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Maia diz que novo Refis deve ter dívidas contraídas na pandemia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou hoje (16), em Brasília, a possibilidade de criação de um novo Programa de Recuperação

Maia diz que novo Refis deve ter dívidas contraídas na pandemia
Maia diz que novo Refis deve ter dívidas contraídas na pandemia

Redação Publicado em 16/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h19


Debate do tema deve ocorrer com análise da reforma tributária

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou hoje (16), em Brasília, a possibilidade de criação de um novo Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para empresas em razão de dívidas acumuladas durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Maia diz que novo Refis deve ter dívidas contraídas na pandemia

Ele defendeu que um novo Refis não deve se “misturar com o passado”, mas se concentrar apenas nas dívidas tributárias contraídas durante a pandemia.

“Tem que tomar cuidado para não misturar com dívidas anteriores. Há sempre uma cultura no Brasil de não pagar impostos para esperar um novo Refis e isso faz muito mal para a economia”, disse Maia, durante teleconferência “Conexão Empresarial” com políticos e empresários de Minas Gerais.

O Refis é um programa para regularizar débitos das empresas relativos a tributos e contribuições. O deputado afirmou que o tema vai ter que ser avaliado no segundo semestre de 2020, “em algum momento”, mas defendeu que as dívidas tributárias anteriores à pandemia fiquem de fora para “não misturar com o passado”.

O presidente da Câmara citou os parcelamentos que estão sendo pagos do último Refis, aberto em 2018. “Uma coisa é aquilo que aconteceu na pandemia e outra coisa é o passado”, frisou.

Afirmou, ainda, que, apesar da dificuldade de não misturar um novo Refis com dívidas anteriores, o debate deve acontecer em conjunto com a análise da reforma tributária.

A população já deu uma parcela de contribuição na reforma da Previdência e seria a vez de o setor produtivo dar a sua parte de contribuição para o ajuste das contas públicas e a saída da crise econômica, sugeriu.

“O trabalhador brasileiro colaborou muito na reforma da Previdência; o servidor público vai colaborar muito na reforma administrativa. O setor privado precisa ter um engajamento maior na reforma tributária porque a simplificação do sistema tributário vai gerar condições de maior competitividade e redução da insegurança jurídica e também é muito importante para a decisão de investimentos”, disse.

Telefone de 5G para celulares

Questionado sobre a demora na implantação da tecnologia 5G na telefonia celular, Rodrigo Maia disse que politizar o tema vai atrasar e encarecer o custo da implantação da tecnologia no país.

Uma das principais empresas fornecedoras da tecnologia, a chinesa Huawei é acusada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de usar o 5G para coletar informações de empresas norte-americanas.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que a implantação do 5G no país vai levar em consideração requisitos de “segurança de dados e também de política externa.”

“Acho que se o Brasil abrir mão dessa concorrência com a participação dos chineses, que podem ganhar ou podem perder, a gente sabe que, pelo custo deles, é um custo menor, nós vamos atrasar a implementação do 5G e o Brasil mais uma vez vai ficar para trás na importação de uma tecnologia que tende a ajudar muito no desenvolvimento do nosso país. Espero que a gente deixe a política de fora”, disse.

O presidente da Câmara também voltou a comentar a manifestação do último sábado (13), com disparos de fogos de artifício em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF), classificando o ato como “inaceitável”.

“Chegamos ao ponto de ver, no sábado, manifestantes soltando morteiros em direção ao STF e isso é inaceitável que ocorra”, criticou.

Ele disse, ainda, que a crise política entre os poderes é uma sinalização “muito ruim” que o país dá durante a pandemia, gerando insegurança nos investidores.

“Cabe ao governo, com o parlamento, encontrar, dialogando com o setor produtivo, soluções para que a gente possa superar essa crise. Ela não será superada com conflitos e polêmicas, ela será superada pela parte de todos com união, diálogo e a construção desses caminhos”, finalizou.

Agência Brasil

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