Parlamentares do Peru e o principal tribunal do país se preparavam para debater nesta segunda-feira (16) quem deveria assumir a Presidência do país, depois
Redação Publicado em 16/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 16h52
Parlamentares do Peru e o principal tribunal do país se preparavam para debater nesta segunda-feira (16) quem deveria assumir a Presidência do país, depois que o Congresso foi incapaz de indicar, durante a madrugada, um candidato para se tornar o terceiro líder no espaço de uma semana marcada por protestos com mortos.
O presidente interino, Manuel Merino, renunciou no domingo (15). Na semana passada, o impeachment do presidente centrista Martín Vizcarra desencadeou protestos e mergulhou o Peru em uma crise constitucional.
O turbilhão político aumenta a incerteza enfrentada pelo segundo maior produtor de cobre do mundo, já abalado pela covid-19 e rumando para sua pior retração econômica em um século.
Fragmentado e impopular, o Congresso peruano votaria nesta tarde, depois de uma primeira votação fracassada à meia-noite, para abonar o único nome apresentado na ocasião, Rocío Silva-Santisteban — uma defensora de direitos humanos de esquerda.
“Existe imaturidade política de alguns e falta de autoconsciência de outros diante do que aconteceu no país na semana passada”, disse o parlamentar Alberto de Belaúnde, do Partido Morado, a repórteres.
Agora sua sigla de centro está indicando o parlamentar Francisco Sagasti, um engenheiro industrial de 76 anos e ex-funcionário do Banco Mundial. “O principal para o Peru é recuperar a estabilidade e este pesadelo acabar”, acrescentou Belaúnde.
A crise recente começou quando Vizcarra, um político popular independente que se chocava há tempos com o Congresso devido à sua postura anticorrupção, foi retirado do cargo pela legislatura na semana passada devido a alegações de corrupção – que ele nega.
Foi o segundo processo de impeachment enfrentado por Vizcarra em dois meses, após ele sobreviver ao primeiro em setembro.
Merino, que, como presidente do Congresso comandou as duas iniciativas de impeachment, sucedeu Vizcarra, mas também renunciou depois que duas pessoas morreram em protestos contra seu governo recém-formado e parlamentares ameaçaram afastá-lo a menos que ele deixasse o posto.
O principal tribunal do Peru também começa a debater nesta segunda-feira se o impeachment e o afastamento de Vizcarra foram constitucionais, o que pode abrir as portas para uma volta dramática.
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REUTERS
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