O Mundial de handebol seguiu o exemplo da bolha da NBA. Alguns hotéis do Egito foram destinados exclusivamente às equipes participantes, cada uma com um
Redação Publicado em 21/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h07
Primeira grande competição desde o início da pandemia do coronavírus, o Mundial masculino de handebol está servindo como um teste em termos de protocolos de segurança para as Olimpíadas de Tóquio. Sob observação do Comitê Olímpico Internacional (COI), o Egito montou uma bolha para sediar o torneio que vai até o dia 31 de janeiro. Depois de uma semana de jogos, o balanço é de pelo menos um terço das equipes prejudicadas pela covid-19, com direito a seleção abandonando o Mundial no meio. Um cenário que coloca em xeque a viabilidade também dos Jogos do Japão.
Das 32 seleções classificadas para o Mundial, duas sequer conseguiram disputar a competição. Surtos de covid obrigaram República Tcheca e Estados Unidos a desistirem às vésperas da estreia – Macedônia e Suíça foram convidadas como substitutas de última hora. Cabo Verde teve quatro casos positivos na chegada ao Egito, ainda fez sua estreia, mas novos casos de covid fizeram a equipe africana abandonar a competição no meio.
Nem todas as seleções divulgaram suas baixas por causa do covid-19 antes de chegar ao Egito. Ainda assim, a lista de países desfalcados é grande. Além de República Tcheca, Estados Unidos e Cabo Verde, tiveram jogadores infectados Suécia, Hungria, Tunísia, Polônia, Qatar, Dinamarca, Eslovênia e Brasil, que teve testes positivos de três jogadores e cinco membros da comissão técnica.
Egito e Croácia tiveram sua preparação prejudicada com casos de covid-19 antes do Mundial, mas os jogadores se recuperaram em tempo de disputar a competição. A Alemanha foi atingida indiretamente ao passo que quatro de seus jogadores pediram dispensa por não considerarem suficiente a segurança na bolha do Egito.
– Tudo até agora tem sido uma grande piada. É um esquema que não se apega a limites. Nem sei se podemos chamar isso de bolha – disse Sander Sagosen, astro da Noruega, em entrevista ao jornal norueguês “VG”.
O Mundial de handebol seguiu o exemplo da bolha da NBA. Alguns hotéis do Egito foram destinados exclusivamente às equipes participantes, cada uma com um andar, ou um setor, para si, com restaurante próprio. Para viajar ao Egito, todos precisaram de um teste negativo do tipo PCR até 72 horas antes do embarque. As seleções foram recebidas com medição de temperatura e um novo teste PCR. Quem está na bolha precisa repetir o teste PCR ao fim de todos os dias. Assim, a organização do Mundial prevê a realização de 20 mil testes do tipo PCR.
A maioria dos casos de covid foram diagnosticados às vésperas do Mundial ou na chegada ao Egito. No entanto, houve jogadores que só testaram positivo depois de entrar em quadra.
– Há algumas pessoas discutindo esse assunto, a pandemia, e expressando insatisfação em jogar o campeonato nessas circunstâncias. Vejo uma organização muito boa. Estamos em uma situação diferente, que é relacionada ao coronavírus. Vejo que a comissão organizadora está superando minhas expectativas. Eles estão trabalhando 24 horas, então temos que respeitar seus esforços e ajudá-los a continuar este campeonato até o fim – disse o astro macedônio Kiril Lazarov.
As arquibancadas estão vazias no Mundial do Egito. A torcida foi barrada para que a bolha da competição não corresse risco. Uma medida que só foi anunciada às vésperas do primeiro jogo, depois de uma polêmica. Os organizadores do Mundial queriam 20% da capacidade das arquibancadas preenchida. Os jogadores se posicionaram por uma competição com portões fechados. Três vezes eleito o melhor jogador do mundo e atual campeão mundial e olímpico, o dinamarquês Mikkel Hansen cogitou cancelar a ida ao Egito.
– Eu estaria mentindo se dissesse que não pensei em cancelar. Não sei se o torneio deveria ser cancelado, mas não deve haver torcedores. Isso não faz sentido. Em países como Dinamarca, França e Alemanha, onde acredito que a pandemia corona está sendo levada a sério, jogamos semana após semana em frente a arquibancadas vazias. No Egito, por outro lado, você deve jogar para uma multidão de pessoas – disse Hassen, em entrevista ao jornal dinamarquês “Jyllands-Posten”, antes do Mundial.
A Comissão de Atletas da União Europeia de Handebol (EHF) enviou uma carta à Federação Internacional de Handebol (IHF), que foi decisiva para que o Mundial fosse realizado com portões fechados.
O Mundial do Egito é observado de perto pelo COI, que analisa os protocolos tomados de olho nas Olimpíadas de Tóquio. Presidente do COI, o alemão Thomas Bach deve ir ao Egito.
As dimensões das competições são bem diferentes, embora o tempo de duração seja bem parecido. O Mundial de handebol reuniu cerca de mil pessoas por 19 dias, entre jogadores e técnicos. Nas Olimpíadas, serão mais de 11 mil atletas competindo em três semanas. Por isso, o desafio de manter todos em segurança é ainda maior para o COI. Assim como no Egito, a covid-19 pode ser um fator decisivo em Tóquio, tirando atletas no meio das Olimpíadas ou às vésperas da estreia.
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GE – Globo Esporte.
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