Com cerca de R$ 60 milhões bloqueados desde abril, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, a Fenapaf, precisou recorrer a Jorge Ivo
Redação Publicado em 19/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h24
Com cerca de R$ 60 milhões bloqueados desde abril, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, a Fenapaf, precisou recorrer a Jorge Ivo Amaral, antigo conselheiro que confessou ter desviado R$ 10 milhões do sindicato gaúcho, para poder movimentar suas contas bancárias. A expectativa da atual gestão é que o repasse do dinheiro dos jogadores, bem como salários de funcionários e despesas da entidade, sejam regularizados nos próximos dias.
Jorge Ivo era membro do Conselho Deliberativo da Fenapaf e foi eleito tesoureiro na eleição de 2019, mas pediu renúncia no ano passado em meio à investigação do Ministério Público que apura desvios milionários dos cofres do sindicato do Rio Grande do Sul, do qual foi presidente. Ele desde então não prestava mais serviços à entidade que tem como atribuição, por exemplo, o recolhimento e pagamento dos direitos de arena de jogadores em competições nacionais.
Jorge Ivo Amaral, ex-presidente do Sindicato dos Atletas do Rio Grande do Sul — Foto: reprodução
Em dezembro de 2020, a Fenapaf promoveu Assembleia Extraordinária e Reunião da Diretoria para aprovar mudanças no estatuto, dentre as quais a extinção do antigo Conselho, exigência de capitães dos clubes de todas as divisões do futebol brasileiro. Além de Jorge Ivo, eram conselheiros vitalícios Rinaldo Martorelli, ex-goleiro que se perpetuava na presidência do sindicato paulista à custa de uma fortuna dos atletas; e Alfredo Sampaio, sindicalista do Rio que admitiu ter se apropriado de R$ 400 mil dos jogadores.
As atas desses encontros, no entanto, não foram aceitas pelo cartório de 1º Ofício de Notas da Comarca de Brasília/DF. A principal divergência diz respeito ao artigo do estatuto que diz que qualquer reforma deve ser votada por ao menos 2/3 dos sindicatos-membros. Na Assembleia que extinguiu o Conselho, oito das 12 entidades sindicalizadas votaram. Porém, o cartório entende que a Assembleia deveria ter a presença da diretoria executiva, do conselho fiscal e outros grupos.
A atual gestão levou o caso à Justiça, mas teve negados pela 14ª Vara Cível e Vara de Registros Públicos da Comarca de Brasília/DF um total de cinco pedidos de recurso para que pudesse movimentar as contas em caráter de urgência. Na última decisão, no dia 1º de outubro, a desembargadora Sandra Reves Vasques Tonussi rejeitou, também, a solicitação para que fosse apontado um interventor judicial.
– …não se revela prudente, em juízo de cognição sumária, autorizar ao novo presidente, isoladamente ou em conjunto com eventual administrador judicial, a movimentação das contas bancárias da agravante, porquanto se conferia a reportada atribuição ao Conselho Deliberativo e se encontra pendente de resolução a controvérsia acerca da higidez da extinção do órgão – diz um trecho da decisão da desembargadora.
Foi então que o atual presidente Fenapaf, Felipe Augusto Leite, decidiu recorrer a Jorge Ivo Amaral, que, conforme regramento do antigo estatuto, tem autonomia de administrar as finanças da entidade por ser o conselheiro mais velho. Ele garante, no entanto, que a participação do sindicalista investigado por corrupção consiste apenas na assinatura de ofícios relacionados aos bancos, e que Jorge Ivo não terá a liberdade para gerir as contas. Jorge não respondeu à tentativa de contato da reportagem.
– Estamos nessa missão de liberação das contas. Tentamos judicialmente, mas as decisões sempre nos mandam aguardar. Enquanto isso, o banco reconhece apenas a ata da eleição de 2019, é essa eleição que está valendo para os bancos. Diante desse impasse, foi ele (Jorge Ivo) quem nos procurou. Disse: “Felipe, se precisar, estou disposto a ajudar” – explicou Felipe Augusto ao ge.
Diante desse cenário, o departamento jurídico da Fenapaf emitiu comunicado a todos os sindicatos estaduais nesta segunda-feira informando que já “fez a atualização cadastral junto aos bancos” e que todas as movimentações serão tomadas somente com anuência da atual gestão.
A princípio, somente os atletas cujos sindicatos estão em dia com as obrigações com a Fenapaf (são eles Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Paraná e Pernambuco) receberão os pagamentos normalmente nos próximos dias. Os jogadores restantes terão que solicitar à entidade nacional o repasse direto, sem o intermédio dos sindicatos.
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