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MP ‘fora do ar’

Depois da fracassada tentativa de trégua editorial junto à TV Globo, feita pelo ministro Moreira Franco a pedido de Michel Temer, o presidente ousou algo

MP ‘fora do ar’
MP ‘fora do ar’

Redação Publicado em 19/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h38


MP ‘fora do ar’

Depois da fracassada tentativa de trégua editorial junto à TV Globo, feita pelo ministro Moreira Franco a pedido de Michel Temer, o presidente ousou algo inédito e desafiador. Surgiu à mesa um escopo de medida provisória que taxaria anualmente – em muitos milhões de reais – as concessões de emissoras de TV. A evidente retaliação encontrou resistência de imediato. As outras três grandes emissoras (Band, SBT e Record), que não entraram nessa guerra Temer x Globo, chiaram com o presidente e Temer recuou. Então decidiu cobrar da ‘vênus platinada’ eventuais pendências de impostos e no BNDES. Procurada, a Globo não se manifestou até o fechamento da Coluna. Na inauguração da nova redação do JN, o presidente das organizações, Roberto Irineu Marinho, mandou recado a Temer: o grupo já pagou bilhões de reais em impostos.

Rede Temer

O governo também usa a estrutura da EBC para propagar as “ações” e “atividades” do Executivo e de ministérios em emissoras na chamada Rede Nacional de Rádios.

Fechado para balanço

O Palácio do Planalto fechou ontem o balanço prévio de votos pela rejeição da denúncia contra o presidente Temer no plenário da Câmara. Contando com poucas defecções dos partidos que fecharam questão – PMDB, PP, PR e PSD -, a soma, por enquanto, estancou em 252 votos – 70 a mais do que o necessário para enterrar a primeira da série de denúncias que serão apresentadas contra o peemedebista nos próximos meses.

Concessões políticas

O Ministério Público Federal prepara uma enxurrada de ações judiciais para cancelar as concessões de radiodifusão que têm como sócios detentores de mandatos eleitorais. O MP quer “combater o tráfico de influência” nas eleições de 2018.

Dois pesos…

Para o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-AM), as denúncias contra o colega Aécio Neves (PSDB-MG) foram uma “armação”. Já a ocupação da mesa do plenário por senadoras da oposição foi “gravíssima”. Termo usado pelo parlamentar ao acatar a representação que será analisada pelo colegiado em agosto. Em resposta, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) afirma: “Fizemos um protesto que consideramos legítimo, democrático, inclusive ético”.

Engavetador

Nos últimos sete meses, João Alberto engavetou 14 denúncias contra colegas. Destas, cinco representações pediam investigações contra Renan Calheiros e Romero Jucá, ambos do PMDB, partido do presidente do Conselho de Ética

Limite

Com o corte de mais de mais de 40% no orçamento previsto para 2017, a PRF está operando no “limite”. O diretor Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Fábio Jardim, resume o quadro de precariedade do trabalho da corporação em meio à falta de recursos: “Hoje nós estamos trabalhando desacelerados, a verdade é essa.” O contingenciamento, que inclui redução de gastos com energia e combustível, compromete o patrulhamento dos mais de 76 mil quilômetros. “A PRF vem reduzindo ano a ano o número acidentes, feridos e mortos. A gente pode ter um prejuízo nesse sentido e abre essa porta para a bandidagem ficar mais livre nas rodovias”, diz Jardim.

Sem dó

O deputado mineiro Weliton Prado (PMB) afirma que a falta de dinheiro para o serviço público contrasta com os mais de R$ 10 milhões que o governo gastou para publicidade da reforma da Previdência: “O governo não tem dó; é um verdadeiro absurdo”.

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