Mais um capítulo dos supostos casos de assédio praticados pelo humorista Marcius Melhen surgiram neste sábado (24).
Redação Publicado em 25/10/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h12
Mais um capítulo dos supostos casos de assédio praticados pelo humorista Marcius Melhen surgiram neste sábado (24).
Mayra Cotta, a advogada de defesa das vítimas, contou em entrevista exclusiva a Môniga Bergamo, da Folha de São Paulo, detalhes da ação movida contra o comediante. Não são apenas assédios morais, como também sexuais.
“Havia um chefe [Melhem] que se vale de sua posição para tentar usar o poder que tinha de contratar ou demitir para as constranger a se envolver com ele. Marcius Melhem foi um chefe que atuou de forma muito violenta com várias atrizes. Que assediou moralmente também outros funcionário“, explicou a advogada.
Ela contou também que havia um comportamento recorrente, de trancar as atrizes e tentar agarrá-las, contra a vontade delas. Além de assediá-las por mensagens, segundo Cotta.
“De prejudicar as carreiras de mulheres que o rejeitaram. De ficar obcecado, perseguindo mesmo. Foi um constrangimento sistemático e insistente, muito recorrente“, detalha em entrevista.
“Foram casos de assédio sexual mesmo. De mulheres falando ‘não, não quero, me solta. Não vou beijar, não vou ficar com você.’ E ele tentando, agarrando. Não tem zona cinzenta, isso é violência. E aí tem algo muito sério. Ele era chefe delas“, reforçou.
“São seis vítimas de assédio sexual e seis testemunhas. Há vítimas de assédio moral. E há um grupo de apoio a elas, de mais de 30 pessoas, que apoiam ou que foram testemunhas dos casos de assédio. Do grupo fazem parte homens também, que acreditam nelas, que estão sendo muito firmes nessa luta“, acrescentou a defensora criminalista. Nenhum nome das vítimas foi identificado.
Pouco tempo depois da entrevista ser publicada, Marcius Melhem usou seu twitter para dar a sua versão dos fatos citados. “Diante de acusações tão graves q de forma alguma cometi, o q eu posso fazer? Negar. Eu coloco à disposição toda minha comunicação que tenho arquivada, com qualquer pessoa que tenha trabalhado ou se relacionado comigo nesses anos“, defendeu-se.
“Qualquer pessoa que me conheça, que tenha convivido minimamente comigo sabe que é impossível eu praticar alguma violência, especialmente contra as mulheres. Jamais seria capaz de emparedar alguém à força. No compliance da Rede Globo, tudo foi apurado e investigado rigorosamente. Saí pela porta da frente da emissora que trabalhei por 17 anos“, concluiu Melhem, que se desligou em agosto da TV Globo.
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