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Redação Publicado em 08/03/2019, às 00h00 - Atualizado às 14h57
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Oito meses após o fim da Copa do Mundo na Rússia, milhares de torcedores estrangeiros ainda permanecem no país sede do mundial.
De acordo com as autoridades russas, cerca de 5,5 mil pessoas que entraram no país com uma Fan ID (identidade do fã) – documento oficial que dispensava visto para quem comprou ingressos para o torneio – continuam lá ilegalmente e serão, portanto, deportadas.
São, em sua grande maioria, homens, provenientes da Nigéria (a maior parte), Bangladesh, Camarões, Sudão, Paquistão e Iêmen, entre outros países.
Muitos viajaram com a única intenção de assistir ao campeonato, mas outros “esperavam obter asilo e ficar na Rússia de forma permanente, ou viajar para a Europa e pedir asilo lá”, explicou à BBC Evgeni Yastrebov, consultor em assuntos de imigração do Comitê de Assistência Cívica, organização que trabalha com refugiados na Rússia.
Mas, segundo Yastrebov, eles não conseguiram ir para a Europa porque não são capazes de cruzar a fronteira.
A situação deles é complexa: por um lado, não querem voltar, mas por outro, não têm recursos para serem autossuficientes.
Eles tampouco falam russo, o que significa que a oportunidade de conseguir trabalho é ínfima.
“Eles estão passando por grandes dificuldades porque agora é inverno e está muito frio, e o governo não oferece nenhum tipo de assistência nem para aqueles que querem pedir asilo”, diz Yastreboy.
“Alguns recebem dinheiro enviado pela família, outros encontraram trabalhos informais. Não pagam muito a eles, mas já é alguma coisa”, completa.
O pedido de asilo tampouco parece ser uma opção que vai se concretizar.
Segundo dados oficiais, em 2017 a Rússia concedeu status de refugiado a apenas 33 pessoas no total.
As Fans ID foram criadas originalmente para facilitar a entrada dos torcedores na Rússia para a Copa do Mundo.
De acordo com o Ministério do Interior, quando 2018 terminou, cerca de 12 mil pessoas ainda estavam na Rússia, apesar de o documento ter expirado.
Os serviços de segurança do país conseguiram reduzir esse número para 5,5 mil.
As autoridades pretendem deportar todos até o fim de março.
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