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Nove pessoas com Covid-19 morreram aguardando vaga em UTI em Taboão da Serra – SP

Nove pacientes que estavam internados com Covid-19 morreram à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Taboão da Serra, na Grande São

Nove pessoas com Covid-19 morreram aguardando vaga em UTI em Taboão da Serra – SP
Nove pessoas com Covid-19 morreram aguardando vaga em UTI em Taboão da Serra – SP

Redação Publicado em 09/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h08


Outros 17 pacientes estão na fila à espera de uma vaga na UTI pelo governo do estado.

Nove pacientes que estavam internados com Covid-19 morreram à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, segundo a prefeitura da cidade informou à TV Globo. Com ocupação máxima, o sistema de saúde do município começou a entrar em colapso. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que uma cidade da Grande São Paulo registra mortes de pacientes à espera de leitos.

A cidade ainda tem 17 pacientes na fila de espera de uma vaga na UTI pelo governo do estado. A Prefeitura de Taboão informou ainda que começou a solicitar a transferência de pacientes para outras cidades no dia 3 de março, mas ainda não foi atendida. A ocupação de leitos na Grande São Paulo está em 81,2%.

As vítimas começaram a morrer à espera de UTI na sexta-feira:

  • Na sexta-feira (5) morreram uma mulher de 76, outra de 73 anos, um homem de 75 anos e um homem de 58
  • No sábado (6) uma mulher de 95, outra de 74 e um homem de 46 anos
  • No domingo (7) um homem de 52 anos
  • Nesta segunda (8) um homem de 72 anos

    Segundo dados da Secretaria da Saúde, o estado tem 19.657 pacientes hospitalizados com quadro confirmado ou suspeito da doença, sendo que 11.000 pessoas estão internadas em leitos de enfermaria e outras 8.657 em leitos UTI.

    O total de pacientes internados bateu recordes todos os dias desde 27 de fevereiro: naquela data, o estado tinha 15,5 mil pacientes em leitos de internação, valor que já constituía um recorde. Nesta segunda, são 19,6 mil, o que representa 4,1 mil pessoas a mais em 10 dias.

    A média móvel de mortes por coronavírus também foi a maior desde o início da pandemia nesta segunda (8), com 291 óbitos causados pela doença por dia. Além disso, a taxa de ocupação de UTIs do estado de São Paulo também alcançou seu maior índice histórico, com 80,9% dos leitos ocupados.

    Procurada pelo SP2, a secretaria estadual da Saúde, responsável pelo sistema que faz a gestão de leitos e direciona pacientes a partir dos pedidos das prefeituras. A secretaria informou que não é responsável por liberar ou criar vagas e a análise dos pedidos é conforme o grau de urgência. O estado mantêm 26 leitos exclusivos para Covid-19 em Taboão da Serra.

    Hospitais de campanha

    O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (8) a abertura de 11 novos hospitais de campanha no estado. A previsão é a de que as estruturas sejam liberadas até o dia 31 de março.

    Eles serão montados nas cidades de Santo André, Andradina, Santos, Barretos, Botucatu, Campinas, Ourinhos, Tupã, Itapetininga, Fernandópolis e na capital paulista.

    As unidades serão instaladas junto aos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) de cada uma das cidades, exceto os hospitais de campanha de Fernandópolis, que será montado junto à Unidade de Reabilitação Lucy Montoro, e da capital, que será vinculado ao Hospital São José, na Zona Norte da cidade de São Paulo.

    Para a presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), a abertura de novos leitos em um cenário de transmissão descontrolada é insuficiente. “O tempo de internação desses pacientes [com Covid-19] é mais prolongado, mais que o dobro do paciente de terapia intensiva normal. Então rapidamente esse recurso se esgota novamente. A única saída quando temos a situação de colapso é parar os casos na comunidade”. Afirma Suzana Lobo.

Por G1

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