Peregrino e Moraes foram derrotados na estreia. Como nenhuma luta da primeira rodada terminou em nocaute ou finalização, Schulte pode se classificar com vitória simples por pontos, mas depende de combinação de resultados para que os critérios de desempate o favoreça. Um nocaute ou finalização, que trariam pontos de bonificação, facilitaria a classificação.

Sheymon vive situação mais complicada, já que foi nocauteado no primeiro round; uma vitória por pontos dificilmente o classifica, pois dois dos critérios de desempate são menor tempo de luta nas vitórias e maior tempo de luta nas derrotas.

Confira o card completo:

PFL 2021 #4


10 de junho de 2021, em Atlantic City (EUA)

CARD PRINCIPAL (23h, horário de Brasília):
Peso-leve: Claressa Shields x Brittney Elkin
Peso-leve: Clay Collard x Joilton Peregrino
Peso-pena: Bubba Jenkins x Bobby Moffett
Peso-pena: Brendan Loughnane x Tyler Diamond

CARD PRELIMINAR (20h, horário de Brasília):
Peso-leve: Natan Schulte x Alex Martinez
Peso-leve: Marcin Held x Olivier Aubin-Mercier
Peso-leve: Akhmed Aliev x Loik Radzhabov
Peso-pena: Sheymon Moraes x Jesse Stirn
Peso-pena: Chris Wade x Arman Ospanov

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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