A operação Acolhida retirou mais de 300 venezuelanos das ruas de Boa Vista nesta quinta-feira (13). A maior parte deles, cerca de 244, viviam em um
Redação Publicado em 13/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h52
A operação Acolhida retirou mais de 300 venezuelanos das ruas de Boa Vista nesta quinta-feira (13). A maior parte deles, cerca de 244, viviam em um acampamento precário no bairro São Vicente, zona Sul da cidade. Eles seguem para abrigos de refugiados sem-teto na capital.
A ação de retirada começou por volta das 4h e foi até as 6h. Homens, mulheres e crianças foram recolhidas das ruas e levadas de ônibus ao Centro de Triagem em Boa Vista. Lá são atendidos, e vão sendo distribuídos, principalmente, em três abrigos: Latife Salomão, Nova Canaã e Santa Tereza.
“Estou feliz. Saímos da rua e agora vamos ficar em uma condição melhor”, resumiu Lilibeth Abreu, 26, grávida de três meses que vivia no acampamento perto do abrigo São Vicente. Ela disse que deseja participar do processo de interiorização do governo federal. “Quero ir para São Paulo”.
Os mais de 300 venezuelanos recolhidos viviam também nas ruas dos bairros Nova Canaã e em outros pontos da cidade. As vagas agora ocupadas por eles nos abrigos foram as remanescentes dos últimos processos de interiorização – só nesta semana foram 377 venezuelanos levados ao Rio Grande do Sul em voos da Força Aérea Brasileira (FAB).
“Boa Vista é toda mapeada e nosso pessoal vê onde tem imigrantes em maior situação de vulnerabilidade para recolhê-los”, explicou o major Tássio de Oliveira, chefe da Comunicação da Operação Acolhida. “As vagas em abrigos vão surgindo de acordo com a abertura de novas unidades, ou do processo de interiorização, que foi o caso agora”.
Após a saída dos imigrantes do acampamento no entorno do São Vicente, outros venezuelanos que seguem em situação de rua foram até o local em busca do que ficou para trás. Eles recolhiam lonas, estruturas de barracas, pedaços de madeira, vasilhas e até roupas velhas antes que o lixo fosse levado pela prefeitura de Boa Vista.
“Peguei um colchão para o meu filho. Ele tem três anos e mora comigo na rua, dorme no chão”, relatou Emiliano Vicent, 42. Ele buscou ainda um copo e um sapato deixado por venezuelanos levados pelo Exército. “Também queremos ir para abrigos, mas estamos esperando por vagas”.
“Recolhemos barracas, cadeiras, lonas e uma camisa. Queremos dar aos venezuelanos que estão nas ruas”, disse Katiuska Ramos, 43, ao lado do marido, Prospero Cedeño, 31. Ambos estão em Boa Vista há 2 anos e hoje moram no abrigo São Vicente. “Já vivemos na rua e sabemos como é duro”.
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