O MP quer saber também onde estão cerca de 150 dependentes químicos que saíram da clínica. O órgão pediu à Justiça que o dono da unidade seja multado em R$ 1
Redação Publicado em 20/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 11h30
A promotoria pública abriu inquérito para apurar as condições de 13 clínicas de reabilitação para dependentes químicos em Araçoiaba da Serra (SP).
O MP quer saber também onde estão cerca de 150 dependentes químicos que saíram da clínica. O órgão pediu à Justiça que o dono da unidade seja multado em R$ 1 mil por dia a cada paciente ainda não localizado.
Cerca de 27 pacientes retirados de uma das unidades – interditada por ordem da Justiça – estão abrigados temporariamente no ginásio de esportes da cidade.
A operação comandada pelo Ministério Público tem denúncia de maus-tratos e falta de estrutura na clínica de onde saíram vários pacientes que estavam em reabilitação.
O alvará, segundo a fiscalização, estava vencido há dois anos. De acordo com a promotoria, a clínica chegou a abrigar 400 pacientes.
Somente 51 pacientes que deixaram a clínica foram identificados após a saída em massa no fim da semana passada. Ao todo, 201 pessoas estavam internadas contra a vontade.
Ainda conforme o MP, as internações cumpulsórias, contra a vontade dos pacientes, devem ser autorizadas pela Justiça e avisadas ao órgão para acompanhamento dos casos.
“A promotoria da saúde pública tem um inquérito civil para apurar as devidas autorizações, estrutura de atendimento de pacientes nas diversas clínicas espalhadas por Araçoiaba da Serra, me parece que algumas não tem nem alvará de funcionamento”, explica a promotora Maria Aparecida Castanho.
Muitos pacientes da clínica interditada no início desta semana dizem que eram agredidos por um funcionário que coordenava as unidades. “Por duas vezes ele meu deu um gogó aqui no pescoço. Saiu me arrastando até a enfermaria”, disse uma mulher, que preferiu ter a identidade preservada.
Os pacientes contaram que eram obrigados a trabalhar na limpeza e na cozinha. Um deles, do Rio de Janeiro, mostrou as mãos cortadas à equipe da TV TEM.
“Me machucava todo na cozinha tendo que cortar carne o dia todo e, no momento que queria sair, ia para uma laborterapia de ronda noturna”, relata o paciente.
“O papel da prefeitura agora é diminuir o máximo o sofrimento deles e dar destino às famílias. Vamos procurar um local mais apropriado para fazer o acolhimento, o mais rápido possível”, afirma o secretário de Assistência Social, Antonio Cláudio Alvares.
Em nota, o Centro Terapêutico Ibanez Lattanzio Ltda afirma que trabalha com laborterapia, o trabalho como terapia dos pacientes. Além disso, a instituição nega qualquer tipo de agressão por parte dos funcionários.
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