O principal silo de armazenamento de grãos do Líbano, no porto de Beirute, foi destruído na explosão dessa terça-feira (4), o que deixou o país com menos de
Redação Publicado em 05/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h33
O principal silo de armazenamento de grãos do Líbano, no porto de Beirute, foi destruído na explosão dessa terça-feira (4), o que deixou o país com menos de um mês em reservas de grãos, embora ainda haja farinha suficiente para evitar uma crise, disse hoje (5) o ministro da economia, Raoul Nehme.
Um dia depois da devastadora explosão, Nehme afirmou à Reuters que o Líbano precisa de reservas para pelo menos três meses, a fim de garantir a segurança alimentar, e que estava olhando outras áreas para armazenamento.
A explosão foi a mais forte que já atingiu Beirute, cidade marcada por uma guerra civil há três décadas. A economia já estava desabando antes do incidente, com importações de grãos desacelerando, à medida que o país enfrentava dificuldades para obter moeda forte para as compras.
“Não há crise de pão ou farinha”, disse o ministro. “Nós temos estoques suficientes e barcos a caminho para cobrir as necessidades do Líbano no longo prazo”.
Ele afirmou que as reservas de grãos nos silos restantes do Líbano são suficientes para “pouco menos de um mês”, mas disse que o silo destruído estava com apenas 15 mil toneladas de grãos, muito menos que sua capacidade, que um oficial descreveu como de 120 mil toneladas.
O distrito portuário de Beirute foi destruído pela explosão, o que desativou o principal ponto de entrada para importações que alimentam uma nação com mais de 6 milhões de pessoas.
Ahmed Tamer, diretor do porto de Trípoli, a segunda maior instalação do Líbano, disse que o local não tem armazenamento de grãos, mas as cargas podem ser levadas para armazéns a 2 quilômetros de distância.
“Tememos um enorme problema na cadeia de suprimento, a menos que haja um consenso internacional para nos salvar”, disse Hani Bohsali, chefe de um sindicato de importadores.
Agências da Organização das Nações Unidas estão reunidas nesta quarta-feira para coordenar esforços de socorro a Beirute, disse Tamara al-Rifai, porta-voz da agência palestina de refugiados UNRWA.
“As pessoas são extremamente pobres, é cada vez mais difícil para qualquer um comprar comida, e o fato de Beirute ser o maior porto do Líbano torna a situação muito ruim”, disse ela. “Estamos olhando para Trípoli, mas é um porto muito menor”.
As reservas de farinha eram suficientes para cobrir as necessidades do mercado por um mês e meio e havia quatro navios transportando 28 mil toneladas de trigo em direção ao Líbano, disse Ahmed Hattit, chefe do Sindicato dos Importadores de Trigo, ao jornal Al-Akhbar.
O Líbano está tentando transferir imediatamente para o porto de Trípoli quatro navios que transportam 25 mil toneladas de farinha, disse um representante do governo ao canal de notícias LBCI.
REUTERS
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