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Paulinho da Força é alvo de mandado de busca e apreensão em operação da PF que investiga Aécio Neves

O presidente nacional do partido Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, conhecido como Paulinho da Força, é alvo de uma operação da Polícia Federal que apura

Paulinho da Força é alvo de mandado de busca e apreensão em operação da PF que investiga Aécio Neves
Paulinho da Força é alvo de mandado de busca e apreensão em operação da PF que investiga Aécio Neves

Redação Publicado em 11/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 07h17


São cumpridos nove mandados de busca e apreensão contra empresários que emitiram notas fiscais frias para o senador. PF diz que Aécio comprou apoio do Solidariedade por R$ 15 milhões.

O presidente nacional do partido Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, conhecido como Paulinho da Força, é alvo de uma operação da Polícia Federal que apura crimes de corrução cometidas pelo senador Aécio Neves na manhã desta terça-feira (11).

Policiais cumprem mandado de busca e apreensão no apartamento de Paulinho da Força e no prédio da Força Sindical, na Liberdade, no Centro de São Paulo. Paulinho é um dos fundadores da Força Sindical. Segundo a PF, o senador Aécio Neves comprou apoio político do Solidariedade por R$ 15 milhões. O G1 entrou em contato com Paulinho da Força por telefone, mas ele desligou após a reportagem se identificar.

Essa não é a primeira vez que Paulinho da Força é investigado. Segundo a PF, em setembro deste ano, ele teria participado em suposto esquema de fraude em um processo de contribuições sindicais.

A operação em São Paulo cumpre nove mandados de busca e apreensão contra empresários que emitiram notas fiscais frias para Aécio entre 2014 e 2017. Os mandados são cumpridos na cidade de São Paulo e também interior do estado.

Batizada de ROSS, essa operação faz parte do inquérito 4519, que tem como relator no Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco Aurélio Mello. O nome da operação faz referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.

O inquérito apura crimes de corrupção supostamente cometidos pelo senador Aécio Neves, com base nas delações de Joesley Batista e Ricardo Saud. Os executivos do grupo J&F relataram repasse de propina de quase R$ 110 milhões ao senador Aécio Neves.

Deputado Paulinho da Força (SD-SP) durante sessão em comissão da Câmara, em junho de 2016 — Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

Deputado Paulinho da Força (SD-SP) durante sessão em comissão da Câmara, em junho de 2016 — Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

Investigações

No início de 2014, Aécio Neves teria pedido na residência do empresário Joesley Batista, em São Paulo, a quantia de R$ 100 milhões para a campanha presidencial do PSDB. O senador teria recebido a propina de R$ 109 milhões, parte desse montante em espécie e outra parte na emissão de notas fiscais frias como forma de pagamento de serviços simulados.

A operação investiga o recebimento de vantagens indevidas por parte de três senadores da República e três deputados federais. Cerca de 200 policiais federais cumprem 24 mandados de busca e apreensão e realizam 48 intimações para oitivas no Distrito Federal e nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Amapá.

Alvos da operação

  • Aécio Neves (PSDB), senador e deputado federal eleito;
  • Agripino Maia (DEM), senador;
  • Andréa Neves, irmã de Aécio;
  • Antonio Anastasia (PSDB-MG), senador;
  • Benito da Gama (PTB), deputado federal;
  • Cristiane Brasil (PTB), deputada federal;
  • Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do partido Solidariedade.

Além dos políticos, as buscas miram empresários que, afirmam promotores, emitiram notas fiscais frias para Aécio.

Aécio Neves, Paulinho da Força e Cristiane Brasil — Foto: Editoria de Arte/G1

Aécio Neves, Paulinho da Força e Cristiane Brasil — Foto: Editoria de Arte/G1

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