Macacos estão aparecendo mortos com sinais de traumatismo craniano e marcas de ferimentos em São José do Rio Preto (SP), principalmente depois de casos de animais encontrados com suspeita de febre amarela. A suspeita de que macacos estariam sendo mortos por pessoas com medo da doença alertou os órgãos ambientais e de saúde do município e do Estado. A média de animais mortos em 2017 é de quase um a cada dois dias.
Segundo agentes ambientais, é um hábito comum entre os macacos de separarem os animais doentes do bando, às vezes até com violência. Mas segundo a Secretaria de Saúde de Rio Preto, alguns dos bichos mortos tinham sinais claros de maus-tratos por seres humanos.
“Cerca de 60% desses animais, a gente encontrou alguma causa externa, seja traumatismo, choque elétrico, tivemos um animal carbonizado e outro que foi ferido por uma arma. A gente encontrou um projétil durante a necropsia”, afirma a enfermeira Michela Dias Barcelos.
A Secretaria de Saúde do Estado confirmou a morte de 228 macacos entre janeiro de 2016 e fevereiro deste ano. Os macacos mortos foram encontrados nas regiões de Rio Preto, Sorocaba (SP), Barretos (SP), Ribeirão Preto (SP) e Franca (SP). Desses 228 animais mortos, só 32 tiveram a morte por febre amarela confirmada.
“O macaco funciona com uma sentinela. Ele alerta a população sobre a presença do vírus circulando na região e a necessidade de a gente estar adotando algumas medidas preventivas. O macaco não transmite a doença diretamente ao homem. Então, não é necessário ter medo desses animais. O que as pessoas precisam ter cuidados é de se vacinar e de eliminar criadouros para que a gente não tenha a proliferação de mosquitos”, diz a enfermeira.
Um sagui foi encontrado por um morador, na região norte de Rio Preto, que o levou até a Polícia Ambiental. Ele está doente, mas com tratamento é quase certeza de que ele vai ficar bom. “A agressão a esses animais, silvestres ou não, constitui crime ambiental. A pessoa pode ser presa, com pena de detenção até um ano e ainda sofrer uma multa que parte de R$ 3 mil”, diz o capitão da Polícia Ambiental Cassius José do Oliveira.