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Pais vão discutir com hospital desligamento de máquinas que mantêm bebê vivo

Os pais do bebê britânico Charlie Gard vão discutir com o Great Ormond Street Hospital como e quando as máquinas que mantêm a criança viva serão desligadas.

Pais vão discutir com hospital desligamento de máquinas que mantêm bebê vivo
Pais vão discutir com hospital desligamento de máquinas que mantêm bebê vivo

Redação Publicado em 24/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 15h28


Os pais do bebê britânico Charlie Gard vão discutir com o Great Ormond Street Hospital como e quando as máquinas que mantêm a criança viva serão desligadas.

Nesta segunda-feira (24), o casal Chris Gard e Connie Yates retiraram seu apelo às autoridades judiciais britânicas para que o bebê fosse mantido vivo com a ajuda de aparelhos e para que sua transferência aos EUA – onde ele seria submetido a um tratamento experimental – fosse autorizada.

O bebê sofre de miopatia mitocondrial, uma síndrome genética raríssima e incurável que provoca a perda da força muscular e danos cerebrais. Há poucas perspectivas de tratamento para a enfermidade.

Falando na Suprema Corte, o advogado da família, Grant Armstrong, afirmou que os exames mostram que o dano sofrido pela criança é irreversível. “Para Charlie, é muito tarde, o tempo acabou. Ele sofreu danos musculares irreversíveis, e o tratamento não pode mais ser bem-sucedido.”

“Charlie esperou pacientemente pelo tratamento. Por causa do atraso, essa janela de oportunidade foi perdida”, criticou. A mãe do bebê disse que ele poderia ter tido uma vida normal, caso o tratamento tivesse sido autorizado antes.

“Nós decidimos deixá-lo ir. Ele tinha uma chance real de melhorar. Agora, nós nunca saberemos o que aconteceria se ele fosse tratado”, disse Connie Yates na saída do julgamento.

O julgamento desta segunda reuniu manifestantes em Londres, com balões e cartazes de apoio à família de Charlie.

Manifestantes seguram cartaz com os dizeres 'Nunca pare de lutar até que a luta esteja acabada' em frente a tribunal em Londres (Foto: REUTERS/Peter Nicholls)

Manifestantes seguram cartaz com os dizeres ‘Nunca pare de lutar até que a luta esteja acabada’ em frente a tribunal em Londres (Foto: REUTERS/Peter Nicholls)

O caso de Charlie atraiu atenção internacional depois que a Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) apoiou a decisão de instâncias inferiores no Reino Unido e determinou que os aparelhos que mantêm Charlie vivo deveriam ser desligados, mesmo contra a vontade de seus pais.

O Papa Francisco fez apelos sobre o caso, e o presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar que os EUA ficariam felizes em ajudar Charlie e sua família. Na semana passada, um comitê do Congresso americano chegou a aprovar uma emenda para conceder o status de residente permanente para a criança e sua família, para que ela pudesse receber o tratamento no país.

Um hospital infantil ligado ao Vaticano também se manifestou, dizendo que estava em contato com a família para transferir o bebê para a Itália.

A síndrome rara de Charlie Gard impede que ele se mova (Foto: Family of Charlie Gard via AP)

A síndrome rara de Charlie Gard impede que ele se mova (Foto: Family of Charlie Gard via AP)

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