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Mali é suspenso de organização regional na África após 2º golpe em nove meses

Chefes de Estado da África Ocidental, que se reuniram neste domingo (30) em Gana em uma cúpula extraordinária, decidiram suspender a República do Mali de sua

Mali é suspenso de organização regional na África após 2º golpe em nove meses
Mali é suspenso de organização regional na África após 2º golpe em nove meses

Redação Publicado em 31/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h14


Autoridades de países da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental reivindicaram nomeação ‘imediata’ de um ‘novo’ primeiro-ministro civil, mas não impuseram sanções.

Chefes de Estado da África Ocidental, que se reuniram neste domingo (30) em Gana em uma cúpula extraordinária, decidiram suspender a República do Mali de sua organização sub-regional comum, em resposta ao segundo golpe de Estado executado no país em nove meses. Eles evitaram, no entanto, a adoção de sanções.

Os chefes de Estado e de governo dos países-membros da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao), reunidos em Acra, capital de Gana, reivindicaram a nomeação “imediata” de um “novo” primeiro-ministro civil e a formação de um governo “inclusivo”, segundo o comunicado final, publicado ao final da cúpula.

Os integrantes do Cedeao não pediram a volta do presidente e do primeiro-ministro, que foram detidos na segunda-feira (24) pelos coronéis e depois afastados do poder. Embora ambos tenham vontado para suas casas, a organização afirma que eles estão em prisão domiciliar e “exige” sua libertação “imediata”.

“Os chefes de Estado condenam firmemente o recente golpe de Estado” e “decidem suspender o Mali das instituições da Cedeao conforme as disposições” desta organização, diz o comunicado.

A transição política foi iniciada após o primeiro golpe de Estado, em agosto de 2020, e a princípio deveria terminar com a instauração de um governo civil. Os signatários da Cedeao reafirmam a necessidade de que esse processo se limite a 18 meses. Também reivindicam eleições gerais em fevereiro de 2022, como estava previsto.

Os dirigentes do órgão tinham se reunido a portas fechadas para tratar dessa sobre a resposta que dariam ao recente golpe militar no Mali.

Durante seu discurso de abertura, o atual presidente da Cedeado, o ganês Nana Akufo-Addo (foto acima), afirmou que convocou a reunião “diante da gravidade dos fatos”.

O Tribunal Constitucional do Mali declarou nesta sexta-feira (28) o coronel Goita como presidente de transição do país, oficializando assim o golpe de Estado de quatro dias num país crucial para a estabilidade da região do Sahel, ante a propagação extremista.

Em agosto de 2020, Goita e um grupo de coronéis derrubaram o presidente Ibrahim Boubacar Keita após meses de protestos nas ruas. A junta militar, sob pressão internacional, teve de aceitar a nomeação de um presidente civil e de um primeiro-ministro. O grupo se comprometeu a convocar eleições e devolver o poder aos civis após uma transição de 18 meses.

A junta, no entanto, criou uma vice-presidência sob medida para Goita, e os coronéis nomearam pessoas de sua confiança em postos-chave.

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G1

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