Uma manicure de São Carlos (SP) resolveu fazer um desabafo nas redes sociais após uma cliente se negar a ser atendida por ela ser negra. O vídeo publicado por
Redação Publicado em 03/06/2017, às 00h00 - Atualizado às 20h34
Uma manicure de São Carlos (SP) resolveu fazer um desabafo nas redes sociais após uma cliente se negar a ser atendida por ela ser negra. O vídeo publicado por Flávia Abreu, de 32 anos, ultrapassa 800 mil visualizações e o objetivo é que, com o relato, ela consiga conscientizar as pessoas sobre a persistência do preconceito e identificar a mulher que desistiu do atendimento.
“Muitas pessoas acham que isso é coisa da cabeça do negro, que acontece em novelas, em qualquer outro lugar e não tão perto da gente. Queria que as pessoas sentissem a dor que eu senti no momento e refletissem sobre essa questão”, afirmou.
Flávia trabalha como manicure há mais de 10 anos e, militante de movimento negro, explicou que postou o vídeo como forma de combate à discriminação. “Foi um episódio lamentável, que doeu muito e vai ficar marcado. Vou continuar na luta, não tenho vergonha de dizer o que aconteceu. Vou defender essa causa até o fim”, disse.
“Só nós que somos negros sentimos essa opressão no dia a dia. Eu, que sou uma mulher negra e pobre, sei mais ainda o quanto é difícil porque a todo momento tenho que ficar mostrando o quanto sou capaz. Tento encarar tudo isso com força para conseguir lutar e fazer as coisas mudarem”, contou.
Quando publicou o vídeo, a manicure não esperava tanta repercussão. Ela disse que ficou assustada, mas agora vê no retorno uma forma de incentivo. “Todas essas mensagens que estou recebendo, pessoas se solidarizando, ligando de todo canto, me fortalecem”, afirmou.
Flávia disse ao G1 que nunca havia passado por uma situação de preconceito explícito, mas que o preconceito velado a acompanha no dia a dia.
“São as atitudes camufladas. Aquelas quando você entra no supermercado com mais quatro ou cinco amigas e o segurança fica atrás, ou quando você entra em determinadas lojas e percebe a diferença de atendimento simplesmente por ser negra”.
Ela relatou ainda que, apesar de querer denunciar o episódio que motivou o vídeo, não foi à polícia porque sua mãe tem medo de uma possível repressão. “Olha como é a cabeça de uma mãe de filhos negros, a pessoa é vítima e, ainda sim, no caso da minha mãe, se sente coagida porque tem medo do que vai acontecer”.
A presidente do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, Alessandra de Cássia Laurindo, disse que recebeu o vídeo da manicure na manhã deste sábado (3) e que iria entrar em contato com Flávia para orientá-la sobre o que pode ser feito.
“Pelo que vi, ela não conseguiu pegar a placa do carro, mas deve ter alguma câmera nas proximidades que ajude a rastrear e identificar essa agressora. Isso é racismo e ela tem que ser penalizada de acordo com a lei”, afirmou.
Alessandra também destacou a importância de registrar formalmente o caso. “Toda vítima tem que fazer a denúncia e ir com o processo até o fim”, defendeu. “A gente acredita que, se as pessoas forem punidas, a petulância e a audácia dos racistas irão diminuir”.
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