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Pai de jovem agredido por PMs diz que filho não quer ir à escola: ‘Medo’

Para o pai, o adolescente negou que estivesse envolvido em uma confusão e contou que pulou o muro da escola para tentar entrar na segunda aula. “Meu filho

Pai de jovem agredido por PMs diz que filho não quer ir à escola: ‘Medo’
Pai de jovem agredido por PMs diz que filho não quer ir à escola: ‘Medo’

Redação Publicado em 27/09/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h01


Direção da unidade de ensino diz que ele estava jogando pedras na escola.
Menor passou por exames de perícia nesta segunda-feira no IML de Santos.

Escola Estadual João Octávio dos Santos (Foto: Reprodução / TV Tribuna)

Escola Estadual João Octávio dos Santos, no litoral de SP (Foto: Reprodução / TV Tribuna)

O caso ocorreu no dia 23 de setembro, dentro da quadra da Escola Estadual João Octávio dos Santos, no Largo São Bento. Segundo a direção da escola, o pai do estudante foi acionado, assim como a PM, porque o aluno estaria jogando pedras na unidade de ensino. De acordo com o menor de idade, dois policiais militares o abordaram e ele foi agredido a golpes de cassetete em seguida.

Para o pai, o adolescente negou que estivesse envolvido em uma confusão e contou que pulou o muro da escola para tentar entrar na segunda aula. “Meu filho disse que não entrou na primeira aula e foi pular o muro para entrar na segunda. A diretora ligou para a base na frente da escola e disse que ele estava atirando pedras no colégio. Os PMs olharam e disseram que meu filho estava bagunçando na escola. Ele diz que não”, afirma.

Além disso, a vítima afirma que estava acompanhada de mais um colega, que correu ao notar a aproximação dos PMs. “Estava ele e mais um colega na quadra tentando entrar, quando viram os PMs. O colega dele correu e meu filho ficou. Ele falou que chamaram ele de vagabundo e começaram a bater nele”.

O adolescente foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) nesta segunda-feira (26) e foi submetido a exames de perícia. Em seguida, os documentos expedidos pela instituição foram levados até a delegacia onde o caso foi registrado. “Agora estou esperando notificação. Ele está mais calmo agora, mas continua com medo e diz que não quer voltar para a escola, mas ele não pode perder o ano”, conclui.

Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que a polícia foi acionada porque pedras foram arremessadas na escola em horário de aula. Prezando pela segurança dos alunos, a vice-diretora pediu que a PM verificasse o que estava acontecendo.

Já a Polícia Militar emitiu uma nota afirmando que tomou conhecimento dos fatos e determinou a investigação para coleta de subsídios e outras informações, como a declaração do jovem e de seus familiares. Havendo o indicativo de conduta desconforme ou mesmo criminosa por parte de policiais militares em serviço, será instaurado inquérito policial militar e um processo administrativo para aplicação das penas disciplinares previstas em lei e apreciação pelo Poder Judiciário.

Bomba
Na segunda-feira, três dias após a agressão ter ocorrido na quadra do colégio, uma bomba de fabricação caseira explodiu dentro de uma sala da Escola Estadual João Octávio. De acordo com a polícia, ainda não é possível dizer que o ataque foi uma retaliação contra a ação da Polícia Militar. Ninguém se feriu durante a explosão.

Famíliares do jovem estiveram no IML de Santos (Foto: Mariane Rossi/G1)

Jovem foi submetido a exames de perícia no Instituto Médico Legal de Santos (Foto: Mariane Rossi/G1)

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