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Padrasto acusado de matar menino Joaquim some de casa

Em liberdade provisória desde fevereiro deste ano, o técnico em TI Guilherme Raymo Longo, acusado de matar o menino Joaquim Ponte Marques em 2013, está

Padrasto acusado de matar menino Joaquim some de casa
Padrasto acusado de matar menino Joaquim some de casa

Redação Publicado em 24/09/2016, às 00h00 - Atualizado às 20h19


Em liberdade provisória, padrasto do menino Joaquim desaparece de casa

Guilherme Longo não poderia deixar endereço sem autorização judicial.
Acusado deixou carta, mas pais não detalharam conteúdo do texto.

Em liberdade provisória desde fevereiro deste ano, o técnico em TI Guilherme Raymo Longo, acusado de matar o menino Joaquim Ponte Marques em 2013, está desaprecido da casa dos pais desde a noite de sexta-feira (23). Segundo reportagem da EPTV, Longo avisou em carta que fugiria.

Por determinação judicial, o padrasto de Joaquim não pode se afastar do endereço depois das 22h, nem aos finais de semana, sem autorização. Ao deixar a penitenciária de Tremembé, Longo se comprometeu a cumprir as ordens para responder ao processo em liberdade.

O advogado dele, Antônio Carlos de Oliveira, confirmou que o acusado não retornou à casa dos pais no horário previsto.

O promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, informou que na segunda-feira (26) a polícia deve procurar por Longo, que pode ser preso se não estiver em Ribeirão.

Guilherme Longo esteve no Fórum em Ribeirão Preto nesta quarta-feira (24) (Foto: Reprodução/EPTV)

Guilherme Longo está em liberdade desde fevereiro deste ano (Foto: Reprodução/EPTV)

Carta
Segundo reportagem da EPTV, antes de desaparecer, Longo deixou uma carta em que afirma que contaria a verdade sobre o caso. Ele explica que teria feito um acordo para receber dinheiro, que não foi pago, e por isso teve que fugir.

O recado surpreendeu os pais do técnico de TI, que também confirmaram que o filho não voltou pra casa, mas não falaram sobre o conteúdo do texto. “Deixou a carta, é o que eu tenho para falar, não posso falar. Nós não sabemos. Veio um desespero nele, sei lá”, comentou o pai Dimas Longo.

O advogado do padrasto do menino Joaquim, Antônio Carlos de Oliveira, afirmou que não teve acesso ao conteúdo da carta e que vai esperar até segunda-feira para tomar providências, caso Longo não volte para casa.

“Nós vamos esperar para ver se vamos ter alguma notícia do mesmo, e aí sim eu posso esclarecer alguns detalhes e as consequências que podem advir”, comentou a defesa do acusado.

Oliveira também afirmou que Longo se apresenta à Justiça com frequência, conforme determinação. “Em todos os meses ele compareceu regularmente ao poder judiciário para informar as suas atividades e o endereço que o mesmo estava residindo”, comentou.

De acordo com a determinação, ele deverá comparecer até o dia 10 de cada mês ao cartório para justificar suas atividades, se comprometer a não mudar de endereço ou deixar Ribeirão Preto sem prévia autorização judicial e ainda a pernoitar na residência em que mora, podendo se ausentar do local somente para trabalho, entre 6h e 22h.

Relembre o caso
O corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo em novembro de 2013, cinco dias após o desaparecimento de sua casa em Ribeirão Preto. A Polícia Civil concluiu que o padrasto matou o menino com alta dose de insulina e jogou o corpo em um córrego próximo à residência da família.

Guilherme Longo foi indiciado por homicídio triplamente qualificado. Um laudo do IML emitido na época da morte do garoto apontou ausência de água no organismo, o que descartaria a suspeita de afogamento, mas não identificou outras substâncias.

Em liberdade, a mãe do menino, Natália Mignone Ponte, é acusada de ter sido omissa em relação à segurança do filho, por saber que Longo era agressivo e havia voltado a usar drogas na época da morte do garoto.

Preso em Tremembé desde janeiro de 2014, o padrasto conseguiu por unanimidade um habeas corpus da 1ª Câmara Criminal do TJ-SP, que considerou excessivo o prazo do processo.

Todas as testemunhas do caso já foram ouvidas pela Justiça, que deve definir agora se o caso vai a júri popular.

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