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Novo apagão pode ter sido causado por problema em linha de transmissão

A interrupção no fornecimento de energia elétrica para 13 das 16 cidades do Amapá, ocorrida na noite desta terça-feira (17), em meio à crise de abastecimento

Novo apagão pode ter sido causado por problema em linha de transmissão
Novo apagão pode ter sido causado por problema em linha de transmissão

Redação Publicado em 19/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h05


Falha afetou 13 cidades do Amapá

A interrupção no fornecimento de energia elétrica para 13 das 16 cidades do Amapá, ocorrida na noite desta terça-feira (17), em meio à crise de abastecimento que começou no último dia 3, pode ter sido causada por uma falha em uma linha de transmissão.Novo apagão pode ter sido causado por problema em linha de transmissãoNovo apagão pode ter sido causado por problema em linha de transmissão

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), há indícios de que o problema teve origem no momento da energização da linha de transmissão Santa Rita-Equatorial, pertencente à Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), empresa controlada pelo governo estadual e responsável por distribuir a energia elétrica para todo o estado.

A CEA, no entanto, informou à imprensa que não identificou nenhuma falha no processo de energização.

O ONS também reiterou informações já divulgadas pelo Ministério de Minas e Energia, segundo as quais uma instabilidade causou o repentino desligamento automático do transformador da subestação de Macapá, “apenas no lado da distribuição”, e da Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes, localizada na cidade de Ferreira Gomes (AP).

A subestação é operada pela empresa privada Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), pertencente ao grupo Gemini Energy, que, já na noite de terça-feira, emitiu um comunicado informando que o novo apagão não teve origem na linha de transmissão e que não houve nenhum problema no transformador instalado na subestação de Macapá. Já a usina Coaracy Nunes é explorada pela Centrais Elétricas do Norte (Eletronorte), uma subsidiária da estatal Eletrobras.

A interrupção do fornecimento ocorreu às 20h27. Na sequência, houve outros dois desligamentos no mesmo transformador da subestação de Macapá, às 21h03 e às 21h20, enquanto técnicos tentavam solucionar o problema.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o fornecimento só pôde começar a ser gradualmente restabelecido a partir das 21h26, quando a carga energética entregue para distribuição começou a ser recomposta até atingir o mesmo patamar em que vinha operando antes do novo apagão, ou seja, com 80% da capacidade integral.

A normalização da carga só foi concluída à 1h04 de quarta-feira (18), quase quatro horas após o início do blecaute. Ainda assim, devido ao rodízio que já estava em vigor, moradores de algumas localidades só puderam contar com o serviço depois das 4h, conforme a escala que já havia sido divulgada pela CEA.

Investigação

As causas do incêndio que destruiu um transformador da LMTE na noite do dia 3, lançando o estado às escuras, e o motivo do blecaute desta terça-feira estão sendo investigadas. Na quarta-feira (11), a Polícia Civil do Amapá divulgou o resultado de um laudo preliminar, apontando que, ao contrário do que a LMTE informou inicialmente, o incêndio no transformador da subestação de Macapá não foi causado por um raio, mas pelo superaquecimento em uma peça do equipamento.

Na sexta-feira (13), a 2ª Vara Federal Cível do Amapá estendeu o prazo para que a LMTE restabeleça integralmente o fornecimento energético para todo o estado, sob pena de multa de R$ 50 milhões.

Após o apagão desta semana, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que voltaria ao estado para verificar as medidas adotadas para sanar o problema. Acompanhado de uma comitiva formada por secretários da pasta e representantes do ONS e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Albuquerque deve chegar a Macapá na tarde de hoje.

Desde o último dia 4, o ministério montou uma força-tarefa para enfrentar a crise; a estatal Eletronorte assumiu o fornecimento emergencial de energia e as Forças Armadas foram mobilizadas para transportar equipamentos e suprimentos para o estado a fim de atender à população. Segundo o ministério, geradores enviados ao Amapá em caráter emergencial devem entrar em operação nos próximos dias.

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Agência Brasil

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