A 34ª Bienal de São Paulo chega no mês que vem com a proposta de destacar as semelhanças entre os processos criativos de cada artista. Este ano, a bienal leva
Redação Publicado em 26/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h21
A 34ª Bienal de São Paulo chega no mês que vem com a proposta de destacar as semelhanças entre os processos criativos de cada artista. Este ano, a bienal leva o título Faz Escuro mas Eu Canto, verso do poeta amazonense Thiago de Mello (Barreirinha, 1926),
De acordo com os organizadores, a programação vai apresentar as obras de forma encadeada. De fevereiro a agosto, serão apresentadas três exposições individuais, começando pela peruana Ximena Garrido-Lecca que, em sua pesquisa, examina a história do Peru e explora o impacto cultural dos padrões neocoloniais. Na sequência, vêm a brasileira Clara Ianni e a fotógrafa estadunidense Deana Lawson, em abril e julho, respectivamente.
Clara trata sobre como o capitalismo globalizado afeta o tempo, a história e o espaço. Já Deana é conhecida por se apropriar de fotografias encontradas e misturá-las àquelas que ela mesma registra. Seu trabalho provoca questionamentos sobre temas étnico-raciais.
Duas das exposições individuais, a de Ximena e a de Clara, serão abertas com ações performáticas de curta duração, de autoria de Neo Muyanga e León Ferrari. A programação conta, ainda, com uma terceira performance, do artista fluminense Hélio Oiticica. Falecido em março de 1980, ele nunca chegou a apresentar a obra, batizada de A Ronda da Morte, que consiste em um ambiente com ares circenses, no qual pessoas dançam e que é cercado por cavalos em movimento. O curador-geral da 34ª Bienal, Jacopo Crivelli Visconti, afirma que Oiticica concebeu a obra após regressar ao Brasil, depois de temporadas em Londres e em Nova York. “Era um pouco a resposta dele quanto ao que estava vendo nas cidades, que eram mudanças políticas de abertura, após o término da ditadura, mas que não alteravam substancialmente as estruturas de poder e as relações muitas vezes violentas”, diz.
A partir de setembro, as obras que integram as exposições individuais serão reunidas em uma mostra coletiva, que poderá ser visitada pelo público de 5 de setembro a 6 de dezembro, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Além da exposição coletiva, os organizadores vão promover mostras paralelas, em parceria com 25 instituições paulistas.
Visconti acrescenta que a pluralidade de perspectivas, presente nas exposições desta edição, é resultado da curadoria realizada por quatro profissionais, além dele. São eles: Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez.
Serviço
34ª Bienal de São Paulo – “Faz escuro mas eu canto”
Pavilhão Ciccillo Matarazzo | Parque Ibirapuera
Entrada gratuita
Exposições individuais:
Ximena Garrido-Lecca / Neo Muyanga: 8 de fevereiro a 15 março
Clara Ianni / León Ferrari: 25 de abril a 8 de junho
Deana Lawson: 25 de julho a 23 de agosto de 2020
Exposição coletiva*: de 5 de setembro a 6 de dezembro de 2020
* com performance de Hélio Oiticica na abertura
A programação organizada pelas 25 instituições parceiras da Fundação Bienal da São Paulo pode ser conferida no site da instituição.
AGENCIA BRASIL
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