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Monte Alto, SP, preserva fósseis do período que marca extinção dos dinossauros no mundo

No meio do caminho tinha uma pedra. E nela estava preservada parte da história do planeta e dos primeiros habitantes da América. Bastou apenas um tropeção

Monte Alto, SP, preserva fósseis do período que marca extinção dos dinossauros no mundo
Monte Alto, SP, preserva fósseis do período que marca extinção dos dinossauros no mundo

Redação Publicado em 11/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 08h40


Quatro espécies de crocodilos e três de dinossauros já foram reveladas, mas achados continuam. Arqueólogos também descobriam vestígios de índios que viveram no local 1,4 mil anos atrás.

Escultura representa titanossauro, uma das espécies encontradas em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Escultura representa titanossauro, uma das espécies encontradas em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

No meio do caminho tinha uma pedra. E nela estava preservada parte da história do planeta e dos primeiros habitantes da América. Bastou apenas um tropeção para que toda essa relíquia fosse descoberta em Monte Alto (SP), a 360 quilômetros da capital paulista.

Sob a rocha sedimentar do município já foram encontrados fósseis de dinossauros que viveram no país antes da extinção, durante o chamado período Cretáceo Superior, há 100 milhões de anos. E no mesmo solo ainda estão vestígios de uma aldeia indígena que habitou a região 1 mil anos antes da chegada dos portugueses ao Brasil.

  • VEJA FOTOS DA SÉRIE “MONTE ALTO: TERRA DOS DINOSSAUROS”

No quintal de casa, na rua, no acostamento da rodovia, em Monte Alto basta um olhar atento para fazer um achado. A cidade de 50 mil habitantes é considerada um dos mais importantes sítios paleontológico e arqueológico do país.

“Somos mundialmente conhecidos pelos fósseis, pelos estudos arqueológicos, porque a gente colabora com as interpretações dos ambientes que existiram há milhares de anos. A gente pode ajudar a escrever a história do planeta”, explica Sandra Tavares, diretora do Museu de Paleontologia.

Jornal de 1921 noticia a descoberta de fósseis de dinossauros em Monte Alto, SP — Foto: Usina Nardini/Arquivo

Jornal de 1921 noticia a descoberta de fósseis de dinossauros em Monte Alto, SP — Foto: Usina Nardini/Arquivo

As primeiras ossadas de dinossauros foram descobertas em Monte Alto na década de 1920, durante a construção da linha férrea. Mas, o que restou desses achados são apenas relatos em jornais da época. Os fósseis foram levados para o Rio de Janeiro e nunca mais foram vistos.

O assunto virou lenda, até que em março de 1984, a agricultora Elvira Aparecida Franciosi, no auge dos 23 anos, encontrou um pedaço de osso enquanto conduzia o gado pelo pasto. Era um fêmur de titanossauro, espécie que chegava a 25 metros de comprimento.

“Como sempre trabalhei em matadouro, sempre mexi com boi, sei dizer o que é osso e o que não é. Ele estava preso na pedra, inteiro, enorme. Eu fazia faculdade de história e geografia, e levei um pedaço para o meu professor, mas ele não se entusiasmou muito”, relembra.

A ossada só foi retirada do local no ano seguinte, depois que o assunto chegou aos ouvidos de Antônio Celso de Arruda Campos (1934-2015), mais conhecido como professor Toninho, amante da paleontologia e precursor das pesquisas em Monte Alto.

Estrada de ferro construída no início do século 20 na região de Monte Alto, SP — Foto: Usina Nardini/Arquivo

Estrada de ferro construída no início do século 20 na região de Monte Alto, SP — Foto: Usina Nardini/Arquivo

Durante sete anos, Campos e uma equipe improvisada de servidores públicos, incluindo serventes de pedreiros e auxiliares de serviços gerais, escavaram toda a área. Cada fragmento retirado do local era motivo de comemoração e o material foi levado para a casa do professor.

Na época, a escavação foi tema de reportagem na EPTV, afiliada da Rede Globo. A matéria sobre as condições do fóssil, ainda cravado na rocha, foi exibida em 28 de março de 1985 (assista abaixo) e já foi digitalizada pelo Centro de Documentação (Cedoc)

“Ele olhou, analisou e na mesma hora pediu para isolar a área, para ninguém mexer. Mesmo assim, muita gente quebrou a pedra, levou pedaço de osso para casa, porque a notícia se espalhou muito rápido. A imprensa toda apareceu, foi um alvoroço”, relembra Elvira.

Monte Alto - Terra dos Dinossauros: primeiros fósseis achados na década de 1980

Monte Alto – Terra dos Dinossauros: primeiros fósseis achados na década de 1980

A descoberta do fêmur de titanossauro e de muitos outros fósseis nos anos seguintes fez os moradores reviverem o interesse pelo assunto. Aos finais de semana, grupos visitavam a casa do professor para conhecer de perto os “dinossauros de Monte Alto”.

Havia até quem deixava os afazeres de lado para se aventurar na busca de novas ossadas. É o caso do ex-pedreiro e ex-metalúrgico Cledinei Aparecido Francisco, que se ofereceu para auxiliar nas escavações. De voluntário, Cledinei se tornou auxiliar de paleontologia.

“A maior felicidade que já vivi foi virar uma pedra e ver quatro dentes de crocodilo fincados. A gente mexeu mais um pouco e estava lá: a cabeça inteira do bicho. Uma vez, dei um chute a esmo e quando a pedra lascou, apareceu uma vértebra de dinossauro”, conta.

A agricultora Elvira Aparecida Franciosi mostra o fóssil quem encontrou em 1984 em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

A agricultora Elvira Aparecida Franciosi mostra o fóssil quem encontrou em 1984 em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Na época, os voluntários de Monte Alto contavam com apoio dos paleontólogos do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Mas, as escavações ainda eram rudimentares, como mostra a reportagem da EPTV exibida em 1º de abril de 1987 (assista abaixo).

Cledinei já perdeu as contas de quantas expedições participou e de quantos fósseis ajudou a retirar das rochas. Todo esse material compõe hoje o acervo do Museu de Paleontologia, construído e mantido pela Prefeitura, e que foi inaugurado em 1992.

“No início, o professor Toninho buscava apoio, voluntários, tudo na base da amizade. As primeiras ponteiras usadas em escavação foram feitas com os eixos de uma perua Kombi. O museu é um grande sonho que se tornou realidade e isso se tornou a minha vida”, diz.

Local onde Elvira Aparecida Franciosi encontrou o fóssil hoje é um bairro em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Local onde Elvira Aparecida Franciosi encontrou o fóssil hoje é um bairro em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Monte Alto - Terra dos Dinossauros: escavações rudimentares na década de 1990

Monte Alto – Terra dos Dinossauros: escavações rudimentares na década de 1990

Atualmente, o museu abriga 1,3 mil exemplares fósseis. Nessa coleção estão fragmentos de quatro dinossauros e de cinco espécies de crocodilos inéditas no mundo, além de tartarugas e moluscos bivalves de água doce, encontrados no município.

Cledinei é o funcionário mais antigo do museu. Depois de muito tempo de trabalho voluntário, ele foi aprovado em concurso público e passou a se dedicar integralmente à busca de novas espécies de dinossauros, além de orientar os estudantes que visitam o local.

“Ainda tem muito que escavar. A gente está esperando a duplicação da rodovia porque, com certeza, vai aparecer muita coisa ali. Em qualquer lugar pode ser achado. Onde tiver rocha, em Monte Alto, há chance de ter um fóssil preservado”, afirma.

O auxiliar de paleontologia Cledinei Aparecido Francisco mostra fêmur de dinossauro em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

O auxiliar de paleontologia Cledinei Aparecido Francisco mostra fêmur de dinossauro em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Condições favoráveis

Atual diretora do Museu de Paleontologia, Sandra Simionato Tavares explica que o município se formou em área de rocha sedimentar, propícia para preservar os fósseis. O desmatamento fez com que essa grande pedra ficasse exposta sobre a terra, permitindo a identificação dos ossos.

“Temos um solo que propiciou a preservação. A nossa rocha é formada por sedimentos, pedaços de outras rochas, de outros organismos, que deslizaram de uma parte mais alta e foram se acumulando em outra, mais baixa, onde, provavelmente, esses animais viviam”, diz.

Isso significa que os dinossauros mortos foram literalmente soterrados ao longo de milhares de anos e depois a erosão trouxe as ossadas “à tona”. A paleontóloga explica ainda que as substâncias orgânicas dos ossos foram substituídas sendo pelos minerais do solo.

Em outras palavras, os ossos se transformaram em rocha. Por esse motivo, os fósseis têm cores variadas. Em regiões onde há muito minério de ferro no solo, por exemplo, os ossos são mais pesados e tem cor escura. Já onde há mais calcário, as ossadas são brancas.

“Nós sabemos da existência dos dinossauros, porque morreram em um ambiente onde havia água e condições específicas – físicas e químicas – para serem conservados. Em um processo bem simples de fossilização, a lama protegeu os ossos por milhares de anos”, detalha.

Rocha sedimentar na região de Monte Alto, SP, preserva fósseis de dinossauros do Período Cretáceo Superior — Foto: Érico Andrade/G1

Rocha sedimentar na região de Monte Alto, SP, preserva fósseis de dinossauros do Período Cretáceo Superior — Foto: Érico Andrade/G1

Aldeia indígena

Desde que as escavações tiveram início, nunca mais terminaram. E foi durante uma delas, em novembro de 1992, que ocorreu a segunda grande descoberta em Monte Alto: cacos de cerâmica e pedras lascadas indicavam que índios pré-históricos haviam habitado o município.

Sem conhecer ao certo que material era aquele, a equipe do professor Toninho pediu apoio ao Museu Nacional do Rio de Janeiro e estes indicaram a historiadora e arqueóloga Márcia Angelina Alves, professora da Universidade de São Paulo (USP).

Márcia passou a escavar a área em 1993 com a ajuda de alguns alunos. Não demorou muito para encontrarem, de uma só vez, oito esqueletos humanos. Estudos apontaram que as ossadas pertenciam a índios que viveram no local entre 608 d.C. e 1290.

A descoberta foi tema de reportagem na EPTV, exibida em 27 de julho de 1993. O material foi digitalizado, está armazenado no Cedoc e integra o acervo da emissora (assista abaixo).

“Eu me lembro que o professor Toninho dizia: ‘olha, a senhora não vai achar nada e vai ficar sem graça com o prefeito, porque ele está achando estranha essa história de cavoucar a terra’. A gente abria trincheiras, abria, abria e nada. De repente, apareceram oito esqueletos”, diz.

Esqueleto de índio pré-histórico encontrado sob o solo de Monte Alto, SP — Foto: Museu de Arqueologia de Monte Alto/Divulgação

Esqueleto de índio pré-histórico encontrado sob o solo de Monte Alto, SP — Foto: Museu de Arqueologia de Monte Alto/Divulgação

Segundo a arqueóloga, a maior surpresa do grupo foi achar os ossos enterrados diretamente na terra, já que os índios pré-históricos do sudeste brasileiro tinham o hábito de sepultar os corpos dentro de urnas funerárias – como grandes vasos de cerâmica – em posição fetal.

“Em Monte Alto, é o contrário e apresentavam ritos funerários de acordo com o sexo e a idade do morto. Para a região sudeste, o ineditismo é encontrar ossos a céu aberto, totalmente preservados. Em gruta, abrigo, ainda dá para encontrar, mas na terra, não”, explica.

Nos anos seguintes, foram achados mais dois esqueletos enterrados diretamente no solo e duas ossadas dentro de urnas funerárias, além de utensílios e adornos feitos em conchas. Ossos de mamíferos pré-históricos e vértebras de peixes também estavam no local.

“Descobrimos que se trata de um grupo pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê. Especificamente, essa aldeia era de um povo caingangue, um dos mais ferozes que existiu no país. Hoje, temos três reservas deles no estado de São Paulo”, conta Márcia.

Monte Alto - Terra dos Dinossauros: arqueólogos acham vestígios de índios pré-históricos

Monte Alto – Terra dos Dinossauros: arqueólogos acham vestígios de índios pré-históricos

Escavações arqueológicas realizadas na década de 1990 em Monte Alto, SP — Foto: Museu de Arqueologia de Monte Alto/Divulgação

Escavações arqueológicas realizadas na década de 1990 em Monte Alto, SP — Foto: Museu de Arqueologia de Monte Alto/Divulgação

Ainda de acordo com a arqueóloga, supõe-se que a aldeia tenha desaparecido entre 1690 e 1700, no período de Entradas e Bandeiras, uma vez que os índios fugiam dos bandeirantes, ou acabavam sendo escravizados por eles para realizarem trabalhos braçais.

Fato é que o solo de Monte Alto revelou, ao longo do tempo, uma vocação para preservar a história. Segundo Márcia, foram as conchas dos rios que existiram na época dos dinossauros, entre 100 e 66 milhões de anos atrás, que preservaram os esqueletos pré-históricos.

“Como nosso clima é tropical, metade do ano é sol e a outra metade é chuva, madeira, cestaria, ossos de animais, tudo esfarela, estraga. Descobrimos que essa durabilidade ocorreu pela presença de muitas conchas do período Cretáceo. As substâncias químicas encontradas nas conchas fizeram a preservação dos esqueletos”, explica.

Vestígios de cinco ocas também foram achados pelos pesquisadores, sendo a maior delas com 40 metros de extensão e 10 metros de largura, onde supostamente viviam entre 50 e 60 índios. Até restos de uma fogueira foram descobertos pelos arqueólogos.

A professora da USP Márcia Angelina Alves, responsável científica pelo acervo do Museu de Arqueologia de Monte Alto, SP — Foto: Adriano Oliveira/G1

A professora da USP Márcia Angelina Alves, responsável científica pelo acervo do Museu de Arqueologia de Monte Alto, SP — Foto: Adriano Oliveira/G1

“O povo tinha uma agricultura incipiente, mas complementava com caça, coleta e pesca. Eles tinham técnica para caçar bichos até de grande porte. Além disso, parte dos restos das cobras encontrada estava associada à fogueira, o que indica que comiam esses animais”, detalha.

O material recolhido compõe o acervo do Museu de Arqueologia de Monte Alto, inaugurado em 1999, após cinco anos de escavações sucessivas. Responsável científica pelo material, Márcia diz que ainda há outros esqueletos a serem descobertos no local.

“É uma certeza quase absoluta porque, onde existiam dez, deve ter muito mais. Era uma área de necrópole. Na área que a gente chama de zona dois, com 6 mil metros quadrados, já fizemos várias trincheiras e tem muito material. E ainda há uma terceira área, com 5 mil metros quadrados. São mais de 1 mil anos de caingangues morando nessa região”, diz.

Fóssil de titanossauro encontrado em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Fóssil de titanossauro encontrado em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Achados paleontológicos

Assim como as escavações arqueológicas, a descoberta dos fósseis de dinossauros também é interminável. O achado mais recente ocorreu em outubro desse ano, quando o técnico em meio ambiente José Francisco Canalli trabalhava em uma área de reflorestamento.

Canalli conta que, mesmo de longe, percebeu que se tratava de um fóssil, porque o fragmento estava exposto na rocha. A escavação no local ainda não teve início porque a área é particular, mas o Museu de Paleontologia já foi comunicado.

“Essa foi a primeira vez que achei um fóssil, apesar de já ter ajudado em outras escavações. Sempre gostei de geologia, mas nunca parei para procurar fósseis, isso aconteceu por acaso. A grande verdade é que, em qualquer lugar de Monte Alto, é possível achar”, afirma.

Equipe do G1 encontra fragmento de fóssil durante reportagem em rodovia em Monte Alto, SP — Foto: Adriano Oliveira/G1

Equipe do G1 encontra fragmento de fóssil durante reportagem em rodovia em Monte Alto, SP — Foto: Adriano Oliveira/G1

A própria equipe do G1 descobriu um fragmento de fóssil ao parar na porteira de um sítio para fotografar a Serra do Jaboticabal. A diretora do Museu de Paleontologia e o auxiliar, que estavam no veículo, realizaram a escavação improvisada e levaram parte da rocha para análise.

“Estamos em cima de rochas sedimentares e existem alguns pontos em que há muita erosão. Nesses locais, onde a rocha está erodindo, é possível observar se os fósseis estão, ou não, aparecendo. Isso acontece porque o fóssil vai desgastando junto com a rocha”, explica Sandra.

Em agosto do ano passado, o comerciante André Giancherini também encontrou dois ossos articulados, provavelmente ligados à região da bacia de um dinossauro, quando fazia uma trilha de bicicleta pela zona rural do povoado de Ibitirama.

Fragmento de fóssil encontrado pela equipe do G1 em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

Fragmento de fóssil encontrado pela equipe do G1 em Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

O fóssil estava no pé de uma serra, justamente no meio da trilha, por onde ciclistas passam a todo o momento. Faltava uma observação atenta e perspicaz para ser descoberto. A ossada ainda está sendo analisada, mas possivelmente, pertence a uma espécie herbívora.

“É um lugar difícil de descer, porque é muita buraqueira. Quando a gente chegou ao pé da serra, meu amigo decidiu subir de novo e eu fiquei esperando. Eu olhei e vi uma tirinha branca na rocha, e aquilo chamou minha atenção. Quando passei a mão, vi que era um fóssil”, conta.

Apaixonado por paleontologia desde a infância, Giancherini relembra que sempre visitava o museu de Monte Alto aos finais de semana, a ponto de deixar a família “enjoada” do assunto. Agora, sempre que realiza trilhas pela zona rural, o comerciante fica atento por onde passa.

“Eu gostaria de estudar geologia, paleontologia, mas eu trabalho muito. Eu penso que, mesmo assim, posso contribuir de alguma forma, porque posso fazer o que todo paleontólogo faz, que é procurar. Acho que agora passei a ser um ‘caçador de dinossauros’ também”, conclui.

O comerciante André Giancherini mostra o local onde encontrou fóssil na zona rural de Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

O comerciante André Giancherini mostra o local onde encontrou fóssil na zona rural de Monte Alto, SP — Foto: Érico Andrade/G1

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