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‘Melhor agora, antes que seja tarde demais’: reservistas ucranianos treinam em caso de conflito com a Rússia

Com o retorno da tensão entre Rússia e Ucrânia, civis ucranianos estão em treinamento de guerra para caso ocorra um embate entre os dois países.

‘Melhor agora, antes que seja tarde demais’: reservistas ucranianos treinam em caso de conflito com a Rússia
‘Melhor agora, antes que seja tarde demais’: reservistas ucranianos treinam em caso de conflito com a Rússia

Redação Publicado em 29/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 19h35


Cerca de 120 mil soldados russos estão posicionados perto da fronteira da Ucrânia, segundo estimativas.

Com o retorno da tensão entre Rússia e Ucrânia, civis ucranianos estão em treinamento de guerra para caso ocorra um embate entre os dois países.

De segunda a sexta-feira, Mykhaylo é advogado, Alexander é programador de TI e Konstantin é freelancer em publicidade online. Aos sábados, os três se reúnem em um canteiro de obras abandonado nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia, para treinar como reservistas do exército ucraniano, prontos para serem convocados.

Em resposta à ameaça de cerca de 120 mil soldados russos concentrados perto da fronteira, o governo da Ucrânia lançou uma nova força de defesa territorial e quer reunir até 130 mil reservistas.

Embora possam ter pouca chance contra o exército russo — profissional, bem equipado e treinado —, os reservistas podem ser usados para proteger locais civis na capital ucraniana em caso de uma invasão.

A Ucrânia praticamente separa a Rússia do resto da Europa — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

A Ucrânia praticamente separa a Rússia do resto da Europa — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O treinamento reuniu cerca de 70 moradores, alguns com equipamentos completos de infantaria, incluindo rifles de caça e com experiência de combate de quando a Rússia anexou a Crimeia em 2014.

“Estou preocupado”, disse Konstantin Sevchuk, o freelancer de 43 anos que disse que até agora evitou qualquer contato com os militares depois de servir por um ano durante uma mobilização geral da Ucrânia. “Isso realmente não se encaixa na minha vida, eu realmente não queria. Mas, agora, com essa situação, é necessário.”

Embora o programador de TI Alexander tenha participado dos protestos em massa pró-democracia em Kiev entre os anos 2013 e 2014, ele disse que não se sentia pronto para lutar quando Moscou reagiu à queda do presidente pró-Rússia da Ucrânia, anexando a Crimeia.

“Agora estou na casa dos 30 e é hora de me juntar”, disse. “É melhor agora, antes que seja tarde demais. Quero estar preparado.”

Já Mykhaylo, de anos 39 anos, disse que estava entusiasmado: “Minha inclinação para ir para a guerra já existia. Agora, faz todo o sentido fazer isso”, disse.

Recentemente, os Estados Unidos têm alertado que uma intervenção militar é provável e iminente. Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que muito “pânico” está prejudicando a economia do país, que tem 41 milhões de habitantes.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que o Ocidente não abordou as principais demandas de segurança de Moscou na crise sobre a Ucrânia, mas que está pronto para continuar dialogando. Enquanto isso, o países ocidentais ameaçam a Rússia com pesadas sanções econômicas caso ela venha a invadir a Ucrânia novamente.

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G1

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