"Ele pode ser o cara certo para o Bayern, mas precisa ganhar títulos. Se não ganhar, é porque algo está errado". O elogio com um toque de cobrança veio do
Redação Publicado em 17/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h38
“Ele pode ser o cara certo para o Bayern, mas precisa ganhar títulos. Se não ganhar, é porque algo está errado”. O elogio com um toque de cobrança veio do ídolo alemão Lothar Matthäus horas antes do técnico Julian Nagelsmann disputar sua primeira decisão no comando do Bayern de Munique, a Supercopa da Alemanha, contra o Borussia Dortmund, há exatamente um mês.
Sem meias palavras, Matthäus definiu os diferentes níveis de expectativa entre um treinador promissor, o que Nagelsmann já havia confirmado ser com bons trabalhos seguidos no Hoffenheim e, principalmente, no RB Leipzig, e o comandante de uma das potências do futebol europeu, sempre favorito nas competições domésticas.
Aos 34 anos, completados no dia 23 de julho, Nagelsmann é o mais jovem treinador a assumir o Bayern, clube seis vezes vencedor da Liga dos Campeões da Uefa, tetracampeão mundial e dono do recorde de 32 títulos alemães, sendo os últimos nove consecutivos, entre outras conquistas.
Se as taças se multiplicam na sede do clube, para o novo técnico elas ainda são um objetivo a alcançar. Até assumir o Bayern, suas principais “conquistas” tinham sido livrar o Hoffenheim do rebaixamento na temporada 2015/16, quando estreou na carreira de treinador, aos 28 anos, e levar o RB Leipzig à semifinal da Liga dos Campeões, em 2019/20, e ao vice-campeonato da Copa da Alemanha, na última temporada.
Talvez Nagelsmann não tenha sequer ouvido a declaração de Matthäus no evento de promoção da Supercopa, mas certamente já tinha assimilado as palavras do CEO do Bayern, o ex-goleiro Oliver Khan, na sua apresentação oficial como treinador do clube, no dia 7 de julho:
– Ele tem as qualidades para isso, e nós estamos completamente convencidos de que Julian é a pessoa correta para a gente atingir nossos objetivos – completou o ex-goleiro da seleção alemã e do Bayern, sentado ao lado do novo técnico na entrevista coletiva realizada na sede do Bayern.
Nagelsmann é só um ano mais velho que Lewandowski
Cercado de altas expectativas, Nagelsmann estreou oficialmente no Bayern com um empate em 1 a 1 com o Borussia Mönchengladbach, na abertura da Bundesliga, dia 13 de agosto. Quatro dias depois, veio o primeiro teste de fogo, na final da Supercopa da Alemanha, poucas horas após o veredicto de Matthäus: “Precisa ganhar títulos”.
Dito e feito. Na casa do adversário, o Bayern venceu o Borussia Dortmund por 3 a 1, garantindo o primeiro troféu da carreira do novo treinador. Um resultado construído pelos dois pilares do time, ambos da “geração” Nagelsmann: Robert Lewandowski, 33 anos, um a menos que o técnico, fez dois gols, e Thomas Müller, 32, marcou o outro.
– Ele é muito claro nas suas ideias sobre futebol, isso é o que nós ainda podemos observar quando vemos os seus times jogando. Depois de dez anos, ele tem a sensibilidade de saber quando deve forçar e quando deve esperar. Com a experiência que adquiriu, ele tem ainda mais paciência para saber como fazer as coisas, como lidar com os jogadores, não apenas pressionando-os mas também entrando nas suas mentes e nos seus corações. Isso é algo que vem com a experiência, claro – observou Kramer.
Nagelsmann trabalhou com Tuchel no início da carreira
Ex-zagueiro do Augsburg, Nagelsmann desistiu do futebol em 2008, aos 21 anos, sem sequer ter atuado profissionalmente, devido a seguidas lesões no joelho. Tornou-se analista no próprio clube, trabalhando com o também iniciante técnico Thomas Tuchel, hoje o consagrado campeão da Champions League com o Chelsea.
Formado em Ciência do Esporte, Nagelsmann foi auxiliar nos times sub-17 do Munique 1860 e, em seguida, do Hoffenheim. Em 2012, aos 25 anos, foi chamado para integrar a comissão técnica de Kramer no time principal. A diretoria já tinha visto nele o futuro treinador da equipe, posição que ele assumiu em fevereiro de 2016, substituindo Huub Stevens, que se afastou do cargo aos 62 anos por problemas cardíacos.
Na estreia como técnico, tinha uma só tarefa: salvar do rebaixamento um time que tinha vencido só duas das 20 partidas disputadas. Nas 14 rodadas restantes, levou o Hoffenheim ao 15º lugar, uma posição e um ponto acima da zona da degola.
Atacante do Hoffenheim naquela temporada, o brasileiro Joelinton, hoje no Newcastle, da primeira divisão inglesa, destaca duas características que percebeu no jovem treinador: conhecimento tático e gestão de elenco.
– A gente estava numa fase muito difícil em 2016. Ele salvou o time do rebaixamento, junto com os jogadores, e no primeiro ano que ele teve desde o início, fez uma boa campanha e levou o time a jogar os playoffs da Champions. Sempre mostrou ser um profissional muito capaz. Eu sabia que uma hora ou outra ele ia chegar numa equipe grande como o Bayern – completou.
Invicto após sete jogos oficiais pelo Bayern
Em apenas cinco anos, mesmo sem títulos no currículo, Nagelsmann ganhou a confiança do gigante da Baviera para ser o substituto de Hansi Flick, o técnico que levou o Bayern à Tríplice Coroa na temporada 2019/20 (Champions League, Alemão e Copa da Alemanha), e saiu este ano para assumir a seleção alemã.
Por enquanto, o início é mais do que satisfatório. Desde a conquista da Supercopa, o Bayern de Nagelsmann só faz vencer: além da vitória sobre o Borussia Dortmund na final, foram três triunfos na Bundesliga, o último deles sobre sua ex-equipe, o RB Leipizg; uma goleada impressionante de 12 a 0 sobre o modesto Bremer SV, da quinta divisão, pela Copa da Alemanha; e o 3 a 0 da última terça sobre o Barcelona, na estreia do time na Liga dos Campeões da Uefa.
Neste sábado, o Bayern pode assumir, ainda que provisoriamente, a liderança do Campeonato Alemão. Com dez pontos, a equipe bávara recebe o Bochum, 13º colocado. O líder Wolfsburg, com 12 pontos, entra em campo no domingo, no encerramento da quinta rodada, em casa, contra o Eintracht Frankfurt.
Criado em Landsbergh am Lech, a 65 quilômetros de Munique, Nagelsmann sabe que uma Supercopa da Alemanha significa muito pouco, e a liderança do Alemão não passa de rotina para o clube. Por ora, só servem como um bom cartão de visitas. Para conquistar a torcida – e cumprir as expectativas dos ídolos do passado -, ele ainda tem toda uma temporada pela frente. Se os olhos do mundo esperam títulos, o jovem treinador sabe que pode entregar mais do que isso.
– Essa é a principal tarefa, continuar nesse caminho de sucesso. Não se trata de virar tudo de cabeça para baixo, trata-se de perceber a qualidade da equipe a cada jogo, na Champions League, na Copa da Alemanha, na Supercopa, na Bundesliga. Para que todos na arquibancada possam se identificar com a equipe e possam dizer: “Ok, foi divertido”. Futebol, afinal, ainda tem que ser um jogo divertido. É isso que espero – disse Nagelsmann em entrevista à TV do Bayern ao assumir a equipe, em julho.
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Globo Esporte
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