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Pesquisadores da Unesp de Rio Preto ajudam no mapeamento da doença de Chagas

O bicho barbeiro, que transmite a Doença de Chagas, é muito comum no noroeste paulista. Várias pesquisas já foram feitas para ajudar a mapear o inseto e a

Pesquisadores da Unesp de Rio Preto ajudam no mapeamento da doença de Chagas
Pesquisadores da Unesp de Rio Preto ajudam no mapeamento da doença de Chagas

Redação Publicado em 23/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h43


O bicho barbeiro, que transmite a Doença de Chagas, é muito comum no noroeste paulista. Várias pesquisas já foram feitas para ajudar a mapear o inseto e a combater a doença. A última delas revelou que quem faz o exame, descobre que foi infectado, mas não tem nenhum sintoma precisa redobrar os cuidados, principalmente, se a pessoa tiver outras doenças.

A doença, mesmo sem sintomas, é perigosa. É o que revela uma pesquisa da USP publicada recentemente na revista Plos. Os cientistas acompanharam pacientes que vieram doar sangue entre 1996 e o ano 2000 e descobriram que as pessoas com a doença de Chagas, sem nenhum sintoma, têm duas vezes mais chances de morrer do que as saudáveis. “Objetivo do estudo era trazer dados que mostrem a importância da infecção e que chamem a atenção para o problema”, afirma a pesquisadora da USP Ester Sabino.

A doença de Chagas é transmitida por um inseto, o barbeiro. A pesquisadora da Unesp de São José do Rio Preto (SP) Maria de Azeredo de Oliveira estuda o barbeiro há mais de 30 anos. São mais de 100 espécies. O inseto que se alimenta de sangue humano é o principal vetor de transmissão da doença.

“Ao picar essas pessoas na face, daí o nome barbeiro, as pessoas se coçam, porque ao mesmo tempo em que ele pica, durante seu repasse sanguíneo, ele defeca, e as pessoas inconscientemente coçam a região, transmitindo dessa forma, a possibilidade de que esse protozoário entre na mucosa humana”, afirma.

No corpo, ele ataca o intestino e provoca diversas alterações no coração. “Pode dar doença no esôfago, no intestino grosso e no coração, dilatando o coração ou na parte elétrica do coração, e aí você resolve isso com marca-passo”, afirma o cirurgião cardíaco Roberto Vito Ardito.

Embora esteja controlada, a doença, descoberta há mais de 100 anos, ainda ataca muita gente. “Somente no Brasil nós temos dois milhões de pessoas infectadas, nós temos 12 mil e 800 mortes por ano e vivem sobre área de risco na América Latina 70 milhões de pessoas. Então são dados fortes, a saúde pública deveria se preocupar com esse inseto que é o principal vetor dessa doença”, afirma a pesquisadora.

A doença de Chagas não tem cura, mas tem tratamento. “Dependendo do estágio, se o paciente tiver bloqueio no coração, ele deve colocar marca passado. Se o coração está bom, o paciente não tem nada e se tiver problema a gente vem a intervir”, diz o cirurgião.

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