O ortopedista também era vereador na cidade
Nathalia Jesus Publicado em 26/05/2023, às 11h38
Oito mulheres procuraram a polícia para denunciar o médico Laerte Fogaça Souza Filho, por assédio sexual. O ortopedista atende na região de Igarapava, no interior de São Paulo. As denúncias foram feitas na última quinta-feira (25).
Nas investigações da Polícia Civil, foi encontrado um padrão contra as vítimas.
“Os boletins de ocorrência antigos contra ele têm uma similitude muito grande no modus operandi para praticar os abusos. Isso é um indício de que ele poderia estar praticando esse ato com frequência. É bem parecida a maneira como expõe as vítimas. Sempre tem a maca envolvida, um atrito, uma fricção de genitália que a vítima sempre acha estranho e percebe na hora”, diz o delegado Gustavo Fernando Tomaz da Silva.
O médico, que também é vereador pelo PDT em Ituverava, segue sendo investigado, segundo informações do g1. Como ortopedista, ele atua nas cidades de Aramina, Guará e Igarapava, todas no interior paulista.
O advogado de Laerte, Matheus Queiroz de Souza, nega que as acusações contra o médico sejam verdadeiras:
“O acusado é inocente e desconhece totalmente as imputações que lhe são impostas pelas supostas vítimas. No decorrer da instrução processual, o Dr. Laerte terá a oportunidade de expor a verdade dos fatos e, ao mesmo tempo, comprovar a sua inocência. Cumpre ressaltar que o Dr. Laerte possui conduta irrepreensível na vida pública e privada, bem como no atendimento aos pacientes e convívio com colaboradores.”
Na quarta-feira desta semana (24), Laerte foi preso depois que uma paciente o denunciou por assédio sexual logo após deixar a consulta no Hospital dos Canavieiros. A mulher, de 37 anos, contou à polícia que o médico encostou o pênis ereto na perna dela por três vezes, quando ela estava deitada de bruços na maca para ser examinada.
Ao receber a denúncia, o delegado de Igarapava pesquisou o banco de dados da polícia e identificou que duas mulheres moradoras de Guará e de Aramina tinham registrado queixas contra o médico em 2020 e em 2022.
A cabeleireira Adélia Aparecida Souza da Silva, que fez boletim de ocorrência no ano passado, diz que o médico esfregou o pênis ereto na mão dela durante um atendimento em Guará.
“Deitei e ele começou a passar a mão nas minhas costas e ele colocou a mão na minha nádega. Eu nem sabia mais se eu estava ali mesmo. Foi muito constrangedor. Ele puxou meus braços pra trás, perguntando se doía, eu nem conseguia responder. Ele soltou meu braço e nisso ele ficou na beirada da maca e eu estava de olho fechado. Aí ele começou a esfregar o órgão genital dele na minha mão. Eu levantei, saí da sala e fui embora.”
Na quarta-feira, Laerte foi preso em flagrante em Igarapava, mas passou mal e precisou ser internado sob escolta da Polícia Militar na Santa Casa.
Ele passou por audiência de custódia na quinta-feira (25) e obteve na Justiça a liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 40 mil. O médico deve cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas manter distância das vítimas e de testemunhas e a proibição de atender mulheres.
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