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Peter Revson teve curta e competente passagem pela F1 mas morreu em acidente em 1974

Peter Revson era simplesmente herdeiro da empresa de cosméticos Revlon. Mas, se o patrimônio financeiro sobrava, a realização do americano era mesmo pilotando

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Redação Publicado em 27/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h49


Herdeiro de gigante empresa do ramo de cosméticos, americano conquistou duas vitórias pela McLaren, mas não resistiu a fortíssimo acidente durante testes pela Shadow em 1974

O dia 27 de fevereiro marca o do nascimento do americano Peter Revson há 82 anos, em Nova York. Com uma competente, porém curta, passagem pela Fórmula 1, Revson conquistou duas vitórias pela equipe McLaren, mas foi mais uma vítima da fragilidade dos carros da categoria naquela década de 1970: morreu num teste em Kyalami, em 1974.

Peter Revson era simplesmente herdeiro da empresa de cosméticos Revlon. Mas, se o patrimônio financeiro sobrava, a realização do americano era mesmo pilotando carros de corrida. Depois de disputar sem grande sucesso a temporada de 1964 na F1 por equipes privadas, Revson se dedicou às corridas americanas.

Em 1971, pela McLaren, fez a pole e terminou em segundo lugar nas 500 Milhas de Indianápolis. No fim do mesmo ano, fez a etapa de Watkins Glen da F1 pela Tyrrell, e assinou contrato para ser titular da McLaren em 1972.

Peter Revson competiu nas 500 Milhas de Indianápolis de 1972 — Foto: Divulgação

Peter Revson competiu nas 500 Milhas de Indianápolis de 1972 — Foto: Divulgação

Mesmo faltando a duas corridas por causa de compromissos nos EUA, Revson terminou o campeonato num bom quinto lugar. Foram quatro pódios, com três terceiros lugares (África do Sul, Inglaterra e Áustria) e um segundo (Canadá).

Na Indy 500, Revson ficou em segundo lugar no grid e brigou pela liderança em boa parte da prova, mas abandonou com problemas na caixa de câmbio de sua McLaren.

Peter Revson venceu o GP da Inglaterra de 1973 com a McLaren M23 — Foto: Getty Images

Peter Revson venceu o GP da Inglaterra de 1973 com a McLaren M23 — Foto: Getty Images

Peter foi mantido para 1973, e conquistou suas duas vitórias na F1, na Inglaterra, onde passou Ronnie Peterson para vencer, e no Canadá, onde uma confusão na cronometragem lhe permitiu ser declarado vencedor quando todos achavam que o triunfo havia sido de Emerson Fittipaldi.

Curiosamente, o próprio Emerson foi contratado para o lugar de Revson na McLaren em 1974. O americano encontrou refúgio na emergente Shadow, que tinha americanos em seu comando. A temporada não começou com bons resultados, com abandonos na Argentina e Brasil, apesar de ele ter largado na segunda e terceira filas, respectivamente.

Peter Revson disputou sua última corrida em Brands Hatch, em 1974 — Foto: Getty Images

Peter Revson disputou sua última corrida em Brands Hatch, em 1974 — Foto: Getty Images

Na sequência, comprovando o bom potencial do carro, Revson terminou em sexto lugar na Corrida dos Campeões, disputada em Brands Hatch. Logo depois, o americano e parte da equipe Shadow embarcou para a África do Sul, onde seriam testadas novidades no carro visando à prova de Kyalami, que seria disputada em alguns dias.

Revson vinha satisfeito com as mudanças. O modelo DN3 tinha diversas partes em titânio, um material que naqueles tempos era praticamente experimental na Fórmula 1. No entanto, a suspensão dianteira esquerda se rompeu quando o americano contornava a veloz curva Barbecue Bend, à direita. O carro saiu reto para o guard rail externo e ficou enterrado na barreira, em dinâmica parecida com o acidente de Cevert, em outubro de 1973. Revson morreu na hora.

Carro de Peter Revson ficou enterrado no guard rail em Kyalami — Foto: Reprodução

Carro de Peter Revson ficou enterrado no guard rail em Kyalami — Foto: Reprodução

Foi a terceira fatalidade da categoria em sete meses, além das tragédias envolvendo Roger Williamson e François Cevert. Com tantos acidentes fatais em sequência, não seria exagero classificar o começo da década de 1970 como os anos de chumbo na F1.

– Revvie era um cara fácil e fabuloso, e estava indo muito bem, muito feliz com o carro. Então ele não apareceu. Corremos para a parte de trás do circuito e encontramos o carro enterrado sob o guard rail do lado de fora de uma curva rápido. Peter já estava na ambulância e foi embora. Telefonei para o hospital e eles me disseram que eu tinha que ir ao necrotério e identificá-lo – disse o projetista Tony Southgate.

Graham Hill e Denny Hulme tentaram ajudar no resgate de Peter Revson — Foto: Reprodução

Graham Hill e Denny Hulme tentaram ajudar no resgate de Peter Revson — Foto: Reprodução

O engenheiro se sentiu culpado pelo acidente e demorou a se recuperar. Imediatamente, Southgate eliminou todas as peças de titânio do carro da Shadow.

Peter Revson foi o segundo integrante da família a perecer num acidente. O irmão Douglas, que também foi piloto, morrera em 1967 numa batida na Dinamarca. Curiosamente, o pai de Peter, Martin Revson, viveu por muito mais tempo, até os 103 anos, até 2016. O fundador da Revlon deixou outros quatro filhos do primeiro casamento, dois netos, um bisneto e dois sobrinhos.

 — Foto: Infoesporte

— Foto: Infoesporte

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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