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Municípios investem em hospitais de campanha em SP

O estado de São Paulo responde por 9.371 casos confirmados de coronavírus, tendo atingido um recorde no total de mortes em decorrência da infecção, na

Municípios investem em hospitais de campanha em SP
Municípios investem em hospitais de campanha em SP

Redação Publicado em 15/04/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h21


O estado é recorde em número de casos confirmados da doença

O estado de São Paulo responde por 9.371 casos confirmados de coronavírus, tendo atingido um recorde no total de mortes em decorrência da infecção, na terça-feira (14). Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a região identificou, no último balanço, 87 novas vítimas da doença, em 24 horas.

Com isso, os municípios paulistas chegaram à marca dos 695 óbitos, majoritariamente (80,7%) concentrados entre pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

As autoridades também comunicaram um pico na taxa de ocupação de leitos. As internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) chegaram a totalizar 1.111. Além disso, 1.042 pacientes contaminados pelo novo coronavírus estão sendo atendidos em enfermarias.

Devido à situação, hospitais de campanha estão sendo montados pelas prefeituras dos municípios de Santo André, Campinas, Guarulhos e São Bernardo do Campo, que já acumulam ao menos uma centena de casos de covid-19.

Outras duas cidades do território paulista também apresentam elevada quantidade de infecções confirmadas. São elas Osasco, com 144 casos e 13 falecimentos, e Santos, com 171 caos e seis mortes. Na capital, 6.705 pessoas já testaram positivo para a doença e 512 perderam a vida, por complicações do quadro clínico.

Santo André

A prefeitura inaugurou hoje (15) o primeiro hospital de campanha do município, instalado no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia, no bairro Silveira.

Outra unidade, que está sendo preparada no Estádio Bruno José Daniel, a 400 metros de distância do primeiro hospital, deverá ser aberto no início da semana que vem. Juntos, os dois somam 300 leitos de baixa, média e alta complexidade, recebendo pacientes encaminhados dos hospitais municipais ou das unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Pelo menos 30 leitos serão reservados para transição, equipados para estabilização do paciente, enquanto os demais irão acomodar os de baixa e média complexidade.

Os hospitais terão equipamentos de raio-x e tomografia e um laboratório. Para garantir um atendimento transversal, a equipe será composta por cerca de 470 profissionais de diferentes especialidades, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, farmacêuticos e fisioterapeutas.

De acordo com balanço do governo estadual de São Paulo, até a tarde de ontem (14), o município de Santo André registrava 160 casos confirmados de covid-19. Até o presente momento, quatro habitantes da cidade foram a óbito, por piora no quadro de infecção.

Guarulhos

O Hospital de Campanha de Guarulhos, chamado de Centro de Combate ao Coronavírus, começou a receber pacientes no último dia 7. Nos 12 dias anteriores, a unidade se restringia a realizar a triagem de pacientes. Mais de 5 mil pessoas utilizaram o serviço de triagem, oferecido em sistema de drive-thru, em que são examinadas de dentro do automóvel, para evitar a transmissão do vírus.

Qualquer pessoa que estiver com suspeita de infecção pode se dirigir ao drive-thru, ativo das 7h às 19h. Já o hospital de campanha funciona 24h.

Conforme apurou a Agência Brasil, foram disponibilizados 70 leitos para socorrer pacientes com quadros de baixa, média e alta complexidade, dos quais dez são de UTI. Tendo em vista que a covid-19 pode provocar insuficiência respiratória em pacientes mais graves, estão à disposição da equipe 14 respiradores mecânicos.

A estrutura foi levantada em um ponto estratégico, ao lado do Clube Parque Cecap, próximo do Aeroporto Internacional de São Paulo e das rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra.

No primeiro dia de funcionamento, três pacientes com sintomas da doença – duas mulheres e um homem – foram internados no local. Em nota,  a prefeitura informou que o centro hospitalar registrou dois óbitos e cinco altas hospitalares, sendo três homens com idades de 68, 61 e 51 anos e duas mulheres, estas com idade de 55 e 71 anos.

“Cinco pacientes estão internados na UTI, sendo três homens com idades de 51, 63 e 77 anos; e duas mulheres com idades de 74 e 52 anos. Uma sexta paciente em estado grave foi transferida para o Hospital Geral de Guarulhos.

Os demais pacientes apresentam sintomas intermediários, sendo quatro homens com idades de 58, 52, 48 e 31 anos; e três mulheres com idades de 65, 97 e 28 anos”, diz a nota.

Até ontem, o município contabilizava 214 casos confirmados de covid-19 e 19 óbitos. Essa condição coloca a cidade em 2º lugar na lista do estado de São Paulo, já que perde apenas para a capital.

Campinas

A prefeitura de Campinas anunciou, na tarde de ontem (14), que o hospital de campanha para atendimento da população local será estruturado no prédio dos Patrulheiros, no bairro Parque Itália, próximo ao Centro. Nesta terça-feira, funcionários estiveram no endereço para realizar avaliação técnica do espaço, a fim de torná-lo adequado para o atendimento de pacientes com covid-19. A previsão é de que os 108 leitos estejam prontos em até quatro semanas. Todos os pacientes deverão ser encaminhados pela Central de Regulação.

Do total de leitos, 36 ficarão no ginásio do complexo e 72, distribuídos em seis quartos, em dois prédios anexos à quadra esportiva. Em geral, os leitos são equipados para atender casos de menor complexidade, sendo que somente cinco deles são de UTI.

A gestão do hospital será feita pela Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar e a contratação de profissionais ocorrerá via parcerias que ainda estão definidas, segundo a prefeitura.

O município também firmou um acordo a organização não governamental (ONG) Expedicionários da Saúde, que possui uma rede de médicos voluntários e é conhecida pela sua atuação na região amazônica, em comunidades indígenas.

Em nota, a prefeitura ressaltou que foram destinados R$ 6,5 milhões para o hospital, pagos pela ONG. Estima-se que custo mensal de manutenção seja de R$ 3,9 milhões, este coberto pelos governos estadual e federal, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão.

“O local foi cedido pelos Patrulheiros, sem cobrança de aluguel. Por isso, o prefeito anunciou que, durante o funcionamento do hospital, vai isentar o centro educacional de pagamento de água e IPTU. A conta de energia elétrica será paga pela Rede Mário Gatti”, acrescentou no comunicado.

Campinas responde por 112 dos casos confirmados de covid-19 e cinco mortes. Os valores posicionam o município como o 7º com maior número de infecções, quando a abrangência considerada é o estado de São Paulo.

 São Bernardo do Campo

Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Bernardo do Campo informou que não pretende erguer um hospital de campanha no município, pois planeja suprir a demanda com o atendimento em dois hospitais: o Hospital de Urgência (HU), que deve ser inaugurado até o final deste mês, e o Hospital Anchieta (HA). O HA oferece, tradicionalmente, tratamento ambulatorial e de câncer, passando agora por reformas que possibilitarão a recepção de pacientes com coronavírus a partir do começo de maio.

Quando as obras forem encerradas, o município terá 350 leitos voltados especificamente para o tratamento de covid-19, sendo 250 deles no HU e 100 no HA. Cada unidade hospitalar terá, respectivamente, 80 e 19 leitos de UTI. A reforma do HA custará aproximadamente R$ 6 milhões, oriundos do Tesouro Municipal. A verba alocada para o HU, por sua vez, é de R$ 41 milhões.

São Bernardo do Campo tem, até agora, 201 casos confirmados de contaminados pelo novo coronavírus e 11 mortes. Um dos pacientes que testaram positivo para a doença foi o prefeito da cidade, Orlando Morando.

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