Um grupo de militares da reserva assinou uma nota de apoio ao general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após ele falar em
Redação Publicado em 24/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 19h27
Um grupo de militares da reserva assinou uma nota de apoio ao general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após ele falar em “consequências imprevisíveis” caso o presidente Jair Bolsonaro tenha que entregar seu celular para perícia na investigação que apura a acusação do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, sobre possível interferência na Polícia Federal (PF). Os militares que assinam a nota alertam para um cenário extremo, de “guerra civil” no Brasil.
A apreensão do celular de Bolsonaro não foi feita pelo STF, mas sim surgiu como uma possibilidade após o Supremo encaminhar à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido feito por parlamentares que incluía uma possível apreensão, algo que só deve ser efetivado em último caso, dada a gravidade e a reação. Ainda assim, os colegas de general Heleno na Academia das Agulhas Negras direcionaram seus ataques à corte.
Os ‘Agulhas Negras’ alertaram para o risco de uma guerra civil no Brasil em um cenário extremo, e disseram que falta “decência” e “patriotismo” a parte dos ministros do STF .
“Assim, trazem ao país insegurança e instabilidade, com grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil”, diz trecho da nota assinada por dezenas de militares da reserva.
A crise institucional e os embates entre os Poderes se acentuaram na última sexta-feira (22), quando Celso de Mello , ministro do STF, autorizou a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, quando, segundo Moro, o presidente teria explicitado sua intenção de interferir politicamente na PF. Segundo mensagens obtidas pelo jornal O Estado de S.Paulo , Bolsonaro já havia comunicado Moro sobre a troca na PF antes mesmo da reunião .
O vídeo da reunião ministerial será usado como evidência para apurar se houve, de fato, interferência de Bolsonaro com a intenção de proteger seus filhos, amigos e aliados políticos em investigações . Na reunião, o presidente disse: “Eu não vou esperar foder a minha família toda de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final!”. Dias depois, Moro deixou o governo e acusou o presidente.
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