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Medo da febre amarela pode ser causa de ataques a macacos em Rio Preto

Macacos estão aparecendo mortos com sinais de traumatismo craniano e marcas de ferimentos em São José do Rio Preto (SP), principalmente depois de casos de

Medo da febre amarela pode ser causa de ataques a macacos em Rio Preto
Medo da febre amarela pode ser causa de ataques a macacos em Rio Preto

Redação Publicado em 03/03/2017, às 00h00 - Atualizado às 21h26


Só neste ano, 28 macacos foram encontrados mortos na cidade.
Saúde achou animais com sinais de agressão; órgãos ambientais investigam.

Macacos estão aparecendo mortos com sinais de traumatismo craniano e marcas de ferimentos em São José do Rio Preto (SP), principalmente depois de casos de animais encontrados com suspeita de febre amarela. A suspeita de que macacos estariam sendo mortos por pessoas com medo da doença alertou os órgãos ambientais e de saúde do município e do Estado. A média de animais mortos em 2017 é de quase um a cada dois dias.

Só neste ano, em Rio Preto, 28 macacos foram encontrados mortos; uns com sinais de lesões, outros com traumatismo craniano. O número é definitivamente maior que o de macacos diagnosticados com febre amarela: um no ano passado e um este ano.

Segundo agentes ambientais, é um hábito comum entre os macacos de separarem os animais doentes do bando, às vezes até com violência. Mas segundo a Secretaria de Saúde de Rio Preto, alguns dos bichos mortos tinham sinais claros de maus-tratos por seres humanos.

“Cerca de 60% desses animais, a gente encontrou alguma causa externa, seja traumatismo, choque elétrico, tivemos um animal carbonizado e outro que foi ferido por uma arma. A gente encontrou um projétil durante a necropsia”, afirma a enfermeira Michela Dias Barcelos.

Macacos estão sendo encontrado mortos com sinais de agressão (Foto: Reprodução/TV TEM)

Macacos estão sendo encontrado mortos com sinais de agressão (Foto: Reprodução/TV TEM)

A Secretaria de Saúde do Estado confirmou a morte de 228 macacos entre janeiro de 2016 e fevereiro deste ano. Os macacos mortos foram encontrados nas regiões de Rio Preto, Sorocaba (SP), Barretos (SP), Ribeirão Preto (SP) e Franca (SP). Desses 228 animais mortos, só 32 tiveram a morte por febre amarela confirmada.

“O macaco funciona com uma sentinela. Ele alerta a população sobre a presença do vírus circulando na região e a necessidade de a gente estar adotando algumas medidas preventivas. O macaco não transmite a doença diretamente ao homem. Então, não é necessário ter medo desses animais. O que as pessoas precisam ter cuidados é de se vacinar e de eliminar criadouros para que a gente não tenha a proliferação de mosquitos”, diz a enfermeira.

Um sagui foi encontrado por um morador, na região norte de Rio Preto, que o levou até a Polícia Ambiental. Ele está doente, mas com tratamento é quase certeza de que ele vai ficar bom. “A agressão a esses animais, silvestres ou não, constitui crime ambiental. A pessoa pode ser presa, com pena de detenção até um ano e ainda sofrer uma multa que parte de R$ 3 mil”, diz o capitão da Polícia Ambiental Cassius José do Oliveira.

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