Marcus Vinicius De Freitas, Professor Visitante, Universidade de Relações Exteriores da China
Redação Publicado em 11/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 08h13
Marcus Vinicius De Freitas, Professor Visitante, Universidade de Relações Exteriores da China
A eleição de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos é um fato histórico no cenário político norte-americano. Biden, nascido na Pensilvânia, que fez carreira política em Delaware, chega à presidência, em sua terceira tentativa, acompanhado por Kamala Harris. Biden não representa uma revolução. Com 47 anos de vida pública, sua eleição à Casa Branca implica o retorno de muitas figuras conhecidas do Partido Democrata à administração norte-americana. Sua retórica é a de acalmar o país e retornar a um status quo tradicional, pré-Donald Trump, com ênfase na Covid-19 (o maior pesadelo de Trump e o grande eleitor de Biden), a recuperação econômica, o combate ao racismo endêmico e atenção à questão da mudança climática. Kamala Harris, por certo, adicionará questões mais progressistas na agenda, como combustíveis fósseis e maior diversidade identitária. Esta agenda, no entanto, é a que causa a maior preocupação nos outros 70 milhões de eleitores que votaram em Donald Trump.
Biden assumirá um país dividido. Apesar de uma grande votação, do outro lado, Donald Trump – que se tornou o republicano mais bem votado da história do partido – não deixará a cena tão facilmente. Sob sua liderança, o Partido Republicano logrou êxitos eleitorais que os Democratas – que esperavam varrer o país com uma onda azul – não conseguiram superar. O legado de Trump, além da recuperação econômica, em dois momentos importantes da história recente, incluíram a consolidação conservadora da Suprema Corte a ser mantida nas próximas décadas, a manutenção da maioria no Senado e a redução da maioria democrata na Câmara de Deputados. Ademais, houve algumas mudanças nas Assembleias Legislativas, com um sucesso importante do Partido Republicano. Esses ganhos não facilitarão a vida de Joe Biden na presidência.
Fato é que a realidade evidencia que, no voto popular, os republicanos não conseguirão mais vencer, a menos que a Califórnia passe por uma conversão. A Califórniasozinha deu a Biden os mais de 4 milhões de votos de diferença em relação a Trump. Excluída a Califórnia, a diferença entre os dois não chega aos 10 mil votos em todo o país. Esta situação, que parece quase irreversívelnaquele estado, é, sem dúvida, a maior razão para a manutenção do Colégio Eleitoral para manutenção do equilíbrio na votação.
A verificação da pristinidade do processo eleitoral, que, segundo Trump, teria sido conspurcado, poderá afetar – se não o resultado– a própria presidência de Biden. Se as provas forem efetivamente apresentadas e tiverem alguma consistência, o grande desafio será convencer algum juiz a tomar uma decisão que lhe colocasse em franca oposição ao momento “Já Ganhou” criado pelo Partido Democrata e pela mídia. É uma missão quase impossível. Se, apesar desta sombra, Biden conseguir manter-se no poder, semelhante àquilo que ocorreu na Administração Trump, enfrentará dificuldades enormes para governar. Para Biden, que deu a entender que seriapresidente por um só mandato, devido à sua idade avançada, o perigo de tornar-se um pato manco logo no primeiro ou segundo ano de mandato, em razão de uma crise institucional, é uma realidade a ser combatida.
A verdade é que esta eleição não era de Trump contra Biden, mas de Trump contra si mesmo. E ele perdeuparcialmente. Mas não está só: também perderam – e muito mais – os institutos de pesquisa, que erraram fragorosamente em suas análises, e a grande mídia –apoiadora do candidato democrata – que perdeu totalmente a serenidade e isenção que deveria exercer no processo eleitoral.
Por fim, fica aí um sinal importante para o governo Jair Bolsonaro. Macri não conseguiu um segundo mandato. Trump, em princípio, tampouco. Talvez a retórica inflamada já tenha cansado a maioria do eleitorado que espera, de fato, mais ação e menos gritaria. Os resultados econômicos de Trump deixarão um legado positivo para o país, apesar da pandemia. Quais serão os legados do Bolsonarismo?
Fica claro, ainda, que o Brasil precisa reavaliar suas prioridades e repensar seus laços de amizade.O ganho do Brasilcom Trump, se houve,foi mais ideológico do que pecuniário. Talvez com Biden na presidência, o Brasil repense sua retórica e posicionamento global. Quem sabe, finalmente, o Brasil busque transformar-se na sua maior prioridade.
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