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Melhora na economia ficou mais clara, diz presidente do Banco Central

A previsão de queda de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma dos bens e serviços produzidos no país – divulgada pelo Banco Central (BC) no fim de junho,

Melhora na economia ficou mais clara, diz presidente do Banco Central
Melhora na economia ficou mais clara, diz presidente do Banco Central

Redação Publicado em 16/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 21h34


Campos Neto prometeu novas medidas para crédito a microempresas

A previsão de queda de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma dos bens e serviços produzidos no país – divulgada pelo Banco Central (BC) no fim de junho, pode não se concretizar, disse hoje (16) o presidente do órgão, Roberto Campos Neto. Em transmissão ao vivo para executivos de um banco, ele disse que a tendência de recuperação da economia ficou mais clara nos últimos 15 dias.Melhora na economia ficou mais clara, diz presidente do Banco Central

“Nos parecia que apesar de ter um número de 6,4% existia um viés de melhora, e acho que nas últimas duas semanas esse viés ficou mais claro. Tem um começo de recuperação em ‘V’ e depois a pergunta é o quanto suave vai ser a segunda parte dessa recuperação”, declarou Campos Neto. Ele citou estatísticas de arrecadação, tráfego e consumo de energia para justificar a reativação da economia.

Recuperação em “V” é um termo usado por economistas para relatar uma retomada intensa depois de uma queda vertiginosa na atividade econômica. No caso do Brasil, no entanto, o presidente do BC disse não acreditar que a recuperação será tão rápida como na China, com o reaquecimento dando-se de forma suave.

“Nós não acreditamos que vai ser um V completo. Hoje a China dá pra dizer que está perto de ter um V completo. Até nos Estados Unidos acho que está difícil dizer isso, a evidência mostra que alguns dados como consumo está subindo em V, mas outras nem tanto”, acrescentou.

Microempresas

Sobre a ajuda às micro e pequenas empresas afetadas pela pandemia, objeto de críticas por parte dos empresários, Campos Neto afirmou que o governo editará em breve uma medida provisória com quatro novas medidas de liberação de crédito.

Campos Neto indicou que o BC deverá estimular a liberação de crédito para as micro e pequenas empresas com base na diminuição do custo dos bancos em reter capital. “Entendemos que é uma medida que é um alcance bom, que tem um componente de baratear o custo de capital dos bancos”, comentou.

O presidente do BC disse que as medidas complementarão o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que fornece crédito com juros baixos e exigências reduzidas de garantia aos pequenos negócios. Segundo ele, o Pronampe apresenta ótimo desempenho, mas ainda “está longe do que precisa ser feito”.

Novo imposto

Em relação à eventual criação de um imposto sobre pagamentos eletrônicos, em estudo pela equipe econômica, Campos Neto defendeu o debate sobre o tema, com os agentes econômicos pesando os impactos da medida com as desonerações prometidas para compensar o novo imposto. “Acho que a ideia do ministro de ter um instrumento para poder fazer um abono, para poder fazer uma desoneração de folha grande é muito relevante”, declarou. Campos Neto, no entanto, disse que a alíquota teria de ser “muito pequena” para não provocar distorções no sistema financeiro, com as pessoas deixando de pagar por meios eletrônicos para evitar o imposto.

WhatsApp

O presidente do BC comentou a decisão do órgão de suspender o novo serviço de pagamentos por meio do aplicativo WhatsApp. Ele enfatizou que a autoridade monetária não proibiu a ferramenta, apenas pediu tempo para esclarecer dúvidas e analisar os efeitos do aplicativo, como o aumento da competição no sistema financeiro.

“Temos conversado com eles.  Acertamos uma posição de aprovar o mais rápido possível, mas a gente precisa ter certeza de que ele é barato, eficiente, aberto e seguro para as pessoas. Outras big techs [grandes empresas de tecnologia] podem oferecer outros tipos de serviços. A gente entende que lá na frente esse mundo financeiro vai ser mais digital e mais especializado”, concluiu.

Agência Brasil

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