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Palmeiras x América-MG: veja por que a premiação da Copa do Brasil é tão importante para os rivais

Com um 2020 de desafios e realidades diferentes, Palmeiras e América-MG abrem nesta quarta-feira uma disputa por um objetivo em comum: uma vaga na final da

Palmeiras x América-MG
Palmeiras x América-MG

Redação Publicado em 23/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h43


Quem passar à final vai rechear cofre em temporada de dificuldades por conta da pandemia

Com um 2020 de desafios e realidades diferentes, Palmeiras e América-MG abrem nesta quarta-feira uma disputa por um objetivo em comum: uma vaga na final da Copa do Brasil. O confronto de ida da semifinal será no Allianz Parque, às 21h30, e a volta está marcada para o Independência, no dia 30.

A premiação da CBF para os finalistas da competição mata-mata atrai a atenção de paulistas e mineiros. O América-MG, que disputa o torneio desde a primeira fase, já acumulou R$ 17,6 milhões na atual campanha – o Palmeiras entrou nas oitavas e soma R$ 10,3 milhões até agora.

O valor vai aumentar consideravelmente para quem conquistar a vaga na decisão contra o vencedor do duelo entre Grêmio e São Paulo: serão R$ 22 milhões para o vice e R$ 54 milhões para o campeão.

O Verdão estreou na competição eliminando o Red Bull Bragantino com duas vitórias e depois passou pelo Ceará. O Coelho, no G-4 da Série B do Brasileirão, construiu sua trajetória vencendo Santos-AP, Operário-PR, Ferroviária-SP, Ponte Preta, Corinthians e Internacional.

Em 2018, os adversários desta quarta-feira se enfrentaram nas oitavas de final da Copa do Brasil: vitória palmeirense em Belo Horizonte por 2 a 1 e empate em 1 a 1 no Allianz Parque, em São Paulo.

Palmeiras: atenção financeira, reformulação e disputa por títulos

Anderson Barros assumiu o comando do departamento de futebol em janeiro com a missão de liderar um projeto com preocupação maior em diminuir despesas, mudar a postura no mercado e reformular o elenco.

Desde o fim de 2019, a prioridade foi a de buscar alternativas para alguns atletas em outros clubes. E assim o clube vendeu Thiago Santos e Matheus Fernandes e emprestou atletas como Antonio Carlos, Hyoran, Deyverson e Borja. O atacante Carlos Eduardo também foi emprestado, mas o Athletico-PR adquiriu parte dos direitos econômicos.

Na primeira parte da temporada, até março, o Verdão contratou apenas dois reforços: Matías Viña e Rony. O lateral custou 3,5 milhões de euros, e o atacante chegou por 6 milhões de euros – o Verdão comprou 50% dos direitos econômicos da dupla e acertou o pagamento em parcelas.

Rony tem boa relação com Abel Ferreira no dia a dia do Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Rony tem boa relação com Abel Ferreira no dia a dia do Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus fez o Verdão aumentar a preocupação com a situação financeira. Além do acordo de redução de 25% salários em carteira e do adiamento dos direitos de imagem dos meses de maio, junho e julho para 2021, a diretoria buscou mais saídas.

Vitor Hugo, Diogo Barbosa e Bruno Henrique foram vendidos. Fabiano rescindiu, e Arthur Cabral foi comprado em definitivo pelo Basel, da Suíça. O empréstimo de Dudu para o Al Duhail, do Catar, já rendeu sete milhões de euros ao clube e pode render até mais sete milhões de euros no ano que vem, se a transferência em definitivo for confirmada.

Mesmo com o título paulista, o Palmeiras mudou sua comissão técnica: saiu Vanderlei Luxemburgo e chegou Abel Ferreira. Na reta final da janela de transferências, o Verdão contratou mais três reforços: Benjamín Kuscevic (cerca de US$ 2 milhões) e Breno Lopes (R$ 7,2 milhões) tiveram 50% dos direitos econômicos comprados, e Alan Empereur chegou por empréstimo.

Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, e Paulo Buosi, vice — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, e Paulo Buosi, vice — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

A previsão da diretoria do Palmeiras é deixar de arrecadar cerca de R$ 200 milhões em 2020. Até novembro, o Conselho de Orientação e Fiscalização do clube contabiliza um déficit de R$ 135,4 milhões.

Considerando apenas o departamento de futebol, o Verdão soma um prejuízo de cerca de R$ 111 milhões: foram R$ 489 milhões de receita e R$ 601 milhões de despesas até o penúltimo mês do ano.

América-MG: ano histórico na Copa do Brasil e sonho com Série A

Semifinalista do Campeonato Mineiro, o América-MG planejou 2020 para lutar pelo retorno à Série A do Campeonato Brasileiro e tentar chegar à terceira fase da Copa do Brasil. O primeiro objetivo ainda faz parte do planejamento, mas o segundo já foi superado, por muito. Esta já é a melhor campanha do clube na história do torneio de mata-mata.

Nesta temporada, o clube conseguiu reduzir 10% da folha salarial, mesmo com a contratação de 16 reforços: todas sem nenhum custo.

Chegaram os goleiros Matheus Cavichioli e Victor Hugo, os zagueiros Eduardo Bauermann, Anderson, Joseph e Arthur, o lateral Daniel Borges, os volantes Rickson e Léo Gomes, os meias Alê e Guilherme, os atacantes Rodolfo, Léo Passos, Felipe Augusto, Calyson e Lohan.

Apenas dois jogadores foram negociados: Lucas Kal, que pertencia ao São Paulo e rendeu uma participação ao clube, e Matheusinho.

Para enfrentar o início da crise provocada pelo novo coronavírus, o América suspendeu parcialmente o pagamento dos direitos de imagem nos meses de abril, maio e junho, mas manteve os salários em carteira. O desempenho financeiro do clube, porém, ainda não foi fechado.

O América-MG é o vice-líder do Campeonato Brasileiro da Série B, faltando oito rodadas para o término da competição. Com 57 pontos, a equipe de Lisca tem dois de desvantagem para a líder Chapecoense, com nove pontos de vantagem para o CSA, primeiro clube fora do G-4.

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GE – Globo Esporte.

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