A pandemia do coronavírus fez com que fosse necessário o isolamento social. O efeito colateral foi aumentar drasticamente a desigualdade econômica, que é
Redação Publicado em 01/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h48
A pandemia do coronavírus fez com que fosse necessário o isolamento social. O efeito colateral foi aumentar drasticamente a desigualdade econômica, que é desde sempre o maior problema do Brasil. Os dados são claros: em agosto, a taxa de desemprego no país chegou a 14,3%, sendo que no mesmo mês do ano passado estava em 11,8%.
Mas quando ficamos apenas com porcentagens não conseguimos ter a real noção do problema. São 12,8 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, segundo dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
E, como sempre, a crise afeta mais as mulheres mulheres mães, pobres e negras. Com as escolas e creches fechadas, mães que trabalhavam fora tiveram de deixar o emprego para cuidar dos filhos, da família e da casa. Ou foram demitidas justamente porque não conseguiam cumprir a carga horária exigida por seus patrões.
Os dados são estarrecedores: as mulheres atualmente têm a menor taxa de participação no mercado de trabalho dos últimos 30 anos, segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os pesquisadores da entidade apontam como uma das principais razões para os números é pelo fato do trabalho não remunerado em casa ter aumentado, as escolas terem fechado e a necessidade de cuidar dos filhos em tempo integral.
E como será daqui para frente? Devemos preparar a cidade de São Paulo para que a retomada dos empregos seja favorável a todos.
Gerar emprego e renda é o caminho a ser perseguido. O empenho deve ser de todos, em especial da Prefeitura e da Câmara Municipal. As vereadoras e vereadores, como é esperado do legislativo, devem atuar na elaboração de leis que facilitem a criação de um ambiente de inovação, de geração de trabalho no município.
Leis que ajudem as empresas e serviços da cidade, estimulem o comércio local, valorizem o pequeno e médio empreendedor e tragam para a legalidade o mercado de trabalho informal. Acima de tudo, o parlamento municipal precisa incentivar a cidade a se conhecer e ser criativa. Precisamos garantir segurança para os geradores de emprego e trabalhar com ousadia para trazer novas soluções.
Os próximos anos serão cheios de desafios é necessário um novo pacto social para conseguirmos lidar com os duros desafios do impacto desta pandemia.
Marina Bragante é Mestre em Administração Pública pela Universidade de Harvard, formada em psicologia pela PUC-SP. Trabalha na gestão pública há 15 anos, foi Chefe de Gabinete da deputada estadual de São Paulo pela REDE, Marina Helou, Secretária Adjunta de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Coordenadora Executiva do gabinete do vereador Floriano Pesaro (PSDB-SP) e começou sua carreira na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento do município de São Paulo. É líder do movimento Vamos Juntas, líder RAPS (Rede de Ação Política para a Sustentabilidade) e foi aluna do Renova BR. Tem 41 anos e mãe dos trigêmeos Lorena, Olívia e Lucas.
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