Espera-se muito do Brasil A História abre, poucas vezes, janelas de oportunidade para a correção de rumos, redimensionamento dos desafios e o estabelecimento
Redação Publicado em 01/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h34
Espera-se muito do Brasil
A História abre, poucas vezes, janelas de oportunidade para a correção de rumos, redimensionamento dos desafios e o estabelecimento de novas estratégias. A eleição do candidato Jair Messias Bolsonaro representava, na Política Externa Brasileira, uma rara oportunidade neste sentido. O Brasil, já há bastante tempo, vem-se apequenando no cenário internacional, por uma visão equivocada de potência mediana (Fernando Henrique Cardoso), e por uma grandiosidade enviesada ideologicamente (Lula-Dilma).
Do Brasil, como uma das 10 maiores economias globais, espera-se uma Política Externa que tenha muito claro quais são seus objetivos, parcerias estratégicas e comportamento como um país relevante na ordem internacional. A verdade é que por uma série de desacertos, tornarmo-nos um anão diplomático. E isto precisa ser mudado. Três coisas fundamentais deveriam nortear a Política Externa: o interesse nacional, a necessidade de uma diplomacia eficaz e uma visão clara de longo prazo.
O interesse nacional é construído a partir de uma agenda doméstica bem compreendida, a soberania nacional e o bem-estar dos cidadãos. É importante que seja definido aquilo que interessa ao Brasil no curto, médio e longo prazos, a partir do seguinte questionamento: no que este assunto avança efetivamente os interesses do País no mundo? As amizades são fluidas e interesses são constantes. O Brasil, para ser um global player, precisa, em primeiro lugar, ser um efetivo líder regional sul-americano. Na América Latina, somos líderes, porém sem seguidores.
É preciso redimensionar e reavaliar se algumas embaixadas são necessárias, se alguns consulados diplomáticos não poderiam ser trocados por Consulados Honorários, e se, de fato, estamos concentrando esforços e recursos do contribuinte nos locais onde o Brasil poderá obter maiores benefícios no futuro. O Brasil precisa preparar sua diplomacia para o século XXI, com diplomatas fluentes nas mais variadas línguas estrangeiras e com clara vocação para a carreira. O perfil do diplomata do século XXI é muito diferente daquele de décadas atrás. É preciso refrescar as ideias no Itamaraty, com uma Academia presente contribuindo com conhecimento funcional e regional para que os diplomatas estejam melhor preparados em sua atuação.
A visão de longo prazo também deve ser clara. Em quais relacionamentos bilaterais obterá o Brasil maiores vantagens? Vale a pena continuar com o Mercosul ou deve ser mudado para uma Área de Livre Comércio? Como queremos ser reconhecidos internacionalmente? Em que nossa voz deverá ser reconhecida e confiada? Fomos levados a confiar no chamado poder brando como um elemento essencial na diplomacia. O que importa, de fato, é poder. Se a economia e a defesa brasileiras forem maiores, aí, de fato, teremos o devido reconhecimento. O resto é questão de perfumaria. Portanto, é importante utilizar as instituições em que participamos, como a CPLP e BRICS para fortalecer nossa voz internacionalmente. Mas precisamos fazer melhorar a situação política e econômica doméstica, porque é impossível distanciar a imagem externa da realidade interna.
O atual governo precisa de uma estratégia eficiente de comunicação global, com a visitas constantes do presidente a Beijing, Washington e Bruxelas, para realinhar os interesses e parcerias do Brasil, que diferem em cada um desses casos. Bolsonaro precisa falar às grandes redes de televisão e da imprensa internacional para reafirmar os valores democráticos do País e tentar melhorar um pouco de sua deteriorada imagem de reacionário, extremista e populista.
O Brasil pode e deve aprofundar suas parcerias com novos parceiros. Da Europa e Estados Unidos, os ganhos tenderão a ser marginais. Da Ásia, os ganhos poderão ser exponenciais, se a estratégia de longo prazo e maior interação comercial, militar e tecnológica incrementarem. É, sem dúvida, essencial, mostrar ao mundo que o País mudou. Muitos são os desafios existentes. O mundo espera muito do Brasil.
Marcus Vinicius de Freitas, Professor de Direito e Relações Internacionais, na Universidade de Relações Exteriores da China
Twitter/Instagram: @mvfreitasbr
Leia também
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!
Policial de 21 anos é arrebatado por facção criminosa no Guarujá
VÍDEO - Traficante se vinga de mulher infiel de forma aterrorizante
Vídeo flagra casal fazendo sexo dentro de carro em plena luz do dia
BOMBA! Andressa Urach revela se já fez sexo com o próprio filho
Desigualdade salarial: homens brancos ganham 27,9% a mais que a média no Brasil
Investimento para programa de incentivo no setor de eventos é de R$ 15 bi
Brasil volta ao mapa dos investimentos internacionais: país sobe no ranking da Kearney
Gracyanne foi surpreendida com mudança de Belo: "Não sei para onde ele foi”
Entenda como o acidente entre Porsche e Uber pode afetar o bolso dos brasileiros