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Peritos já sabem onde começou o fogo no Museu Nacional

Os peritos da Polícia Federal já sabem onde começou o fogo no Museu Nacional. Mas, para evitar especulações sobre a causa da tragédia, ainda não divulgaram o

Peritos já sabem onde começou o fogo no Museu Nacional
Peritos já sabem onde começou o fogo no Museu Nacional

Redação Publicado em 07/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 21h19


Local exato onde incêndio começou não foi divulgado pela Polícia Federal para não atrapalhar as investigações. Quinta da Boa Vista recebeu manifestantes neste 7 de setembro.

Os peritos da Polícia Federal já sabem onde começou o fogo no Museu Nacional. Mas, para evitar especulações sobre a causa da tragédia, ainda não divulgaram o local exato. A hipótese de incêndio criminoso não está descartada pelos investigadores, conforme apurou o RJTV.

O Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, foi destruído por um incêndio de grandes proporções no dia 2 de setembro.

Nesta sexta-feira (7), muita gente aproveitou o feriado para passear na Quinta da Boa Vista. Foi lá, no palácio que abrigava o Museu Nacional, que teve início o processo de independência do Brasil. Em agosto de 1822, Dom Pedro viajou para São Paulo e nomeou a princesa Leopoldina regente interina do Brasil. Dez dias depois, ela recebeu uma carta de Portugal com péssimas notícias. As medidas anunciadas acabavam com o poder de Dom Pedro e ainda ameaçam dividir o Brasil.

Leopoldina não pode esperar pela volta do príncipe e, após uma reunião com o conselho de ministros, assinou a declaração de Independência do Brasil dentro do palácio da Quinta da Boa Vista. O famoso Grito do Ipiranga só aconteceu cinco dias depois.

Foto do palácio localizado na Quinta da Boa Vista antes do incêndio que destruiu o Museu Nacional (Foto: Divulgação/Museu Nacional)

Foto do palácio localizado na Quinta da Boa Vista antes do incêndio que destruiu o Museu Nacional (Foto: Divulgação/Museu Nacional)

Manifestações populares

Os visitantes da Quinta da Boa Vista também aproveitaram o feriado de 7 de setembro para protestar contra a ruptura com as origens do país que estavam guardadas no Museu Nacional. Os índios da Aldeia Maracanã participaram da manifestação. Um antropólogo disse que a coleção com cerca de 20 mil peças dos primeiros habitantes do país foi destruída.

Em outros setores do museu, mais perdas de objetos ligados à nossa identidade. Na parte africana, por exemplo, o destaque era o trono do Rei do Daomé. No legado europeu, a coleção que pertenceu à imperatriz Teresa Cristina, mulher de Dom Pedro II: milhares de achados nas cidades de Pompéia e Herculano – objetos que resistiram às lavas do vulcão Vesúvio, na Itália há quase 2 mil anos.

Pela manhã, foi celebrada uma missa de desagravo ao museu na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Centro. A cerimônia cobrou mais atenção ao patrimônio histórico do país.

O esforço agora é pela reconstrução e pelo levantamento do acervo que escapou do fogo. Cerca de 1,5 milhão de peças, das coleções botânicas, de mamíferos e répteis, além de livros, estavam em outros prédios. Uma equipe já foi formada para entrar no museu a partir da segunda-feira para procurar e recolher peças do acervo.

“Muito material tende a ser preservado. O fato de parte da parede, parte do assoalho terem caído, é para gente uma possibilidade de preservação de algum material. Eu estive lá dentro do palácio. Vi armários cheios. Chegamos a abrir algumas gavetas com acervo. Porém, é um acervo fragilizado”, disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kelner.

Museu Nacional: arte mostra o que havia em cada um dos pavimentos do prédio destruído por incêndio (Foto: Infográfico: Claudia Peixoto, Juliane Monteiro e Karina Almeida/G1)

Museu Nacional: arte mostra o que havia em cada um dos pavimentos do prédio destruído por incêndio (Foto: Infográfico: Claudia Peixoto, Juliane Monteiro e Karina Almeida/G1)

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