O ato de plagiar teses acadêmicas já custou o emprego de diversas autoridades europeias, incluindo o de um presidente húngaro, dois ministros alemães e uma
Redação Publicado em 08/10/2020, às 00h00 - Atualizado às 14h54
O ato de plagiar teses acadêmicas já custou o emprego de diversas autoridades europeias, incluindo o de um presidente húngaro, dois ministros alemães e uma ministra espanhola.
Na Alemanha, dois ministros da chanceler alemã, Angela Merkel, pediram demissão após serem acusados de plágio e terem seus títulos cancelados pelas universidades em que estudaram. Em 2011, jornalistas divulgaram vários trechos plagiados na tese de doutorado do ministro da Defesa, Karl-Theodor Guttenberg. Ele teve o título de doutor em direito cancelado pela universidade e virou motivo de chacota. Os alemães passaram a brincar que seu sobrenome era Googleberg, uma referência ao uso de textos copiados da internet. Dois anos depois, foi a vez da ministra da Educação, Annette Schavan, pedir demissão após denúncias de plágio em sua tese em filosofia.
Na Hungria, o presidente Pál Schmitt (foto) renunciou em 2012 após uma revista divulgar os trechos plagiados da tese de doutorado que ele apresentou em 1992 na Universidade de Medicina Semmelweis, em Budapeste. O trabalho, sobre os jogos olímpicos modernos, era praticamente a tradução de um texto búlgaro. A instituição iniciou uma investigação interna e cancelou o título de doutor do presidente. Em seguida, ele renunciou. “Nesta situação, sinto que é minha obrigação terminar as minhas funções e renunciar”, disse Schmitt.
Em 2018, a ministra de Saúde da Espanha, Carmen Montón, foi forçada a renunciar após acusações de plágio em sua tese de mestrado na Universidade Rei Juan Carlos, em Madri. Em seu trabalho sobre reprodução assistida, ela copiou parágrafos e páginas inteiras de textos encontrados na internet, incluindo alguns verbetes da Wikipedia. Carmen também teve contestado seu título, pois não tinha completado todas as aulas para apresentar sua tese.
Em seguida, quem foi acusado de plágio foi o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. Opositores pediram para que ele desse explicações ao Congresso sobre denúncias de plágio em sua tese de doutorado, de 2011. Críticos de Sánchez disseram que, além de copiar trechos de outros autores, a tese teria sido escrita por outra pessoa. A iniciativa não prosperou porque partidos ligados ao governo barraram a convocação.
Nesta quarta-feira, 7, Crusoé revelou que a dissertação de mestrado apresentada em 2015 pelo desembargador Kassio Marques, escolhido por Bolsonaro para a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal, contém trechos inteiros copiados de artigos publicados quatro anos antes por um amigo dele, o advogado Saul Tourinho.
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Crusoé
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