Neste sábado (9), o jornal "Miami Herald" informou que foi preso na Flórida o homem fotografado carregando o púlpito de discursos da presidente da Câmara, a
Redação Publicado em 09/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 17h09
Neste sábado (9), o jornal “Miami Herald” informou que foi preso na Flórida o homem fotografado carregando o púlpito de discursos da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi. Ele foi identificado como Adam Christian Johnson, de 36 anos. Dias antes, o homem publicou fotos em Washington com mensagens críticas ao movimento contra o racismo Black Lives Matter.
Apoiador de Donald Trump posa sentado na cadeira da parlamentar democrata Nancy Pelosi em seu gabinete no Capitólio após invasão — Foto: Saul Loeb/AFP
Outro detido é o invasor identificado como Richard Barnett, de 60 anos, visto na sala de Pelosi durante a invasão. Segundo a imprensa americana, ele responderá por invadir e permanecer dentro de áreas restritas do Capitólio, e poderá também responder por apropriação indevida de propriedade pública — um computador da parlamentar foi furtado durante a invasão.
Manifestante com adereços e rosto pintado grita dentro do edifício do Capitólio após invasão de apoiadores de Donald Trump em Washington — Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP
O invasor fotografado com uma vestimenta de pele, rosto pintado e capacete com chifres está na lista de pessoas supervisionadas pelo FBI. No entanto, segundo a emissora 12 News, afiliada da NBC no Arizona, o homem identificado como Jake Angeli continuava solto até a sexta-feira. Segundo a reportagem, ele não tem antecedentes criminais no estado.
Angeli se proclama um “xamã” do grupo QAnon, que espalha teorias da conspiração sem fundamento pelas redes americanas e que apoiou Trump durante a campanha de 2020. O presidente, inclusive, se negou a rejeitar o apoio dessas pessoas.
Segundo a 12 News, o invasor entrou com uma campanha de arrecadação virtual no ano passado para ajudá-lo a viajar a Washington em dezembro para uma das várias marchas de apoiadores de Trump que se recusam a admitir a derrota eleitoral. Ele só conseguiu US$ 10, e o site GoFundMe tirou a campanha do ar.
Um dos extremistas fotografados no Capitólio foi demitido pela empresa onde trabalhava após ser identificado pelo crachá que portava durante a invasão. Em nota, a companhia de marketing Navistar, de Maryland, afirmou que despediria outros funcionários que fossem flagrados na mesma situação. O nome do invasor não foi revelado.
Na mesma linha, a empresa de análise de dados Cogensia demitiu Bradley Rukstales — que era justamente o diretor da companhia. Ele foi preso pela invasão ao Capitólio. Em nota, o novo gestor disse que a decisão foi tomada porque atitude de Rukstales “foi inconsistente com os valores centrais da Cogensia”.
“Pretendemos continuar abraçando os valores da integridade, diversidade e transparência nas nossas operações de negócios, e a empresa espera que todos seus funcionários abracem esses valores também”, disse o diretor Joel Schiltz.
Centenas de manifestantes ultrapassaram as barreiras policiais e entraram na sede do Congresso americano enquanto ocorria a sessão de contagem dos votos do Colégio Eleitoral. Geralmente um procedimento cerimonial, o evento foi cercado de tensão porque Donald Trump, derrotado em novembro, não admitia a vitória de Joe Biden e instou apoiadores a marcharem até o Capitólio.
Com a invasão, os congressistas tiveram de se esconder em outras áreas mais seguras do prédio ou mesmo deixaram o Capitólio. Somente horas mais tardes, com a chegada da Guarda Nacional, a sessão foi retomada e Biden, enfim, confirmado para tomar posse em 20 de janeiro como novo presidente dos EUA.
Cinco pessoas morreram na invasão: uma apoiadora de Trump baleada ao tentar escalar uma porta trancada pelos policiais, outros três ativistas que tiveram problemas de saúde durante o tumulto, e um policial. Além disso, houve ameaças de bomba nas sedes dos partidos. O FBI ainda busca quem plantou os explosivos. A recompensa a quem oferecer informações chega a US$ 50 mil.
A invasão ao Capitólio foi amplamente repudiada nos EUA, inclusive por políticos republicanos que costumavam apoiar Trump. Somente mais de 24 horas depois do ato, o presidente decidiu condenar publicamente os extremistas ao chamar de “ataque odioso” a invasão.
Por causa das declarações de Trump que incitaram os apoiadores a invadirem o Capitólio, políticos dos dois maiores partidos americanos pediram a renúncia ou a destituição do presidente do cargo, a menos de duas semanas da posse de Biden. O Partido Democrata deve entrar com pedido de impeachment nesta segunda-feira.
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G1 – Globo.
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