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Opinião: sem ambição, São Paulo é dominado pela apatia e está à beira de mais um vexame

O torcedor do São Paulo que achou que o sofrimento na temporada acabaria depois de perder as chances de título no Campeonato Brasileiro, achou errado. Ainda

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Redação Publicado em 23/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h40


Tricolor foi derrotado pelo já rebaixado Botafogo e perdeu a chance de garantir vaga na fase de grupos da Libertadores; atuação no Rio de Janeiro foi de um time sem alma

O torcedor do São Paulo que achou que o sofrimento na temporada acabaria depois de perder as chances de título no Campeonato Brasileiro, achou errado. Ainda dá tempo de passar mais vergonha.

Na última segunda-feira, o São Paulo enfrentou o lanterna Botafogo, rebaixado desde a 34ª rodada e com apenas quatro vitórias na competição (agora cinco!).

A lógica era o Tricolor ganhar com certa facilidade e garantir a vaga na fase de grupos da Libertadores deste ano. Mas com o São Paulo não há lógica. E nem espírito vencedor.

Sem a mínima ambição de conquistar essa vaga de forma antecipada, a equipe comandada pelo técnico interino Marcos Vizolli entrou em campo já derrotada. A cada posse de bola conquistada, um cemitério de ideias tomava conta de todos os jogadores.

Se em determinado momento da temporada o São Paulo se destacou por ser um time envolvente, de toque de bola rápido e movimentação, tudo isso morreu. O que se vê agora é uma equipe sem movimentação, sem ambição e que perdeu o brio nas rodadas finais do Brasileirão.

Luciano lamenta pênalti perdido durante jogo do São Paulo contra o Botafogo — Foto: André Durão

Luciano lamenta pênalti perdido durante jogo do São Paulo contra o Botafogo — Foto: André Durão

A situação que já era ruim diante do Botafogo piorou ainda mais aos 28 minutos do primeiro tempo, quando Reinaldo foi expulso. A partir deste momento, parecia que o já rebaixado era o São Paulo e o Botafogo brigava por objetivos maiores no Brasileirão.

Enquanto o Tricolor se atrapalhava com a bola nos pés e mal chegava no gol adversário, Tiago Volpi salvava tudo que podia lá atrás. Foram pelo menos quatro defesas difíceis no primeiro tempo.

Mas Volpi não poderia fazer milagres até o final da partida. No segundo tempo, nada mudou do lado Tricolor, que continuou sofrendo pressão e viu o goleiro ser vazado aos 12 minutos, por Matheus Babi.

De qualquer forma, o goleiro evitou uma goleada, que seria um vexame ainda maior.

Se o São Paulo já não demonstrava nenhum apetite para assustar o adversário, o gol sofrido só escancarou como este atual elenco não tem o menor poder de reação e abandonou a temporada antes dela terminar de fato.

E esse “abandono” prematuro pode custar caro e protagonizar um novo vexame para o clube na temporada.

Reinaldo durante jogo do São Paulo — Foto: André Durão

Reinaldo durante jogo do São Paulo — Foto: André Durão

Depois de ser eliminado no Paulistão para o Mirassol, cair na fase de grupos da Libertadores, ser eliminado pelo Lanús na Sul-Americana e perder o título do Brasileirão após abrir sete pontos de vantagem na liderança, o São Paulo pode ficar fora da fase de grupos da Libertadores deste ano.

Para conquistar a vaga, o Tricolor precisa vencer o Flamengo na próxima quinta-feira, às 21h30, no Morumbi, para não depender de nenhum outro resultado. Em caso de empate ou derrota, precisa contar com um tropeço do Fluminense, que joga contra o Fortaleza.

Mesmo se ficar atrás do Flu, o São Paulo ainda pode contar com o rival Palmeiras. Se a equipe alviverde for campeã da Copa do Brasil, o quinto colocado do Brasileirão também garante a vaga.

Diante de todas essas circunstâncias, conseguir a façanha de ficar fora da fase de grupos da Libertadores seria o último ato de desrespeito ao torcedor são-paulino, que sofre há oito anos sem um título sequer e vê os rivais empilharem conquistas.

Com o futebol e o espírito que o time tem apresentado nos últimos jogos, a chance de passar um novo vexame é enorme, e Hernán Crespo já começaria seu trabalho no comando técnico vivendo na essência o que se tornou o São Paulo nos últimos oito anos: um time derrotado e sem alma.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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