O ex-chefe da campanha do presidente Donald Trump, Paul Manafort, chegou a um acordo judicial e se declarou culpado nesta sexta-feira (14) em uma corte
Redação Publicado em 14/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 13h18
O ex-chefe da campanha do presidente Donald Trump, Paul Manafort, chegou a um acordo judicial e se declarou culpado nesta sexta-feira (14) em uma corte federal em Washington em duas acusações que enfrenta na investigação do promotor especial Robert Mueller. Manafort também declarou na corte que vai cooperar com as investigações que buscam esclarecer possíveis laços entre membros da campanha de Trump e russos ligados ao Kremlin nas últimas eleições americanas.
Das acusações das quais Manafort se declarou culpado, uma é por conspiração contra os Estados Unidos e outra, por obstrução de Justiça, segundo autos registrados no Tribunal Distrital de Columbia.
O acordo judicial evita um segundo julgamento por lavagem de dinheiro e acusações de lobby ilegal, que começaria na semana que vem. De acordo com o site Politico, o acordo inclui um limite de 10 anos de prisão.
Segundo o advogado de Manafort, 10 acusações feitas em uma corte da Virgínia seriam dispensadas.
Em agosto, Manafort foi condenado por oito das 18 acusações de fraude bancária e fiscal que enfrentou num tribunal na Virgínia. Ele foi condenado em cinco acusações de apresentação de declarações fiscais falsas, uma acusação por não declarar contas no exterior e por duas acusações relacionadas a fraudes bancárias.
A decisão de Manafort pode ser um golpe para Trump, que elogiou seu ex-assessor no mês passado por não firmar um acordo com procuradores, ao contrário do que fez seu ex-advogado pessoal Michael Cohen em outro caso.
No dia 22 de agosto Trump tuitou: “Ao contrário de Michael Cohen, ele se recusou a ‘ceder’ — inventar histórias para conseguir um acordo. Quanto respeito por um homem corajoso!”.
Desde 2017, Mueller investiga os possíveis laços entre membros da campanha de Trump e russos ligados ao Kremlin nas últimas eleições presidenciais, o que o presidente nega ter acontecido.
A Inteligência americana concluiu que a Rússia se envolveu nas eleições presidenciais de 2016, nas quais Trump foi eleito. Empresas e cidadãos russos foram indiciados por conspiração a favor de Trump.
Manafort ganhou milhões de dólares trabalhando para políticos ucranianos pró-Rússia antes de receber um cargo não remunerado na campanha de Trump. Ele fez parte da equipe de campanha durante cinco meses e a comandava em meados de 2016, quando Trump foi escolhido como o candidato republicano para a eleição presidencial.
As 18 acusações no julgamento de Manafort centraram-se nas suas finanças pessoais e têm pouco a ver com o mandato do procurador especial Robert Mueller para investigar a interferência russa na eleição presidencial americana.
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