O projeto de construção de uma barragem no Ribeirão dos Índios prometia resolver o problema do abastecimento de água na região norte de Marília (SP). Mas
Redação Publicado em 27/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h20
O projeto de construção de uma barragem no Ribeirão dos Índios prometia resolver o problema do abastecimento de água na região norte de Marília (SP). Mas depois de 18 anos, a obra ainda não ficou pronta e só trouxe a devastação da mata ciliar e o assoreamento do rio.
Washington Moreno, morador da cidade, conta que viu quando as obras começaram, mas depois de tanto tempo, já está perdendo as esperanças.
“A gente vê uma obra dessas sendo feita e fica cheio de esperança, pensando que nunca mais vai faltar água no nosso bairro, mas a realidade é completamente o contrário disso”, diz o jovem.
Foram várias interrupções e atrasos durante a construção que já custou quase R$ 8 milhões aos cofres do município, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
Em 2009, o MPF e a Prefeitura de Marília assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que a obra fosse concluída, mas o acordo não foi cumprido.
Depois, em 2016, o ex-prefeito Abelardo Camarinha e o ex-secretário José Luis Dátilo foram condenados pela Justiça por improbidade administrativa e irregularidades nos contratos da obra.
A prefeitura apresentou neste ano ao MPF um novo projeto para retomada das obras. No entanto, dois estudos complementares foram pedidos pelo órgão federal para serem analisados: um sobre o assoreamento do ribeirão e outro da vazão do curso de água.
A medida, segundo o MPF, é pra evitar que mais dinheiro público seja desperdiçado na obra. No entanto, ainda não há prazo para a finalização da barragem.
Em nota, a Prefeitura de Marília informou que “para a retomada das obras o município aguarda uma decisão final da Justiça Federal ou um acordo com o MPF, visto que a totalidade da obra implica em grande dispêndio de dinheiro sem que tenha o necessário benefício à população”.
Ainda de acordo com a administração municipal, “um acordo para aproveitar o que já está construído é o que melhor atende o interesse público e à eficiência nos gastos do dinheiro público”.
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