Diário de São Paulo
Siga-nos

MPF envia para Augusto Aras decidir sobre falta de Flávio em acareação

O Ministério Público Federal enviou nesta terça-feira uma representação ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que ele decida sobre as

MPF envia para Augusto Aras decidir sobre falta de Flávio em acareação
MPF envia para Augusto Aras decidir sobre falta de Flávio em acareação

Redação Publicado em 23/09/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h48


Ministério Público Federal afirmou que senador teria cometido crime de desobediência

O Ministério Público Federal enviou nesta terça-feira uma representação ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que ele decida sobre as providências que devem ser tomadas em relação à  ausência do senador Flávio Bolsonaro na acareação com o empresário Paulo Marinho, marcada para esta segunda-feira.

O MPF afirmou que o não comparecimento foi injustificado e que configuraria crime de desobediência.

Na segunda-feira, a defesa do senador informou que Flávio estava no Amazonas em agenda oficial e que entrou com uma petição para marcar a acareação para o dia cinco de outubro, em seu gabinete em Brasília.

O MPF marcou a acareação porque considera que um dos dois mentiu em depoimento sobre o suposto vazamento da operação, que atingiu o ex-assessor Fabrício Queiroz.

A investigação foi iniciada após entrevista de Paulo Marinho ao jornal Folha de S.Paulo, quando o empresário e ex-aliado da família Bolsonaro contou que Flávio disse que foi avisado da operação por um delegado da PF e que a ação a foi adiada para que não ocorresse durante o segundo turno da eleição presidencial e atrapalhasse a campanha do então candidato Jair Bolsonaro.

Em nota nesta segunda-feira, os advogados do senador afirmaram que a possibilidade da ausência foi “levantada há cerca de um mês, por escrito, diretamente ao MPF, que não quis alterar a data apesar de expressa disposição legal”, completando:

“Quanto à tese de crime de desobediência insinuada pela Procuradoria, é lamentável sob vários aspectos. Nem o Procurador da República poderia dar ordem ao Senador e nem essa “ordem” seria legal, pelo que constituiria uma impropriedade técnica com poucos precedentes na história do Judiciário Fluminense”.

Marinho prestou depoimento no dia 21 de maio, após denunciar o vazamento. Segundo o empresário, o vazamento da operação teria provocado, em outubro de 2018, a exoneração de Queiroz do gabinete de Flávio e a filha dele, que era lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

Ainda de acordo com Paulo Marinho, foi o próprio senador que o procurou para contar sobre o episódio do vazamento depois que o caso veio à tona em dezembro de 2018. Na ocasião, ele estava acompanhado de Victor Granado Alves, então assessor de Flávio.

O advogado — junto com a ex-assessor Valdenice Meliga e atual chefe de gabinete de Flávio Miguel Angelo Braga, também teria se encontrado com o delegado da PF que passou as informações da operação, segundo o empresário.

Em depoimento ao Ministério Público do Rio, o senador Flávio Bolsonaro afirmou desconhecer vazamento de informações da operação policial.

.

.

.

iG

Compartilhe  

últimas notícias