O médico do trabalho Ricardo Paes Sandre, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), foi denunciado pelo Ministério Público (MP) por corrupção passiva, cometida
Redação Publicado em 04/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 23h45
O médico do trabalho Ricardo Paes Sandre, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), foi denunciado pelo Ministério Público (MP) por corrupção passiva, cometida quatro vezes. Ele é suspeito de assédio sexual contra servidoras do órgão. Uma situação está vinculada a outra. De acordo com a denúncia, o profissional solicitou “direta e indiretamente, favores sexuais das servidoras públicas que se encontravam a ele subordinadas”.
Em caso de condenação, a pena é de 2 a 12 anos de prisão. Além da denúncia, o MP também solicitou a suspensão de Ricardo do cargo de médico do trabalho do TJ-GO , que já foi determinado. A medida tem o intuito de reforçar tal decisão.
Ao G1 , o advogado do médico, Rodrigo Lustosa disse que os fatos atribuídos a Ricardo “não correspondem à realidade” e que ele aguarda o recebimento ou não da denúncia para tomar as medidas necessárias. Já a assessoria de imprensa dele informou que o profissional refuta as acusações e que Ricardo “está tranquilo”, pois acredita que não houve qualquer crime.
De acordo com a denúncia, os casos de assédio moral, assédio e abuso de poder ocorreram entre 2013 e 2018, período em que ele dirigiu a unidade de saúde do TJ-GO. O MP alega que o médico usava de uma “alegada influência” no Poder Judiciário, por ser sogro do ex-presidente do TJ-GO e irmão de um juiz, para praticar os atos.
O médico é investigado desde janeiro deste ano. Em abril, ele foi afastado da função por decisão judicial. Ele já é alvo de outras duas ações, por assédio sexual e moral.
O Ministério Público ouviu o depoimento de 85 pessoas e instaurou um Inquérito Civil Público para apurar o caso. Uma das denunciantes informou como teria sido a conduta do médico.
“Ele falava: ‘você está precisando é dar. Você tem que dar. Resolve todos os problemas. Tem muito tempo que você fez? Não vai ficar com teia de aranha aí’”, disse, em depoimento, uma das mulheres.
Ela conta ainda que não denunciou o caso à época porque temia ser processada por calúnia e difamação. Outra testemunha disse que o médico andava armado e era amigo e parente de pessoas muito influentes.
“Eu considero ele uma das pessoas mais influentes do estado. Ele tem privilégio de ser médico, genro do presidente [do TJ] e o irmão dele era magistrado, então ele tem muita influência, tem muito poder político”, disse.
IG
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