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Opinião: Brady x Mahomes pode ser lembrado como o Super Bowl com os dois maiores da história

Mahomes tem mais braço que Brady – e que qualquer outro QB que já se destacou na NFL moderna. Ele tem força e precisão que o tornam capaz de fazer lançamentos

Brady
Brady

Redação Publicado em 05/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h37


Todo Super Bowl é histórico, marcante. E o do próximo domingo, em Tampa, não vai ser diferente – afinal de contas, pela primeira vez em 55 anos de disputa, um dos finalistas vai jogar a decisão em casa.

O ge acompanha em tempo real o Super Bowl LV, neste domingo, a partir das 19h.

A cidade de Tampa vive uma temporada mágica nas grandes ligas norte-americanas. O ano de 2020 viu o Tampa Bay Lightning erguer o troféu da Stanley Cup, a finalíssima da NHL (liga de hóquei no gelo); o Tampa Bay Rays chegou à final da Major League Baseball pela primeira vez desde 2008, ficando com o vice-campeonato. E agora, para fechar a temporada, os Buccaneers se tornarão o primeiro time da Era Super Bowl a jogar a decisão em casa.

Cabe aqui uma explicação aos que não são muito íntimos da NFL: o palco da final é sempre decidido com antecedência pela liga – o Super Bowl da próxima temporada será em Inglewood, Califórnia; o do ano seguinte em Glendale, Arizona; e assim por diante… em mais de meio século, nunca a cidade que sediou o jogo viu o time da casa disputar a decisão. Até… os Bucs de 2020/2021!

E o feito inédito e histórico alcançado pelo time de Tampa Bay só poderia se tornar realidade pelas mãos do maior jogador de futebol americano de todos os tempos: Thomas Edward Patrick Brady Jr.

Tom Brady deixou os Patriots ao final de 2019, a pior temporada de New England nos últimos anos. Pela primeira vez em uma década, o time havia sido eliminado da pós-temporada logo na rodada de wildcard (a primeira dos playoffs).

Com Brady prestes a completar 43 anos, os fãs da bola oval se perguntavam se o camisa 12 ainda tinha gasolina no tanque e o quanto atuar fora do sistema do técnico Bill Belichick afetaria o seu jogo.

A resposta veio com uma temporada sólida: 11 vitórias, maior marca dos Bucs desde 2005. Brady levou o time da Flórida à primeira vitória em playoffs em 18 anos – foram três triunfos fora de casa na pós-temporada, e Brady entra em campo no domingo para ampliar seu próprio recorde de Super Bowls disputados (será o décimo), tentando adicionar mais um anel à sua coleção que já tem seis – outro recorde. São 21 temporadas de uma carreira irretocável, de um dos atletas mais competitivos da história em qualquer modalidade.

Tom Brady Tampa Bay Buccaneers x NY Giants NFL — Foto: Getty Image

Tom Brady Tampa Bay Buccaneers x NY Giants NFL — Foto: Getty Image

No seu caminho, está o Kansas City Chiefs, que hoje tem como coordenador defensivo um técnico que ganhou o apelido de “criptonita para Brady”. Trata-se de Steve Spagnuolo, que comandou a defesa do New York Giants na vitória sobre os Patriots de Brady e Belichick no Super Bowl XLII.

Isso sem falar naquele que mostra hoje ser o principal candidato a desafiar o seu posto no panteão do futebol americano: Patrick Mahomes, quarterback que estava no jardim de infância quando Brady jogou a finalíssima da NFL pela primeira vez em 2002.

Aos 25 anos, em sua terceira temporada como titular, Mahomes chega pela segunda vez ao Super Bowl. E embora os estilos de jogo sejam totalmente diferentes, as comparações são inevitáveis. Brady jogou e ganhou seu primeiro Super Bowl no segundo ano na liga, o primeiro como titular. Mahomes chegou perto de repetir o feito em 2018, sendo derrotado na final da Conferência Americana pelos Patriots de quem? Tom Brady.

Brady conquistou seu segundo Super Bowl na quarta temporada, aos 26 anos. Se vencer domingo, Mahomes terá seu segundo anel também na quarta temporada, com apenas 25 anos de idade.

Mahomes tem mais braço que Brady – e que qualquer outro QB que já se destacou na NFL moderna. Ele tem força e precisão que o tornam capaz de fazer lançamentos que só ele consegue. Tem agilidade, mobilidade, é capaz de punir as defesas também correndo com a bola, não apenas passando.

Mahomes em jogo contra os Browns em 2018 — Foto: Kirk Irwin/Getty Images

Mahomes em jogo contra os Browns em 2018 — Foto: Kirk Irwin/Getty Images

Se não tiver contusões sérias ao longo da carreira e continuar contando com uma equipe competitiva ao seu redor, na minha opinião, Mahomes tem as ferramentas para quebrar todos os recordes estatísticos importantes da NFL. E se além de jardas e touchdowns conseguir também acumular títulos, vai entrar na conversa com Brady sobre quem é o maior da história.

Claro, o caminho ainda é muito longo, e Mahomes ainda tem muito a provar, mas neste momento trata-se de um jogador com um talento sem comparação. Como eu gosto de dizer, é necessário sempre respeitar e honrar o passado, mas é preciso também saber identificar quando a história está sendo escrita diante dos nossos olhos. Mahomes é especial.

Se Brady e Mahomes vão entregar tudo que se espera do duelo não dá para saber, não depende só deles. Mas uma coisa a dupla já conseguiu: pela primeira vez na história, os quarterbacks vencedores dos dois últimos Super Bowls vão se enfrentar em uma decisão.

Vamos desfrutar deste momento único. No futuro, o Super Bowl deste domingo poderá ser lembrado como a final que reuniu os dois maiores jogadores da história. Não dá pra pedir mais do que isso.

Estádio Super Bowl LV Tampa NFL — Foto: Twitter/NFL Brasil

Estádio Super Bowl LV Tampa NFL — Foto: Twitter/NFL Brasil

. . . Fonte: GE – Globo Esporte.
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