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Metade dos calouros na faculdade abandona o curso

Quase 56% dos alunos que entraram na faculdade em 2010 não se formaram com os colegas do curso de graduação no qual se matricularam. Abandonos ou trocas de

Metade dos calouros na faculdade abandona o curso
Metade dos calouros na faculdade abandona o curso

Redação Publicado em 16/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 12h03


Só 34% dos estudantes tiveram uma trajetória ‘sem percalços’ no período, segundo acompanhamento feito pelo Inep; entre as desistências, 84,4% eram de alunos matriculados em instituições privadas

Quase 56% dos alunos que entraram na faculdade em 2010 não se formaram com os colegas do curso de graduação no qual se matricularam. Abandonos ou trocas de instituição de ensino justificam os percentuais apontados nos dados inéditos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que acompanhou a trajetória dos universitários entre 2010 e 2015 com base no Censo da Educação Superior.

O percentual é equivalente a 1.392.586 estudantes. O estudo não aponta exatamente quantos deles, além de abandonarem o curso, também deixaram o sonho de se formar em uma faculdade. As desistências podem estar relacionadas a mudanças de universidade, de curso e até de turno em relação à matrícula feita em 2010.

Especialistas dizem que o índice é alto e apontam como causas do abandono a educação básica pública deficitária, que não habilita o aluno recém-saído do ensino médio para a universidade; a crise financeira pelo qual atravessa o país; o fato de o estudante ter de escolher a carreira muito jovem e a falta de atratividade dos modelos de ensino.

Em 2010, esses alunos ingressaram em 24.603 cursos de 2.209 instituições de ensino superior. Entre as desistências, 84,4% eram de alunos matriculados em instituições privadas (o equivalente a 1.161.836 pessoas) e 16,6% em públicas, o que representa, em números absolutos, 230.750 pessoas.

A maior taxa de desistência (16,7%) ocorreu quando estes universitários estavam no segundo ano do curso. No primeiro e no terceiro anos, o índice girou em torno de 10%. A menor desistência, de 3,5%, foi registrada no último ano do curso. Em seis anos, o Inep registrou 1.081 mortes de universitários que se matricularam em 2010.

“Acho o número de 55,6% [de desistência] bem alto, mas há 10 ou 20 anos possivelmente era mais alto, o que nem sempre é negativo. O desafio agora é garantir a permanência do aluno no ensino superior, a maioria na rede privada e grande parte de baixa renda”, afirma Ernesto Faria, diretor executivo da Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).

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