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Número de paulistanos que não conseguem pagar aluguel, aumenta durante pandemia

Um levantamento do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) mostra que a inadimplência nos contratos de aluguel na capital foi de

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Redação Publicado em 24/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 21h45


Inadimplência na capital foi de menos de 5% em fevereiro para 7,35% em março, primeiro mês da pandemia do novo coronavírus, segundo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci).

Um levantamento do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) mostra que a inadimplência nos contratos de aluguel na capital foi de 4,94% em fevereiro para 7,35% em março, primeiro mês da pandemia do novo coronavírus. A alta foi de cerca de 50%.

A devolução de casas e apartamentos alugados foi 28,10% maior que o número de novos contratos de aluguel celebrados, segundo a associação. A pesquisa foi feita com 222 imobiliárias na cidade de São Paulo.

A falta de pagamento do aluguel pode levar a uma ação de despejo movida pelo dono do imóvel. O senado aprovou, nesta semana, um projeto de lei que proíbe o despejo durante o período da pandemia, mas a lei ainda não está em vigor porque aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a advogada Daniele Akamine, já há decisões judiciais que, levando em conta a crise causada pelo coronavírus, proibiram o despejo de inquilinos inadimplentes. No entanto, o ideal é tentar um acordo com o proprietário do imóvel para evitar a inadimplência.

“O ideal é tentar uma saída amigável, seja reduzindo o valor dessa locação, seja diluindo os valores para pagamentos futuros, ou utilizando até mesmo aquela garantia que se deu para fazer esse pagamento durante esse período. Em alguns casos até mesmo a suspensão do pagamento pode ser pedida”, afirma Akamine.

“Não existe na lei nada que fale que é obrigado haver um acordo entre as partes nesse momento, mas aí acho que vale o bom senso de todo mundo pra se chegar num acordo e evitar ir a demandas judiciais que costumam ser caras e demoradas”, completa.

Atraso no financiamento

Para muita gente também está difícil pagar em dia o financiamento da casa própria. A Caixa Econômica Federal autorizou a suspensão do pagamento das prestações por quatro meses. Para aderir, o consumidor precisa entrar em contato com o banco.

Os valores das parcelas suspensas serão incorporados ao saldo devedor, sem alteração da taxa de juros e do prazo. Segundo a Caixa, 2,3 milhões de clientes já suspenderam parcelas de financiamentos imobiliários.

Para Daniele Akamine, advogada, trata-se de uma opção interessante para evitar a inadimplência.

“Se você ficou inadimplente é importante você buscar o banco e tentar essa renegociação essa composição também para que você não fique inadimplente e não corra o risco de perder o seu imóvel”, explica.

“Não existe nenhuma legislação diferente em relação a isso por conta da pandemia, se você deixou de pagar seu financiamento imobiliário, esse imóvel pode ir a leilão e você ficar sem ele.”

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