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Opinião: queda de rendimento na “hora H” do Brasileirão reflete ano de fracassos do Santos

A matemática ainda permite ao Santos sonhar com uma vaga na próxima Libertadores. A lógica não. A quarta derrota consecutiva, desta vez para o América-MG, na

Opinião: queda de rendimento na “hora H” do Brasileirão reflete ano de fracassos do Santos
Opinião: queda de rendimento na “hora H” do Brasileirão reflete ano de fracassos do Santos

Redação Publicado em 19/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h08


Quase nada deu certo para o Peixe em 2018. Com vaga na Libertadores praticamente perdida, clube tem de planejar 2019 o quanto antes

A matemática ainda permite ao Santos sonhar com uma vaga na próxima Libertadores. A lógica não. A quarta derrota consecutiva, desta vez para o América-MG, na “hora H” do Campeonato Brasileiro, reflete o ano de fracassos que o Santos viveu em 2018.

A vaga na Libertadores foi perdida quando o Santos foi batido pela Chapecoense, há exatamente uma semana. Ali, quando o árbitro apitou o 1 a 0 para os catarinenses, no Pacaembu, a confiança da torcida, da comissão técnica e dos jogadores ruiu.

O discurso conformado de quem afirma que o desfecho amargo da temporada “está de bom tamanho para um time que brigava para fugir do rebaixamento no primeiro semestre”, não pode ser dito com orgulho. Agora que a vaga está praticamente perdida, o Santos tem de começar o quanto antes a planejar 2019, para ser um ano de redenção.

Melhores momentos de América-MG 2 x 1 Santos pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro

América-MG 2 x 1 Santos pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro

O Santos nunca teve um elenco para ficar na parte de baixo da tabela, como ficou por mais de um turno do Brasileirão com Jair Ventura, o primeiro erro da atual diretoria, eleita no fim de 2017 e empossada no início deste ano.

Jair nada mais era que uma aposta. Até aí, ok. Mas a forma com que os dirigentes santistas o mantiveram no cargo, com aproveitamento pífio (44,4%), foi bizarra. Mais bizarra ainda foi sua demissão, dois jogos depois do retorno da Copa do Mundo da Rússia. Uma clara amostra de falta de planejamento do clube.

Uma semana depois, fechou com Cuca, que herdou uma equipe sem padrão algum de jogo em sete meses de temporada, apagou o incêndio e logo virou o salvador da pátria, com muitos méritos.

Após a chegada de Cuca, só desastres nos bastidores: primeiro, os reforços que o Santos contratou no meio do ano não foram inscritos na Copa do Brasil. Resultado: eliminado nas quartas de final. Depois, a diretoria conseguiu novamente acabar com o astral dos atletas com o ocorrido no vexatório “Caso Sánchez”, que resultou na eliminação da Libertadores pela utilização irregular do uruguaio. Isso sem falar nas inúmeras troca de farpas entre o técnico e o presidente José Carlos Peres.

José Carlos Peres precisa reconhecer erros para reerguer Santos em 2019 — Foto: Marcos Ribolli

José Carlos Peres precisa reconhecer erros para reerguer Santos em 2019 — Foto: Marcos Ribolli

É óbvio que Cuca tem sua parcela de culpa na queda de rendimento do Santos nos últimos jogos. Afinal, é ele quem escala o time. No período ruim, o Peixe (muito desfalcado, vale citar) fez partidas abaixo da média e mereceu perder todas.

Mas não há como esperar que em campo o futebol apresentado seja ótimo se fora dele as partes (jogadores e comissão técnica x diretoria) não entram em um consenso.

José Carlos Peres não soube ganhar Cuca e muito menos o elenco com atitudes que poderiam ser evitadas facilmente. Um exemplo, por mais bobo que seja, é a transferência de mandos de jogos da Vila Belmiro para o Pacaembu.

Todos os atletas e a comissão técnica já deixaram claro que se sentem mais à vontade em atuar na Vila Belmiro. Num momento que se precisa de união, a diretoria se afasta cada vez mais dos pilares do crescimento do clube ao levar um jogo para o Pacaembu. O próprio duelo contra a Chapecoense é um exemplo perfeito.

Por conta disso e de outros diversos atritos, a probabilidade de permanência do treinador em 2019 é cada vez menor.

A temporada do Santos em 2018:

  • Campeonato Paulista: eliminado para o Palmeiras na semifinal;
  • Copa do Brasil: eliminado para o Cruzeiro nas quartas de final;
  • Libertadores: eliminado para o Independiente nas oitavas de final após derrota no tapetão por conta do Caso Sánchez;
  • Campeonato Brasileiro: começo tenebroso, com a luta contra o rebaixamento, arracada espetacular no segundo turno e queda de rendimento na “hora H”, deixando o sonho de conseguir uma vaga na Libertadores para trás.

Além dos fracassos em campo, é impossível não citar o quão ruim, administrativamente falando, foi o primeiro ano de gestão do presidente José Carlos Peres. Foram diversos episódios que afetaram, sim, o desempenho dos atletas. Que em 2019 o mandatário junte os cacos para reerguer o Santos.

O que vem por aí

Praticamente sem esperanças, o Santos tem mais três jogos pela frente no Brasileirão. Como Dodô bem disse, o Peixe precisa terminar a temporada com dignidade. O primeiro adversário é o Botafogo, na Vila Belmiro, na quarta-feira. No domingo, novamente no estádio centenário, o Santos recebe o Atlético-MG. A competição será fechada no dia 2 de dezembro, quando o Peixe visita o Sport na Ilha do Retiro.

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