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Nasa inicia experimentos com um novo protótipo de banheiro

A ideia do homem na Lua ou em Marte, em futuras colônias, é cada vez mais cogitada por agências espaciais. Mas, para esta exploração, além de tecnologia é

Nasa inicia experimentos com um novo protótipo de banheiro
Nasa inicia experimentos com um novo protótipo de banheiro

Redação Publicado em 29/09/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h19


Protótipo será levado à Estação Espacial Internacional na quinta

A ideia do homem na Lua ou em Marte, em futuras colônias, é cada vez mais cogitada por agências espaciais. Mas, para esta exploração, além de tecnologia é preciso estratégia, principalmente quando o assunto é a vivência dos astronautas em missões que podem levar meses e até anos.Nasa inicia experimentos com um novo protótipo de banheiroNasa inicia experimentos com um novo protótipo de banheiro

Realidade também dos astronautas que ficam por longas jornadas na Estação Espacial Internacional (ISS), que foi construída com investimento coletivo e colaboração de astronautas de vários países.

Rotinas cada vez mais sustentáveis estão em teste e podem garantir o sucesso de futuras missões espaciais.

Já de olho na Artemis, que levará a primeira mulher à Lua em 2024, e em missões para Marte, a Nasa inicia experimentos com um novo protótipo de banheiro que será levado à ISS, na quinta-feira (1º), pela nave espacial Cygnus.

O lançamento inicial da Cygnus – que leva também experimentos científicos e suprimentos – estava previsto para esta terça-feira (29), mas foi adiado devido às condições climáticas.

Gerenciamento de resíduos

Segundo a Agência Espacial Norte-Americana, o novo banheiro, chamado de Sistema de Gerenciamento de Resíduos Universal (UWMS), é 65% menor e 40% mais leve e foi adaptado levando em conta as considerações de conforto e segurança dos astronautas, inclusive das mulheres.

Neste sistema, a urina passará por um sistema de reciclagem e tratamento para uso posterior da água. A meta, segundo a Nasa, é atingir taxas de reciclagem de 98% antes das primeiras missões humanas para Marte.

Já os resíduos sólidos – que não são processados para recuperação de água – ficam em um recipiente removível de armazenamento. Parte é devolvida à Terra para avaliação, mas a maioria é carregada em uma nave de carga que queima ao entrar na atmosfera da Terra.

o novo banheiro chamado de Sistema de Gerenciamento de Resíduos Universal (UWMS)
Novo banheiro chamado de Sistema de Gerenciamento de Resíduos Universal (UWMS) – James Blair/ NASA/ JSC

“O ideal é que nada escape de ser reutilizado. Então, se tiver como aproveitar a água dos dejetos com certeza farão até para deixar isso mais barato e mais eficiente”, diz a engenheira aeroespacial Ana Paula Castro que participou da missão espacial simulada da ESA – Agência Espacial Europeia – EuromoonMars, em dezembro do ano passado.

No experimento no Havaí, que simulava um habitat extraterrestre, foi adotado o sistema de compostagem, em que os dejetos humanos são desidratados.

“É tipo uma caixa que tem um toilet normal e os dejetos vão para um recipiente abaixo. Nesta caixa, adicionam-se compostos secos e um líquido para eliminar bactérias e fazer a compostagem. Tem uma manivela que você roda e dependendo da quantidade de pessoas, essa caixa tem que ser limpa a cada 3 a 5 dias. O ideal seria reutilizar para fertilizar o solo”, diz a engenheira aeroespacial.

Alimentação

Outro desafio para missões espaciais é a alimentação dos astronautas. Como elaborar um cardápio que atenda às exigências da saúde física e mental e ainda seja sustentável?

Pensando nisso, agências espaciais, como a norte-americana e a europeia, já estudam espécies de estufas para plantações de batata doce, couve, soja, entre outros.

Ao longo das décadas, o processamento dos alimentos foi modernizado – passando de tubos com pastas a um cardápio bem próximo do que comemos na Terra, como frutas, atum enlatado e até tortilhas.

Para a nutricionista Juliana Meirelles, além de compor a logística da viagem, os alimentos são importantes para resguardar mudanças que ocorrem no corpo dos astronautas devido à microgravidade.

“Quando a gente pensa em uma missão espacial, além desta questão de planejar a adequação dos micro e macronutrientes, há também as questões ambientais que impactam o nosso metabolismo, mas também a comida que é levada para o espaço. Comida que muitas vezes tem que passar por diversos processos industriais para que suporte a viagem e que dure mais tempo na prateleira, que pode durar até seis anos. Então, toda tecnologia empregada é bastante importante para que isso aconteça”, diz a nutricionista.

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Agência Brasil

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