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Opinião: Abel Ferreira faz Palmeiras ignorar “linha vermelha” e se aproximar de final

A "red line" que o técnico Abel Ferreira vinha citando há uma semana sua equipe simplesmente desconsiderou na última terça-feira, na primeira semifinal da

Palmeiras
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Redação Publicado em 06/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h10


Ousadia e correção estratégica levam time a uma vitória surpreendente contra o River Plate

A “red line” que o técnico Abel Ferreira vinha citando há uma semana sua equipe simplesmente desconsiderou na última terça-feira, na primeira semifinal da Libertadores, em Avellaneda, na Argentina, na vitória do Palmeiras por 3 a 0 em cima do River Plate, que deixa o time mais perto da final da competição.

A linha vermelha do limite físico e a linha vermelha que, estampada em diagonal sobre a vitoriosa camiseta branca do River Plate, assustou muito time sul-americano na década. Mas não o Palmeiras.

Trajado com seu tradicional uniforme verde, o Palmeiras – com o perdão do clichê – foi muito maduro. Mesmo com três meninos. Sim, Abel Ferreira ousou ao escalar um meio-campo com três garotos formados na base para encarar o poderoso rival argentino: Patrick de Paula, Danilo e Gabriel Menino.

A vitória por 3 a 0 passou por praticamente todos os jogadores, mas muito por esse trio. Depois de um início assustado, encurralado pelo River Plate, que parou em uma grande defesa do goleiro Weverton, o Palmeiras se reconfigurou para se encaixar em campo. Passou a atuar com cinco jogadores na primeira linha defensiva.

Quando sem a bola, a primeira das linhas tinha Gabriel Menino (numa noite impecável como lateral-direito que fez de tudo, inclusive catimba), Marcos Rocha (fechando a marcação por dentro, mais próximo da zaga), Gustavo Gómez, Alan Empereur (escalado de última hora depois de um problema físico de Luan) e Matías Viña.

Melhores momentos: River Plate 0 x 3 Palmeiras, pelas semifinais da Libertadores

Melhores momentos: River Plate 0 x 3 Palmeiras, pelas semifinais da Libertadores

A rápida correção estratégica de Abel Ferreira devolveu seu time à partida. Com uma ajudinha do goleiro Armani, é verdade: numa saída confusa, ele entregou a bola nos pés de Rony, que finalizou com força para abrir o placar aos 26 minutos do primeiro tempo. Quatro minutos depois, já estaria 2 a 0, se o belo gol de Gustavo Scarpa não tivesse sido (corretamente) anulado em sua origem.

Mas esse impedimento não impediu que o Palmeiras alargasse a vantagem. No primeiro minuto da etapa final, Luiz Adriano marcou o segundo. Aos 16 minutos, dois minutos após a expulsão de Carrascal – que havia desperdiçado aquele gol no começo do jogo –, Matías Viña fechou a conta.

Mesmo diante da “red line” física, o Palmeiras não parou de correr. Perdeu outras boas chances de gol até o apito final. Sem parar de correr, porém.

Gabriel Menino disputa com Nacho Fernández — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Gabriel Menino disputa com Nacho Fernández — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Até por isso, apesar do excelente resultado em Buenos Aires, é plausível supor que Abel Ferreira poupe jogadores no sábado, quando tem compromisso pelo Campeonato Brasileiro contra o Sport.

Na próxima terça-feira, o Palmeiras tenta confirmar vaga na decisão da Libertadores jogando em casa, ocasião em que, mais do que qualquer linha (como a sua linha atacante de raça), o time alviverde poderá contar com sua defesa (que, os números mostram, poucos passam). Foram somente quatro gols em todo o torneio.

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GE – Globo Esporte.

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