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Marketing do Corinthians projeta mais ganhos com patrocínio e retomada dos sócios-torcedores

Famoso entre os torcedores do Corinthians por usar o Twitter como ferramenta de interação com a Fiel nos primeiros meses da gestão de Duílio Monteiro Alves, o

CORINTHIANS
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Redação Publicado em 22/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h40


Famoso entre os torcedores do Corinthians por usar o Twitter como ferramenta de interação com a Fiel nos primeiros meses da gestão de Duílio Monteiro Alves, o superintendente de marketing, comunicação e inovação José Colagrossi ficou um pouco ausente das redes por cerca de três meses.

Nesta semana, voltou a fazer publicações sobre o novo patrocinador máster do futsal masculino e também para o concurso que vai eleger os 111 maiores jogadores da história do clube.

Nesta entrevista ao ge, publicada em duas partes, o profissional explicou que depois de tanto ouvir, era o momento de colocar em prática várias ideias que foram ofertadas pelos torcedores.

– Chegou o novo momento de continuar ouvindo, mas de falar pouco e pôr o aprendizado em prática. Muito do que estamos fazendo não pode ser discutido nas redes, tanto por questões de confidencialidade como também para não prejudicar as negociações – afirmou Colagrossi.

Nesta primeira parte do papo, Colagrossi explica se é possível ter mais ganhos em patrocínios na camisa do time profissional e projeta os próximos passos do programa Fiel Torcedor após o acordo com a IBM, que recolocou o site no ar no final de junho.

Confira:

ge: Pensando em camisa, o que ainda é possível fazer em geração de receita? A previsão ainda é chegar a dezembro com arrecadação próxima a R$ 100 milhões?
Colagrossi:
 – Efetivamente, a reorganização dos patrocínios em nossa camisa no início da gestão gerou uma receita nova importante ao clube, principalmente naquele momento. Sem aumentar o número de marcas no uniforme, premissa básica dada pelo nosso presidente Duilio, ainda existe espaço para crescermos cerca de R$ 5 milhões por ano, sem contar as receitas variáveis associadas aos patrocínios que levariam nosso uniforme para além dos R$ 100 milhões, um objetivo da gestão.

Há patrocinadores em renovação? O contrato da Hapvida, por exemplo, acaba em agosto.
– Sim, Hapvida termina em agosto, e estamos em tratativas para uma definição. Outros patrocínios terminam no final do ano e já estamos renegociando. Temos ainda a barra frontal, hoje usada para promover a Corinthians TV por decisão estratégica, sendo que existe a possibilidade de exibir um patrocinador muito em breve com essa propriedade ainda mais valorizada, com receita adicional.

Camisa do Corinthians modelo 2021/2022 — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Camisa do Corinthians modelo 2021/2022 — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

O clube anunciou um patrocínio exclusivo para o futsal e futebol feminino. Como isso tem sido conduzido?
– Nossos esforços não se limitam ao uniforme do futebol profissional masculino. Desde o início da gestão, o presidente Duilio determinou como missão estratégica de tornar os outros esportes financeiramente independentes, para diminuir o déficit do clube social. Nosso papel é a geração de novas receitas tanto de patrocínio como através da inovação, e nestes primeiros meses trouxemos novos patrocinadores para o feminino, importante prioridade para mim, basquete e o futsal.

– Tivemos de construir uma estrutura de marketing que atendesse cada modalidade, com mídia kit, conteúdos engajadores e políticas de preços de patrocínio que tivessem credibilidade no mercado. Com isso, vamos diariamente ao mercado em busca de parcerias que agreguem valor real aos nossos patrocinadores, e os resultados recentes nos mostram que estamos na direção certa.

Com o acordo feito com a IBM, o Fiel Torcedor voltou a operar. Quando o público voltar ao estádio, como alcançar novamente um patamar com base acima de 100 mil sócios?
– Nosso site ficou fora do ar por quase dois meses, o que impediu que os associados conseguissem pagar as mensalidades. Acredito que nos próximos meses voltaremos ao patamar de 40 mil ativos, número esse que certamente crescerá muito com a aproximação da volta do público à Neo Química Arena.

E quais os próximos passos para o programa?
– Podemos pensar em dois momentos: a curto prazo continuar operando o Fiel Torcedor como ele é, com algumas melhorias, enquanto, a médio e longo prazo, entender como transformar o Fiel Torcedor para que ele atinja seu real potencial. Continuaremos garantindo a experiência dos atuais sócios e principalmente o acesso à Neo Química Arena, combinado com benefícios associados aos produtos e serviços de marcas parceiras. Estamos prestes a lançar um novo plano para torcedores de todo país que não têm interesse em compra de ingresso, mas sim em exercer suas paixões de outras formas.

– Não existe consultor de marketing melhor que o torcedor corintiano. Criamos um grupo de trabalho específico no marketing, estudamos as iniciativas em diversos países dentro e fora do futebol, engajamos perto de uma centena de torcedores através de um programa de pesquisa qualitativa inédita no clube, e agora vamos para a fase de pesquisa quantitativa, quando entrevistaremos um número muito maior. Todo corintiano é um Fiel Torcedor: o fato de escolher não remunerar o clube através de uma mensalidade não o torna menos torcedor do que aquele que o faz, são apenas pessoas diferentes que amam nosso Corinthians às suas maneiras. Cabe a nós encontrarmos uma maneira para que, na prática, seja possível oferecer uma experiência para todos.

Torcida do Corinthians em jogo na Neo Química Arena em 2019 — Foto: Marcos Ribolli

Torcida do Corinthians em jogo na Neo Química Arena em 2019 — Foto: Marcos Ribolli

Isso aumentaria a base de sócios?
– Podemos alcançar números nunca antes vistos. O número é uma consequência do quão ajustada ao perfil de cada torcedor é a experiência. E nós entendemos que temos uma grande estrada a percorrer nesse sentido quando o assunto é Fiel Torcedor. Esse é um projeto de três anos, e não três meses.

Depois de um começo de intensa interação nas suas redes sociais com os torcedores, você deu uma sumida das redes. O que aconteceu?
– Minha interação no começo da gestão foi extremamente importante para mim por três motivos: para me apresentar à torcida, para que conhecessem quem era esse executivo do mercado que chegava no clube; fazer um “curso intensivo” no ecossistema corintiano através das muitas vozes digitais e, vindo da indústria de pesquisa onde trabalhei por 11 anos, usei as redes como fonte de informação permanente para entender as expectativas, frustrações, queixas, sonhos, ideias, tudo mais que essa enorme paixão gera dentro de cada torcedor. Foi uma das experiências mais ricas da minha vida.

– Aprendi demais e muito rápido, e muito do que fizemos nestes primeiros seis meses, assim como os que estamos planejando fazer daqui para a frente, veio diretamente ou indiretamente desta interação. Passado este primeiro momento, chegou o novo momento de continuar ouvindo, mas falar pouco e pôr o aprendizado em prática. Até porque muito do que estamos fazendo não pode ser discutido nas redes, tanto por questões de confidencialidade como também para não prejudicar as negociações. Entendo claramente que meu sumiço, que foi muito mais um silêncio, frustrou muitos torcedores. Continuo lendo regularmente todos os comentários, críticas, elogios, sugestões, e muito em breve após os importantes anúncios que virão nas próximas semanas, voltarei a ser mais ativo.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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