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MPF recorre da decisão que absolveu Aécio Neves de acusação de receber R$ 2 milhões em propina da J&F

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão que absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB) do crime de corrupção passiva ao ser acusado de

MPF recorre da decisão que absolveu Aécio Neves de acusação de receber R$ 2 milhões em propina da J&F
MPF recorre da decisão que absolveu Aécio Neves de acusação de receber R$ 2 milhões em propina da J&F

Redação Publicado em 11/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 17h20


Juiz da 7ª Vara Criminal de São Paulo, Ali Mazloum, considerou que ‘a denúncia é improcedente’. Para o MPF, não há dúvida que o então senador cometeu crime de corrupção passiva.

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão que absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB) do crime de corrupção passiva ao ser acusado de recebimento R$ 2 milhões em propina de Joesley Batista, da J&F.

Andrea Neves, irmã de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, primo do deputado, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Limatambém foram absolvidos.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre fevereiro e maio de 2017, quando Aécio Neves era senador, ele e Andrea Neves solicitaram R$ 2 milhões a Joesley Batista. Em troca, o político atuaria em favor da JBS no Congresso Nacional.

De acordo com o MPF, o montante foi pago em quatro parcelas de R$ 500 mil e recebidos por Frederico Pacheco e Mendherson Lima.

No entanto, o juiz da 7ª Vara Criminal de São Paulo, Ali Mazloumconsiderou que “a denúncia é improcedente” e que “está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR”.

Para o magistrado, não há provas de que Aécio tenha prometido usar o cargo para beneficiar a J&F em troca de propina.

Em nota, a defesa de Aécio afirmou que “depois de cinco anos de explorações e injustiças, foi demonstrada a fraude montada por membros da PGR e por delatores que colocou em xeque o estado democrático de direito no país”.

A defesa de Andrea Neves disse, também em nota, que “ruiu o castelo de uma grande farsa, que alimentou o clamor público e fez muito mal à justiça”.

O advogado de Frederico Pacheco declarou que a tese do cliente foi acolhida e que aguarda o fim do processo.

A defesa de Mendherson Souza afirmou que a Justiça foi feita e que está satisfeito com a decisão.

Para o MPF, “não há dúvida de que Aécio e sua irmã, Andrea Neves, incorreram na prática de corrupção passiva. Andrea foi quem fez os primeiros contatos com Joesley para pedir o dinheiro. Além deles, a sentença absolveu Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, que transportaram as malas com a quantia, dividida em parcelas de R$ 500 mil”.

Em nota, a defesa do deputado Aécio Neves disse que o recurso é “esperado e rotineiro”.

“A defesa confia que a decisão da Justiça será mantida, em especial porque os próprios delatores, em recente depoimento, confirmaram a inexistência de qualquer irregularidade por parte do deputado Aécio Neves”, falou a defesa.

Relembre

Aécio Neves foi gravado por Joesley Batista acertando o pagamento de R$ 2 milhões. A gravação foi entregue pelo empresário ao MPF no acordo de delação premiada na Operação Lava Jato.

Em um dos trechos da conversa, quando eles falam sobre quem receberia e entregaria o dinheiro, o deputado diz: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação”.

Delação JBS – áudio Aécio Neves – Hotel Unique – INQ 4483

Um vídeo mostra o executivo da J&F, Ricardo Saud, entregando dinheiro a Frederico Pacheco, primo de Aécio Neves.

Na ocasião em que foi revelado o conteúdo da delação premiada de executivos da JBS, Aécio alegou que pediu o dinheiro como um empréstimo, em uma transação de caráter particular, para pagar advogados.

Em setembro de 2017, os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinaram o afastamento do mandato e o recolhimento noturno de Aécio, então senador, em casa.

No mês seguinte, o Senado derrubou a decisão, e Aécio pôde retomar as atividades parlamentares.

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G1

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